sábado, 23 de julho de 2011

À descoberta do tesouro

À descoberta do tesouro
A oração de Salomão agradou ao Senhor, por isso mesmo foi dotado dum coração cheio de sabedoria; O salmista leva-nos a contemplar a lei que nos liberta; Paulo recorda a vocação a que fomos chamados; Mateus conta algumas parábolas que colocam o Reino de Deus acima de todos os tesouros e bens da terra.
A 1.ª leitura é tirada do 1.º Livro do Reis, cuja figura central é Salomão, o rei sábio, construtor e comerciante. A glória de Salomão, em especial a sua sabedoria é-nos apresentada como recompensa divina para a sua piedade e desprendimento: «agradou ao Senhor que Salomão tivesse feito esse pedido». Deus deu-lhe um coração sábio e esclarecido. Tornou-se famosa a justiça de Salomão. O salmista invoca o Senhor para que o ajude a fazer sempre a sua vontade, pois ele ama a Sua Lei, e a sua herança é mesmo cumprir as suas palavras. Paulo apresenta uma das mais belas sínteses dos ensinamentos sobre a confiança mais absoluta em Deus, que há-de levar a cabo a obra já começada de salvar os seus fiéis. O Evangelho conta três parábolas: as do tesouro e da pérola, a parábola da rede, e a conclusão final do discurso das parábolas. As parábolas do tesouro e da pérola deixam ver, antes de mais, que o Reino dos Céus é o maior bem que o homem pode chegar a conseguir; tudo o resto é relativo. Também parece significar que tanto o pobre jornaleiro, como o negociante, entrega tudo o que têm para chegarem à posse do tão precioso bem almejado. No entanto, cada uma das duas parábolas põe o acento num aspecto particular do Reino; o tesouro foca a abundância dos seus bens; a pérola, a sua beleza. Seguidamente os textos litúrgicos. Leitura do Primeiro Livro dos Reis (1 Reis 3, 5.7-12) Naqueles dias, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão durante a noite e disse--lhe: "Pede o que quiseres". Salomão respondeu: "Senhor, meu Deus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eu sou muito novo e não sei como proceder. Este vosso servo está no meio do povo escolhido, um povo imenso, inumerável, que não se pode contar nem calcular. Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente, para saber distinguir o bem do mal; pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?" Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão e disse-lhe: "Porque foi este o teu pedido, e já que não pediste longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um coração sábio e esclarecido, como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti". Salmo Responsorial (Sal 118 (119) 57. 72. 76-77) Refrão Quanto amo, Senhor, a vossa lei! Senhor, eu disse: A minha herança / é cumprir as vossas palavras. / Para mim vale mais a lei da vossa boca /do que milhões em ouro e prata. Console-me a vossa bondade, segundo a promessa feita ao vosso servo. / Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei, / porque a vossa lei faz as minhas delícias. Por isso, eu amo os vossos mandamentos, / mais que o ouro, o ouro mais fino. / Por isso, eu sigo todos os vossos preceitos e detesto todo o caminho da mentira. São admiráveis as vossas ordens, / por isso, a minha alma as observa. / A manifestação das vossas palavras ilumina e dá inteligência aos simples. Leitura da Epístola de São Paulo aos Romanos (Rom 8, 28-30) Irmãos: Nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam, dos que são chamados, segundo o seu desígnio. Porque os que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E àqueles que predestinou, também os chamou; àqueles que chamou, também os justificou; e àqueles que justificou, também os glorificou. Aclamação ao Evangelho Aleluia! Aleluia. V: Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra, / porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Evangelho de Jesus segundo São Mateus (Mt 13, 44-52) Naquele tempo, disse Jesus às multidões: "O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo. O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola. O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora. Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos e a lançá-los na fornalha ardente. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isto?" Eles responderam-Lhe: "Entendemos". Disse-lhes então Jesus: "Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas»