quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ser

Ana Patricia Gonzalez para Zulmar, Douglas, Eduardo, Tatiane, Sibeli, João, Luiz, marcioburk797, Rosana, Heloiza, Roberto, João, Sérgio, Fabiano, , Ferdinando, Teruel, Diogo, mim
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Ser
A solidão do caminhar entre a multidão
engoli os pensamentos
de um ser inexato, que só deseja existir.
Nessa tentativa insana de ser comum,
vai consumindo os sentimentos
de quem despercebido passa ao seu lado,
exalando o odor do abandono de si mesmo,
pela máscara de ser apenas mais um
habitante singular a abortar
a pluralidade do mundo.
Retorna vestido, cheio de dor;
senti um doer que não é seu,
volta aos segundos anteriores ao começo,
num tempo que já não é seu,
em busca do corpo aprisionado
distante de tudo que a mente pode criar.
Na pluralidade de um espírito que acorda
todos os dias dentro de dois tempos,
em um mesmo mundo,
dividido por suas metades
vividas em suas verdades.
Mergulha nas proprias profundezas
para vibrar a intensidade da vida,
como um equilibrista da razão
despida no canto obscuro
de sua irracionalidade momentânea,
no cuidado para que a mente
não minta que senti
a verdade singular da dor que lhe habitou.
(Gonzalez)