|   A  actual crise prejudicou a política de formação profissional do governo  regional da Madeira, que no entanto, registou um crescimento  exponencial. Contudo, a emigração dos jovens pode tornar-se cada vez  mais uma opção para garantir emprego.   A ideia é defendida pela diretora regional de Formação Profissional,  Sara Relvas, que considera que o futuro dos jovens na região pode passar  pela emigração, “atendendo ao actual cenário”, ainda que a ilha ofereça  diversas oportunidades de futuro, por exemplo os que enveredam pela via  profissionalizante.
 A responsável falava a propósito do encontro, que decorreu em Bruxelas,  sobre “as perspectivas dos jovens que vivem em ilhas da Europa”, para  debater a identidade es-pecífica dos jovens insulares e a sua visão do  projeto europeu.
 A pesar das apostas do governo regional em saídas profissionalizantes e  que permitam oferecer aos jovens formas alternativas de emprego, Sara  Relvas admitiu que, no actual cenário de crise, seja “provável" que os  dados da in-serção no mercado de trabalho possam baixar.
 “São muitos os jovens que após terem a sua qualificação, decidem  emigrar e que conseguem, depois, encontrar um trabalho adequado à  qualificação que têm”, frisou, justificando desta forma que “a passagem  por cursos profissionalizantes constitui uma mais-valia para um emprego  qualificado”.
 De acordo com a responsável, “a região tem tido, nos últimos anos, um  crescimento exponencial da oferta de cursos profissionalizantes nas mais  diversas modalidades, no sentido de proporcionar aos jovens vias  alternativas ao chamado sistema regular de ensino”.
 Essa situação tem permitido que em praticamente todas as escolas  básicas e secundá-rias existam cursos deste tipo que se transformam numa  al-ternativa e, ao mesmo tempo, “permitem combater o abandono escolar  precoce, mantendo os alunos no sistema educativo até terminarem a  escolaridade obrigatória”, afirmou.
Dados da direção regional indicam que cerca de 28 por cento dos alunos  que terminam o nono ano de escolaridade, pela via profissionalizante,  decidem prosseguir os seus estudos e que cerca de 38 por cento entram no  mercado de trabalho.
 Quanto aos cursos do ensino profissional e sistema de aprendizagem  virados para o 12.º ano, conferindo aos jovens uma certificação  profissional de nível quatro, o seu crescimento também tem sido  acentuado.
 “Os últimos dados permitem constatar que no final destes percursos  formativos 75 por cento destes jovens conseguem entrar no mercado de  trabalho”, referiu.
 No trabalho que a Madeira desenvolve nesta área, também a Direção  Regional de Juventude (DRJ), tem tido um papel orientador dado que tem  como missão “implementar políticas de juventude que potenciem a  formação, através da educação não formal e do apoio ao associativismo”,  acrescentou o diretor, Jorge Carvalho.
 “É ponto assente que as po-líticas de juventude devem ser adaptadas aos  novos tempos e que tenham em conta o contexto social actual,  disponibilizando aos jovens as compe-tências e capacidades que lhes  permitam, enquanto cida-dãos, de assumir a sua plena cidadania”,  justificou.
 A DRJ tem organizado diversas atividades, que passam pelos 'workshops',  conferências, encontros e intercâmbios de caráter regional, nacional e  internacional, e que têm por base “a promoção do diálogo estruturado”,  com "primazia ao emprego e à apresentação de propostas de fomento à  criação de emprego e combate ao desemprego jovem”, segundo o  responsável.   |