Edgar Silva: o defensor dos mais fracos que jogou futebol e foi padre antes de se render ao Partido Comunista

Madeirense acaba de ser indicado candidato do PCP para a Presidência da República

Actualizado em 8 de Outubro, às 10:32
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Edgar Freitas Gomes da Silva nasceu no Funchal a 25 de Setembro de 1962, tem 53 anos é casado e com um filho. Licenciado em Teologia pela Universidade Católica fez posteriormente um mestrado em Teologia Sistemática e leccionou na extensão a UC na Madeira.
Em jovem e quando frequentava o Seminário do Funchal, foi futebolista do CD Nacional. Jogou a avançado.
Depois de ordenado, desempenhou vários cargos, tendo sido pároco dos Álamos, no Funchal.
Paralelamente às funções atribuídas pela Diocese, esteve sempre ligado a movimentos de apoio aos pobres e às crianças. Activista da defesa dos direitos dos mais desfavorecidos, chegou a dormir à porta do Tribunal Judicial do Funchal com uma família que tinha sido despejada e num outro episódio em defesa das crianças acabou por ser detido pela PSP.
Foi fundador do Movimento do Apostolado das Crianças (MAC), que ficou mais conhecido como ‘Meninos das Caixinhas’ que procurou apoiar e enquadrar crianças de rua, abandonadas e vítimas de maus tratos. Antes disso, tinha já sido o mentor do projecto Escola Aberta para crianças desfavorecidas nos Ilhéus, de onde foi desepejado. Mais tarde transferiu esse projecto para a zona da Cabouqueira, também no Funchal.
Edgar Silva seria ainda uma dos mentores do protesto dos moradores da Casa do Porrão, em Câmara de Lobos. O movimento despertou a atenção do então presidente da República, Jorge Sampaio, durante uma visita à Madeira no final dos anos 90. O protesto acabou por merecer a simpatia e empenho pessoal de Sampaio que veio anos depois à inauguração das habitações sociais desenvolvidas naquele local.
Em 1997 comunicou ao Bispo do Funchal a sua desvinculação do sacerdócio.
Desde 1996 que é deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, eleito pelo PCP partido de que passou a ser coordenador. Integra há vários anos o Comité Central do PCP.
Edgar Silva é colaborador do DIÁRIO. No último artigo, publicado na edição de ontem, escreveu: "Quem, nesta República, tem em conta os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos? Quem escuta o clamor dos excluídos deste mundo? Quem responde por milhões de pessoas indefesas face aos “interesses do mercado divinizado, transformado em regra absoluta” (Francisco, “Evangelii gaudium” 24/11/2013)? Quem responde por tanta gente sacrificada pela desenfreada especulação financeira?”.