domingo, 30 de outubro de 2011

Dá para vencer o câncer?

30/10/2011
Câncer na laringe está ligado ao tabaco e consumo de álcool
Neto del Hoyo e Vinícius Lousada
Ontem pela manhã, após realizar exames no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez 66 anos na última quinta-feira, teve diagnosticado um tumor localizado na laringe. Ele foi internado após reportar ao cardiologista Roberto Kalil que sentia dor na garganta e apresentava rouquidão repentina desde a sexta-feira. O médico o aconselhou, então, a ir ao hospital para ser examinado.

Os sintomas apresentados pelo ex-presidente que foi eleito pela revista norte-americana Time o homem mais influente do mundo em 2010 são os mesmos que levam a maioria das pessoas que tem câncer de laringe diagnosticados a procurarem por atendimento.

Oncologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia, o bauruense José Getúlio Segalla explicou que o uso do cigarro é um dos fatores relacionados à doença. O presidente Lula fumava cigarrilhas e charutos e nunca escondeu seu apreço por bebidas alcoólicas - ainda que de forma moderada. “Não podemos fazer uma avaliação do quadro do paciente, pois isso é muito particular, mas podemos afirmar que os tumores da laringe têm relação direta com o uso do tabaco e do consumo diário e excessivo de álcool. Quando a ingestão excessiva de álcool é adicionada ao fumo, o risco aumenta para o câncer supraglótico. Pacientes com câncer de laringe que continuam a fumar e beber têm probabilidade de cura diminuída”, afirma Segalla.

Ainda segundo o médico, a própria relação dos hábitos do tabagismo e etilismo (ingestão de bebidas alcoólicas) faz com que o câncer de laringe seja mais frequente em homens do que em mulheres. “É uma relação de hábitos, já que na nossa sociedade ainda são os homens quem mais bebem e fumam”.

De acordo com Segalla, no Brasil, os cânceres de cabeça e pescoço representam aproximadamente 6% do total de tumores. “Destes, a maior incidência são os de boca e língua, estando os de laringe em segundo lugar”, afirma.

sábado, 29 de outubro de 2011




..Agora entendo porque não se deve discutir religião, política e...futebol!.....As paixões são irredutíveis!

CD Nacional - Ausência de receitas extraordinárias e atrasos nas subvenções públicas originam saldo negativo
Prejuízo de 700 mil euros
As contas do Nacional, relativamente ao ano fiscal transacto, deram um prejuízo na ordem dos 700 mil euros. Rui Alves justifica estes resultados com a ausência de receitas extraordinárias e ao recurso ao crédito, devido aos atrasos nas subvenções públicas.
«Primeiro não tivemos receitas extraordinárias e depois há uma redução de 400 mil euros nos contratos realizados com o Governo Regional. Para além disso, há ainda um aumento de encargos financeiros decorrentes do recurso ao crédito, em consequência dos sucessivos incumprimentos dos prazos contratuais nos contratos programa», começou por dizer o presidente do Nacional.
Os atrasos nas subvenções são significativos e Rui Alves assume mesmo que até agora apenas recebeu um mês de subsídios.
«A publicação dos contratos por vezes não chega. De que me serve ter contratos com jogadores se não tiver dinheiro para pagá-los. Os atrasos são muito significativos. Neste momento, estamos a viajar por conta da confiança que temos com a agência de viagens e decidiram, unilateralmente, a esta primeira fase da época seria reduzida em um mês e estamos já com quatro meses da época e apenas recebemos uma subvenção», disse.
O líder “alvinegro”, perante estes números, não teme pelo futuro mas sim pela forma como a sociedade está a evoluir na relação com o desporto e, por isso mesmo, o futuro não se afigura totalmente clarificado quanto a uma possível recandidatura.
«Tenho dúvidas. Até Junho irei tomar uma decisão quanto a uma recandidatura. Vamos estar atentos sobre o processo», disso o líder “alvinegro”. Isto dá dó!
Ivo Vieira orienta equipa pela última vez domingo
Ivo Vieira deve orientar pela última vez a equipa do Nacional no domingo, no jogo que vai colocar frente-a-frente alvi-negros e aveirenses.
O Jornal da Madeira apurou também que o nome do novo treinador poderá ser avançado já amanhã, sábado, no jantar dos alvi-negros. Pedro Caixinha poderá ser o nome escolhido.
Assim, Ivo Vieira ainda vai orientar os próximo treinos de hoje e amanhã na Choupana.
A derrota por 5-0 no Estádio do Dragão, na última jornada, acabou por ser o ponto de viragem na curta carreira de Ivo Vieira à frente do Nacional.
L. Alberto e Rondon observados pelo Espanhol
Luís Alberto e Mário Rondon foram alvo de uma observação minuciosa por parte do Espanhol de Barcelona. Segundo o jornal “Sport”, na sua edição de ontem, Ramón Planes, Director Desportivo do clube, esteve no Dragão e os seus alvos eram mesmo os dois jogadores “alvinegros”. Segundo pode ler-se, as dificuldades financeiras do Nacional podem levar Rui Alves a negociar os jogadores já em Janeiro, isto tendo em conta o interesse, até porque, Luís Alberto termina contrato no final da temporada e o Nacional vê com bons olhos um bom negócio.

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E obvio que nacional esta a passar pelo pessimo momento mas isso nao quer a vir dizer que vai continuar sempre com maus resultados ..por azar nacional foi ao dragao. jogar com actual campeao em titulo e campeao da liga europa numa ma altura.. enfim basta uma vitoria para encontrar caminho da tranquilidade.. mas nao creio que nacional em dezembro esteja no top 10.
Ter, 25/10/2011 - 23:43n
Apenas quis testar os leitores...Claro que devemos ter dois "teams" ma madeira e toso os que conseguirem a divisão de honra! Se souberem administrarem ainda algum virá a ser campeão nacional...Dinheiro? Mas quem está a falar de dinheiro? Aquilo é um negócio e se der prejuizo...fecha a porta como qualquer negócio!....(Mas que um clube único seria mais de acordo às nossas realidades....)

-38
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Vamos deixar de zoeira e apoiar uma verdadeira equipa que represente a Madeira! O Marítimo tem os méritos de ter começado o atrevimento de ir para o campeonato nacionalll Mas, nos dias de hoje, um novo conceito é urgente...Um projeto mais professional e isso passa por um novo clube! (eu sou maritimista e fico feliz com suas conquistas, mas o clube único é o óbvio ululante!)
10
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À mais de um século que já existe um clube único nesta terra e essa chama-se Clube spot Marítimo. Que projecto novo? Juntando todos os apoios num só clube acham que iria lutar pelo título? O Porto tem um orçamento de 90 milhões de euros. Andamos a brincar ao futebol ou a querer enganar quem? Um clube com esses apoios andaria a lutar pela Europa que é o que têm feito alternadamente, nos últimos anos, Marítimo e Nacional.
-16
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Sr. Faria, claro que (há) mais de um século que o verdadeiro clube do povo é o Marítimo! Ele está no meu coração, também...Mas, se pensarmos na Madeira, não hveria mais representatividade se não huvesse tantas desavenças? Na cidade de Santos havia três clubes fundados pela colônia portuguesa: A Portuguesa santista, o Atlético Clube e o Santos....Que permanece até hoje com a categoria que conhecemos. A "lusinha" existe, tem um "baita" património e o Atlético "virou" um clube social, aliás, fantástico! Para o Santos sobraram os troféus e campeonatos e as dívidas de mais de 200 milhões de reais que o faz vender o plantel, inclusive para Portugal. O Real anda atrás do Neimar que nem pertence mais ao Santos, mas a empresários! E olhe que no país do futebol eles teem uma "escolinha" das melhores do país. Ainda acho que deveria haver um clube único e que esse clube fosse o Marítimo, de preferência! Se não puder ser assim que se estude outra forma mais do interesse da Madeira - que é o que está em questão!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

HISTÓRIA ANTIGA

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Torcedores irredutíveis!

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Apenas quis testar os leitores...Claro que devemos ter dois "teams" ma madeira e toso os que conseguirem a divisão de honra! Se souberem administrarem ainda algum virá a ser campeão nacional...Dinheiro? Mas quem está a falar de dinheiro? Aquilo é um negócio e se der prejuizo...fecha a porta como qualquer negócio!....(Mas que um clube único seria mais de acordo às nossas realidades....)
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Pode vir 500 (QUINHENTOS) nacionais, para o GRANDE PORTO não há pai!!!!!!!!!!!!!!!!!!
VIVA O PORTO CARAGO E MAI NADA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E NA ILHA DA MADEIRA VIVA O MARITIMO E MAI NADA !!!!!!!!!!!!!!!
Quanto ao triste nacional tem de arranjar 500 faróis de nevoeiro para enxergar melhor e treinar melhor 500 vezes!!!!!!!!!!! HAHAHAHAHAHAHA 500 500 500 500 500 500 HAHAHAHAHAHA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Vamos deixar de zoeira e apoiar uma verdadeira equipa que represente a Madeira! O Marítimo tem os méritos de ter começado o atrevimento de ir para o campeonato nacionalll Mas, nos dias de hoje, um novo conceito é urgente...Um projeto mais professional e isso passa por um novo clube! (eu sou maritimista e fico feliz com suas conquistas, mas o clube único é o óbvio ululante!)
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À mais de um século que já existe um clube único nesta terra e essa chama-se Clube spot Marítimo. Que projecto novo? Juntando todos os apoios num só clube acham que iria lutar pelo título? O Porto tem um orçamento de 90 milhões de euros. Andamos a brincar ao futebol ou a querer enganar quem? Um clube com esses apoios andaria a lutar pela Europa que é o que têm feito alternadamente, nos últimos anos, Marítimo e Nacional.
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Sr. Faria, claro que (há) mais de um século que o verdadeiro clube do povo é o Marítimo! Ele está no meu coração, também...Mas, se pensarmos na Madeira, não hveria mais representatividade se não huvesse tantas desavenças? Na cidade de Santos havia três clubes fundados pela colônia portuguesa: A Portuguesa santista, o Atlético Clube e o Santos....Que permanece até hoje com a categoria que conhecemos. A "lusinha" existe, tem um "baita" património e o Atlético "virou" um clube social, aliás, fantástico! Para o Santos sobraram os troféus e campeonatos e as dívidas de mais de 200 milhões de reais que o faz vender o plantel, inclusive para Portugal. O Real anda atrás do Neimar que nem pertence mais ao Santos, mas a empresários! E olhe que no país do futebol eles teem uma "escolinha" das melhores do país. Ainda acho que deveria haver um clube único e que esse clube fosse o Marítimo, de preferência! Se não puder ser assim que se estude outra forma mais do interesse da Madeira - que é o que está em questão!

domingo, 23 de outubro de 2011

Fantasmas...


GILBERTO TEIXEIRA
O fantasma continental
 

Realizadas as eleições, escolhidos livremente os representantes dos partidos na Assembleia Legislativa Regional, deixámos de poder fugir aos nossos problemas. Não vale a pena lançar mão de expedientes dilatórios, e fechar o ciclo do fantasma continental. Os socialistas que governaram Portugal, durante onze dos últimos treze anos, são os únicos responsáveis por nos terem atolado no pântano. Porque foram eles que deixaram à rédea solta Sócrates e Teixeira dos Santos mais os seus apaniguados.
A dívida do País está a ser paga por todos os portugueses, vivam nas ilhas ou no Continente. Vergonhosamente, na passada quinta-feira, os socialistas, quiseram influenciar o acto eleitoral da Madeira, realizando no Parlamento Nacional uma sessão para discutir a dívida da Madeira com o Ministro das Finanças. A representante dos socialistas madeirenses, colaborou, como suplente do titular, naquele Parlamento, com a farsa anti-democrática e foi derrotada nos seus argumentos.
O Ministro Gaspar, acabou por clarificar o caso da alegada ocultação de dívida na Madeira, sublinhando que um relatório do Tribunal de Contas de Abril de 2011 dava conta da verdadeira situação das contas da Madeira, e nessa altura, quem governava em Portugal, eram os socialistas. Vamos lá saber a razão do governo socialista ignorar o relatório do Tribunal de Contas, quando discutiu a dívida portuguesa com a troika? HUUM!
Mas essas são contas de outro rosário, que o novo Governo Regional da Madeira depois de tomar posse terá de analisar. O que importa é como discutir com os que diziam no PSD nacional que iam cortar nas despesas e evitar tocar nas receitas. Como haverá outro estilo de governação, até podem cortar no número de deputados lá e cá; na agregação de Juntas de Freguesia ou até de Municípios. Se não fizerem lá, também fazem aqui.
Há coisas que carecem de moralização. Diminuir o número de Secretarias e Direcções Regionais, no próximo Governo, como foi admitido pelo próprio dr. Alberto João serve para cortar despesas. Mas há outras situações que certamente não deixarão de ser consideradas. Só que tem de haver total colaboração das pessoas. Aqueles que estão agarrados aos lugares como lapas à rocha, à espera que seja o líder ou o Presidente do Governo Regional a mandá-los embora, façam favor de poupá-lo.
Espero que tenham o bom senso de viver a reforma na plenitude. Alguns estão capazes de fazer uma perninha, em consultórios médicos, escritórios disto e daquilo. Pois que o façam. Mas abram caminho a gente com outros horizontes, outras mentalidades. A Madeira necessita de rejuvenescer em vários domínios, sem perder os mais experientes. Não necessita é de ter pessoas que se acham imprescindíveis, porque dessas estão os cemitérios cheios.
Bem sei que não é fácil tomar certas decisões. Perdem-se mordomias. Mas haja decência e carácter. Isto não é um quintal onde cada um planta o que quer. Há mais vida para além de certas figuras públicas que já deram o seu contributo à Madeira. Quem está em patamares acima da idade da reforma deve sair e não esperar que seja alguém a prescindir dos seus serviços. Não quer dizer que não tenham vitalidade para o trabalho. Nada disso. Quer dizer que é bom dar exemplos aos mais jovens e dedicar-se a outras coisas que não à política.
A actuação dos que estão na política actualmente requer pessoas com mais técnica e menos política. Mais eficiência e eficácia, gente menos palavrosa e mais activa e empreendedora. Estudiosos e disponíveis para enfrentar desafios. Há quadros excelentes com grande experiência de lugares da Administração Pública regional, nacional e europeia.
Claro que mantenho as minhas convicções e apoio Alberto João Jardim no seu ideal de modernização e desenvolvimento da Madeira. Pela experiência vivida ao longo dos anos, como observador das actividades governativas e de outros acontecimentos, tenho a certeza que vivemos novos tempos e novas dinâmicas. Por estes factos alteraram-se por completo os quadros onde estávamos habituados a mover-nos.
Aquela Assembleia da República ainda está enquistada e manietada pelos partidos políticos. A Assembleia Legislativa Regional, tem de defender causas e não discutir agulhas e tricot. Há ideais que não podem ser abandonados, e deve haver frescura de propostas, diálogo institucional, sem ter que ser forçosamente uma atitude simpática aos olhos dos madeirenses e dos portugueses em geral.
Há que acertar passos com o que se passa a nível continental e açoriano, sem se dobrar a um conjunto de pessoas que se acham de esquerda, e que se dizem representantes de elites possuidoras de massa critica. Não sou apologista das atitudes de cedências permanentes aos partidos minoritários, porque isso seria abrir caminho à capitulação. Mas há outras formas de diálogo que devem vir ao de cima. Com respeito, com dignidade, com tolerância e assumpção das responsabilidades.
Sonhamos com uma sociedade de futuro. Se sonhamos, metamos mãos à obra para construi-la com paciência e sem visão do Paraíso. Queremos mais empregos, mais oportunidades para quem sai das universidades e não encontra trabalho. Há gente desiludida, farta de sofrer com a grave situação deixada por socialistas irresponsáveis.
Façamos tudo para criar novo embrião nesta sociedade que vivendo dificuldades não pode deixar-se atropelar por arruaceiros da política que estão bem de vida, e hipocritamente dizem defender os pobres e os aflitos. Eles querem é luxo e fortuna. Nada mais.


Artigo de Opinião de : Gilberto Teixeira

sábado, 22 de outubro de 2011

Os anjos políticos selvagens


GILBERTO TEIXEIRA
Os anjos políticos selvagens
 

É difícil perceber hoje o que aconteceu a certos anjos políticos selvagens nas semanas que antecederam as eleições. Houve gestos, atitudes, acções e muita, mas mesmo muita mentira e ofensa pessoal e cívica. Isto demonstra que há quem saiba chorar convulsivamente, despertando a piedade alheia, depois de ter vivido dias, meses, anos, adormecido pelo dinheiro fácil que ganhou, de forma resignada à situação, e acomodado que nem um insidioso fascista.
Cansados de serem duplos ou segundos planos, viraram a casaca, tornaram num inferno a vida deles, e por despeito, ódio e raiva de quem não é capaz de trabalhar seriamente e afirmar-se no seio desta comunidade, infantilmente, e de modo desesperado e inócuo, falhos de coragem, dedicam-se à mascarada ignóbil. Passaram a ser detestáveis, uns pequeninos monstros, cuja aura de antipatia concita apenas a admiração de outros falhados ou invejosos. Os conscientes desprezam.
Quiseram que a ilha à custa deles se transformasse em Região subalterna de Portugal, com essa preciosa ajuda das televisões nacionais, que perante visões ideologicamente contrárias dos seus chefes, vieram aos magotes, mostrar que são diferentes dos magarefes que estão nas instalações de Santo António. A RTP trouxe vários elementos que produziram ao longo de semanas, repetidas cenas e acontecimentos, tudo sob a capa de critérios jornalísticos objectivos. Custa1 milhão de euros/dia.
Alguém na dita esquerda ficou inteiramente satisfeito e tranquilo com as reportagens realizadas? Será que eles deram a ajuda pretendida para desviar votos de Alberto João para outros? Não se sabe. Ninguém consegue saber o que agradou mais aos madeirenses na hora de votar. Se as mentiras descaradas duma oposição infrene e sucessivamente desmentidas pelos visados (governo e outras instituições), se o estilo deste ou daquele candidato, se as características pessoais dos concorrentes, ou se pela imagem pública de alguns, condicionada por opções e factos da sua vida particular? Ninguém sabe. Os sociólogos também não explicam.
Houve anjos políticos selvagens, entre anjolas de todo o género. Sinceramente, também não percebi a falta de actuação da PSP para exigir o cumprimento da lei, a candidatos desordeiros, que se atreveram a colocar a viatura em que se faziam transportar, em cima dos passeios, ou nas placas da Avenida Arriaga. Tenho bons olhos para a PSP, mas confesso que até explicarem este atropelo, vejo aquela corporação com outros olhos.
Atenção que não me aqueceu, nem arrefeceu, o facto de haver pessoas que disseram coisas desagradáveis, atacando, como seria lógico esperar, as figuras do Governo, particularmente o Presidente do Governo Regional, que não sendo santo, teve momentos em que se excedeu. Cada um seduziu o eleitorado conforme quis e lhe apeteceu, e isso transbordou para as televisões e para as páginas dos jornais, conforme a lisura de tratamento dos que são comunicadores sociais por excelência ou ideologia.
A relação mais correcta entre a PSP e a população, nomeadamente nestas situações é evitar confrontos e rebeldias. Mas pactuar com atropelos à lei, não contribui para a confiança que nos merece a Polícia, pelos relevantes serviços que presta, e pela forma objectiva de servir as pessoas, e garantir-lhes isenção e segurança, não pactuando com actos incorrectos.
Espero que haja reflexão séria e mudança de comportamentos. Quem foi eleito não se pode permitir a devaneios ou desvios de linguagem. A Assembleia Legislativa da Madeira acolhe a partir de agora, representantes de partidos políticos com responsabilidades acrescidas. Irreflectidamente, alguém disse que não apresentava propostas, porque não acreditava na Assembleia que é a verdadeira casa da democracia e da Autonomia.
Bem sei que há eleitores mais politizados que outros. Mas o absurdo eleitoral existe para mal dos nossos pecados, e aquilo que foi o apuramento deve ser aceite sem rebuço. Afinal o povo sabe o que faz. Na Madeira existe um só grande partido. Os restantes são fragmentações, que os próprios, um dia, perceberão que lhes compete diagnosticar o que os diferencia, e não o que são semelhanças.
Temos quatro anos para definir e decidir quem são as figuras de primeiro plano de cada um dos partidos representados no Parlamento Regional, na medida em que estas tendem a ser apagadas. O drama das substituições não se coloca em nenhum partido. Existem os Congressos e as Convenções para decidir quem é líder quando esse tempo chegar. Será sempre encontrado um homem carismático para ocupar a liderança seja de que partido for. Há descontentamento à esquerda, à direita ou ao centro.
Não queremos uma Região aparentemente democrática. Queremos uma Região Autónoma, verdadeiramente democrática, onde os representantes do povo terão de realizar os seus programas sem ofensas indesejáveis, intolerâncias ou abusos de qualquer espécie. Cabe aos líderes moderar a agressividade da linguagem, porque foram eles que exacerbaram os debates em campanha eleitoral. O fulcro de todas as atenções esteve na Madeira, muito mais tempo que o necessário. Há discursos demagógicos que só servem para inflamar os ânimos. E humorismos descabidos.
Vivemos uma era diferente, com essências diferentes. As gerações são outras, pelo que as referências também são outras. Há que viver com realismo e sem excessos de nenhuma espécie. Basta de confrontos imbecis. De palhaçadas que retiram dignidade a quem as concretiza pelo facto de estarem culturalmente bestializados.


Artigo de Opinião de : Gilberto Teixeira

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Consciência nacional

Consciência nacional


Poucos países se podem chamar de nações. Tem-se, como nação, um conjunto de pessoas com uma raiz étnica parecida, língua nacional e religião. Até há bem pouco tempo, valorizavam-se estes dados. Sabe-se que, na Europa, alguns países têm uma idiossincracia tal que os faz “nações” na classificação costumeira. Ultimamente, tem-se valorizado etnias e sua contribuição para a formação do Estado Brasileiro. É justo e digno esse procedimento porque tira do “limbo”, povos que, costumeiramente, eram postos em zombaria não só os negros, mas os nordestinos, os portugueses (as piadas...) etc!...
Pensando melhor, já que a mídia é tão poderosa e, por isso, pode influenciar idéias e costumes,Publicar postagem porque não valorizar a “consciência nacional”. Pôr em relevo tudo o que “nossos” povos fizeram para que fossem ingredientes desta “nação”. Sim, nação, porque, ao contrário de pureza de raça, esta “globalização” que se fez por aqui, não tem parâmetro mundial, só nos falta um pouco mais de consciência cívica e orgulho para sermos donos desta “nação-continente”, onde os sobrenomes familiares são tão comuns, não importa a cor. Os Resende, os Silva, Ferreira, Souza, Pereira, etc... são todos originários de um tronco comum que os faz, sem sombra de dúvida, uma nação. Com uma novidade. Não mais a etnia seletiva mas, sim, a consciência nacional que explode orgulhosamente quando há motivos para isso, e que deve entrar em reflexão quando as coisas não andam tão bem! Mas, acima de tudo, o orgulho de ser brasileiro!
Eleutério Sousa

domingo, 16 de outubro de 2011

Cuidado com as especulações

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CUIDADO COM AS ESPECULAÇÕES *
Andam muito atarefados em busca de castigos para quem ganhou as eleições à custa de inaugurações (batota eleitoral, diziam eles) e insistem em especular com teorias de medo em termos de pagamento da dívida da Madeira. Nada do que dizem é correcto e em artigos anteriores procurei dar uma ideia que jamais poderia o governo da República impor seja o que for à Madeira. Tudo é negociado e negociável à luz da Constituição da República e do Estatuto Político Administrativo.
O que está negociado com a troika pelo governo de José Sócrates e com o aval do PSD e do CDS, que estão agora no Governo da República, já impõe cortes nas transferências para a Madeira e em termos de fiscalidade também já estamos solidariamente a pagar mais IVA em diversos produtos, como vamos ser contribuintes com uma parte do 13.º mês, como qualquer português. O resto é conversa para se fazer depois do Governo Regional tomar posse lá para Novembro, ainda que possa haver entendimentos a incluir no Orçamento de Estado.
O que se possa dizer é pura especulação. Os madeirenses não vão pagar taxas moderadoras, nem portagens, nem perderão direitos. Há um só País, mas, aqui manda somos nós. Como disse o vencedor das eleições dr. Alberto João Jardim, tem de funcionar o princípio dos benefícios e sacrifícios iguais entre todos os portugueses. E Passos Coelho nas poucas declarações que fez acerca do assunto nunca referiu coisa diferente.
Os perdedores estão com uma cachola enorme. Foi uma vergonha o que se passou, e é simples de explicar. O PSD da Madeira é autónomo do PSD nacional. Não se submete aos ditames dos marajás que proliferam no laranjal continental. Não recebe ordens de Lisboa. Daí que Alberto João Jardim repita milhares de vezes que o seu partido é a Madeira. E é por isso que ganha eleições. Com os restantes, não se passa nada assim. Hierarquicamente dependem de Lisboa. Não têm autonomia nenhuma. Com a excepção dos novos partidos, cuja fundação, é continental, caso contrário não podiam concorrer a actos eleitorais, mas que desconheço programa, princípios, propostas, e estatutos.
O caso do Partido Socialista é catastrófico, anormal, com laivos de indigência política. Foi um descalabro de estratégia, incoerente, ilógica, sem qualidade política no conteúdo das propostas, nem das mensagens. Para além de dar a ideia de que o Partido foi tomado de assalto por um determinado grupo, sem respeito pelos dirigentes actuais, legitimamente eleitos, mas forçados a ceder o seu lugar e o seu papel moderador e mobilizador a estranhos, ainda houve o desplante de avançar com slogans simplesmente deploráveis.
Publicitar uma frase do Ministro Gaspar sobre a dívida da Madeira, teve um efeito perverso. A esmagadora maioria do povo que vota, não vê televisão, não ouve rádio, muito menos lê jornais. À hora em que os políticos trabalham, o povo trabalhador está na cama a dormir. Porque se levantam à hora em que os políticos se deitam. Fiar-se no eleitorado urbano, muito volátil e interesseiro, que dá palmadinhas nas costas e aplica porrada no voto, é ignorar o que pensam os madeirenses de outros madeirenses, sobretudo os pobres dos ricos, os desempregados dos que têm emprego, os que vivem (ainda) em habitações degradadas, dos que usufruem de um lar com todas as comodidades.
Passear pelas ruas do Funchal a distribuir sorrisos, é o mesmo que deitar um punhado de notas de 20 euros, ao ar, no meio de uma multidão. Apanha quem apanhar, o resto fica desconsolado. Só que quem assim procedeu e sabendo que errou e prejudicou o seu partido e os seus apoiantes, não assume as suas responsabilidades, ou seja, demitirem-se.
Eles falaram dos outros criticaram os outros, mostraram-se salvadores da Madeira, mas no fundo o que queriam era salvar o seu lugarzinho de deputado, que se é bom para o PSD e para o CDS também é bom para eles. Os de Lisboa vieram cá fazer o quê? Só prejudicar. Faço uma excepção para Jerónimo de Sousa. O resultado do PCP foi uma surpresa. Mas eles sabem dar um passo atrás para depois dar dois adiante.
Indesculpável aquilo que se passou no Bloco de Esquerda. Lá se foi uma vida de trabalho de Paulo Martins e Guida Vieira, sobretudo o combate e a luta pelos direitos das bordadeiras como de outros trabalhadores. Não atribuo culpas a Roberto Almada. Ele trabalhou que nem um doido. Não importa como geriu esse combate e que estratégia o aconselharam a seguir. Perdeu por culpa dos donos das ideias de Lisboa. Dos azeitados que andam sempre com os azeites e são dos mais antigos dirigentes partidários deste País.
Devem um pedido de desculpas aos indefectíveis da UDP. E devem no meio daquela arrogância de sabedoria continental, penitenciar-se perante Paulo Martins e Guida Vieira, por se intrometerem num território político que não é o deles. Porque não o conhecem. A Madeira tem especificidades de todo o género. Não é só um espaço insular, nem uma terra com terço de terreno habitável. É gente com garra, com convicções, de luta e de combate, com humildade, vigor, determinação e coragem.
Paulo Martinho e Guida Vieira, estão para Louçã, como a Madeira está para os escribas desorientados que nos vêm de fora. Ofendidos, humilhados e se calhar, caridosamente, concedendo perdão a quem deixou que a obra erguida com sacrifício e solidariedade de camaradas em todas as frentes de batalha, fosse arrasada pelo terramoto da ignorância enriquecida! *Gilberto Teixeira

quinta-feira, 6 de outubro de 2011


LUÍS FILIPE MALHEIRO
Voto e sondagens
 

Um eleitorado suficiente maduro, esclarecido e habituado às especificidades, incluindo as folclóricas, subjacentes a qualquer processo eleitoral já sabe que eleições em sondagens não são verdadeiramente eleições. E sabe também que, regra geral, há um lugar-comum quando os políticos são interrogados pelos jornalistas em busca de reacções: sondagens são sondagens e valem o que valem”. Ou seja, se os resultados lhes interessam, valorizam-nas, se pelo contrário defraudam expectativas, são remetidas para o lixo, pior do que o das agências de rating! O problema é que em meu entender deviam existir regras obrigatórias que credibilizassem as sondagens, evitando este frenesim todo na apresentação de trabalhos sem consistência, e sem representatividade, independentemente do facto de algumas delas até poderem acertar. E quando falo em regras falo, por exemplo, e entre outras, na obrigatoriedade de um universo mínimo, na recusa de percentagens de resposta inferiores a 7 ou 10% dos contactados, e na definição clara de métodos obrigatórios de consulta. Credibilizar e dar uma amplitude e noticiosa a sondagens (e esclareço que não estou a referir-me especificamente à da TVI nem a outras relacionadas com as eleições regionais, porque as reconheço que as empresas da especialidade, que estão concentradas no continente (Lisboa ou Porto) têm dificuldades acrescidas, até pelo desconhecimento da realidade regional nas suas múltiplas componentes, em estar no terreno nas regiões insulares) que não cumpram essas regras, muitas vezes com universos reduzidos de consulta – porque tudo tem a ver com os recursos financeiros disponíveis para este tipo de trabalho – e que não têm rigorosamente nada de esclarecedor, podendo, ao invés disso, desmobilizar as pessoas que eventualmente se deixem iludir e caíam logro de pensarem que tudo está resolvido. Não está, nunca está.
O que se deseja, em todas as eleições, para além dos resultados que interessam óbvia e especificamente aos partidos, é a mais ampla participação dos eleitores num acto de cidadania que alguns entendem dever ser obrigatório, impondo essa ida às urnas, que devia ser um acto de liberdade e de convicção, consentâneo com a consciência de cada homem ou mulher, jovem ou adulto. Confesso que fui sempre, e continuo a ser um opositor da imposição do voto. Mas tenho a consciência que aumenta a pressão, na Europa, para que se siga por esse caminho. E isto porquê? Porque se não se discute a legitimidade dos eleitos em qualquer acto eleitoral, tenha ele a taxa de participação que tiver, já se pode questionar, em última instância a representatividade dos eleitos, por exemplo num universo caracterizado por fortes abstenções. Não só fragiliza a vitória dos vencedores, passemos a expressão, como fragilizar o acto eleitoral em si mesmo. Depois há o caricato, particularmente da parte dos partidos que perdem, que nunca têm a coragem de assumir a derrota, que nunca reconhecem as más escolhas de pessoas que fazem, refugiando-se todos na alegação de que a abstenção os penaliza, menos a quem é mais votado. Ou seja, a abstenção é “propriedade” de quem perdeu – vejam bem esta teoria! – mas nunca de quem venceu. E já nem falo nos argumentos de alguns políticos (?) – como ainda há dias ouvi um deles fazê-lo com grande desplante – que garantem que sozinhos não vão o parlamento, ao qual concorre, recusando ocupar o lugar por alegada inexistência de condições políticas para o fazer. Ou seja, mesmo antes de conhecer o veredicto das pessoas, já as condena, já as pressiona, já as critica. Ou votam para que pelo menos um par deles sejam eleitos, ou aquele candidato em concreto, mesmo que venha a ser eleito – não acredito que seja – não ocupa o lugar porque não tem pachorra, porque acha que não existem condições políticas democráticas, porque não sei o que mais. Não teria sido mais fácil pura e simplesmente não se candidatar, neste caso? Há coisas que se podem pensar obviamente, mas não se dizem, ou melhor dizendo, não se dizem da forma como muitas vezes são ditas, porque fica sempre a dúvida de que há uma coacção a ser exercida sobre quem vota.
Outra técnica, absolutamente pacóvia, mas que revela a outra face de um processo eleitoral, onde a mediocridade e o oportunismo muitas vezes caminham de braço-dado, tem a ver com a forma como se regem as relações entre partidos (e candidatos) e meios de comunicação social (mas sobre este tema teríamos muito a dizer) no que diz respeito, e vou-me, limitar a isso, às “vendas” de pretensos resultados de estudos de opinião e “sondagens” realizados pelos próprios partidos e que não passam de embustes, porque apontam sempre para as conclusões que eles pretendem e que melhor lhes servem. São telefonemas, faxes, SMS, pressões de toda a espécie para que esses “resultados”, obviamente convenientes, sejam vendidos e transformados em notícia. A questão aqui reside apenas na seriedade, no distanciamento e na forma como o jornalista e/ou no meio de comunicação social e respectivas motivações subjacentes, a um e a outro, gerem todos os factos relacionados com um acto eleitoral em concreto. Garanto-vos, sem falsas modéstias, que aos anos que acompanho os processos eleitorais regionais, com os dados todos computorizados que tenho, de todos os actos eleitorais realizados na Madeira, com a percepção que tenho daquelas que são as chamadas freguesias-tipo, embora sem grande convicção no que a este item diz respeito porque não existem situações claramente incontestáveis, considerando a tradição eleitoral regional, a chamada média real e a tradição sentimental do eleitorado, seria capaz de fazer uma projecção para 9 de Outubro, correndo riscos é certo, mas provavelmente mais próxima do que os resultados de embustes e de falsas “sondagens” realizadas pelos partidos, que chegam a favorecer as duplas ou triplas intenções dos autores de tais “façanhas”. Mas que ganham a dimensão de “notícia” de primeira página! O problema reside nos perigos resultantes do facto da desfaçatez – e é disso que falamos – transformar uma aldrabice partilhada numa “notícia”. A partir deste momento tudo muda, porque entramos no domínio da credibilidade, da falta de rigor ético e deontológico, da seriedade e do sectarismo de entidades que pela sua natureza, devem (deviam) estar distantes de tudo isso. Mas não estão, aliás há muito que não estão.
Por isso, quando se fala em sondagens, e sobretudo tendo em vista as regionais de 9 de Outubro – sabendo-se, outro lugar-comum, que a grande sondagem é aquela que resulta da vontade livre e democrática dos cidadãos nas urnas – em meu entender há três quetsões importantes que opinião pública em geral, políticos, jornalistas e sobretudo os fazedores de sondagens não podem esquecer:
a) A lei eleitoral regional que vigora desde 2007, foi adoptada pela primeira vez há quarto anos, não havendo nenhuma possibilidade de comparação com actos eleitorais anteriores. Passou a vigorar um círculo eleitoral único em vez dos anteriores 11 círculos municipais correspondentes aos 11 concelhos da Madeira. Uma mudança que tem repercussões na própria mobilização eleitoral concelho a concelho, freguesia a freguesia;
b) O PSD da Madeira obteve em Maio de 2007 um resultado anormal – mais de 90 mil votos – num acto eleitoral rodeado de imensos factos políticos inéditos e que foi fortemente influenciado pelo caso da lei de finanças regionais que ditou ao PS um dos seus piores resultados eleitorais de sempre – quase o pulverizou do parlamento. Os protagonistas desse desaire estão lá todos agora, uma vez mais, o que demonstra que a memória colectiva dos partidos é um mito. Significa isto que, gostem ou não, os resultados dos partidos serão sempre apenas uma referência comparativa para efeitos contabilísticos e outras curiosidades;
c) A terceira questão tem a ver com o universo dos eleitores e com a abstenção, e o impacto que este item tem no processo eleitoral. Nas regionais de 2007 estavam inscritos nos cadernos eleitorais 232.052 eleitores tendo-se registado uma abstenção de cerca de 39,5%. Nas legislativas nacionais de 5 de Junho, a Madeira tinha 255.928 eleitores e obteve uma abstenção de cerca de 45,7%. Para as regionais de 9 de Outubro, e segundo a DGAI, estão inscritos 256.481 eleitores. Sabem o que isto significa? Entre as regionais de 2007 e as regionais de 2011 existem 24.429 novos eleitores, uma média de mais de 6.107 novos eleitores por ano. Pergunto: qual a influência destes quase 25 mil eleitores, que votarão pela primeira vez numas regionais, nas eleições de domingo?
Não tenho resposta. Sei é que me garantem que cerca de 8 mil estudantes fora da Região e mais 35 mil emigrantes, antigos ou mais recentes, mas uns e outros recenseados, não votam porque ausentes. Será?

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Considerações




Uma lição que só o tempo pode ensinar.
Saber viver.

Se lhe dessem a escolher em que época gostaria de viver?
Nos anos 50 do Séc. XX.

Metade cheio ou metade vazio?
Depende sempre da sede.

Sem olhar, sabe quantos amigos tem no Facebook?
Não.

Folhear um livro em papel ou virtual?
Papel. Eu ainda sou do tempo…

Qual é a motivação que o faz levantar todos os dias?
Ser melhor ser humano.

Se o convidassem gostava de entrar num filme de Hollywood?
Não sou de grandes produções. Prefiro os registos independentes.

Voltar ao passado ou ir ao futuro?
Sempre no presente, mas a olhar frequentemente para o passado e o futuro.


Já pensou que mesmo parada viaja a mais de 100 mil quilómetros por hora?
Não, talvez porque a velocidade do pensamento é maior.

Se tivesse de eleger um museu na Madeira, qual seria?
Museu da Quinta da Cruzes.

O que lhe diz partir numa missão temporária para ajudar os outros?
Diz-me o suficiente de quem parte e se disponibiliza.

Que figura da História mais admira?
Esta pergunta é difícil pela exclusão que força. De qualquer modo… admiro o Infante D. Henrique.

Nunca mais sequer tocar num computador, ou só comer vegetais pelo resto da vida?
Que proposta tão desumana…

Porque sempre dizem que uma casa é mal assombrada, ao invés de bem assombrada?
O assombramento não é sempre algo de mau?

Devemos dar o peixe ou a cana de pesca a quem tem fome?
Definitivamente, a cana. Porém, convém não esquecer alguns iscos e engodo, sobretudo, para o início da utilização.

Encontra uma lâmpada mágica e tem direito a 3 desejos, quais seriam?
Saúde, sabedoria e paz de espírito para todos, mesmo os que se portam às vezes mal.

sábado, 1 de outubro de 2011

José Pereira da Silva
  Chamou-nos a atenção o Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior, em sua tese de doutorado em Língua e Literatura Latina intitulada A Fraseologia Medieval Latina Como Reflexo de uma Sociedade,  para a importância da fraseologia no contexto latino medieval e na antiguidade clássica.
Por isto, e para melhor nos prepararmos para o exame de tão brilhante trabalho, resolvemos examinar a obra de Renzo Tosi, Dicionário de Sentenças Latinas e Gregas,  através da tradução de Ivone Castilho Benedetti, para nos inteirarmos de sua defesa da origem literária e até mesmo clássica, da chamada “Literatura Oral”, representada principalmente pelos provérbios, adágios etc.
Como esse autor trata de tais sentenças organizadas por assunto, em quase mil páginas impressas em caracteres miúdos, resolvemos organizá-las, primeiramente, a partir de outras obras produzidas no Brasil e por ordem alfabética.
Para isto resolvemos partir do Adagiário Brasileiro, de Leonardo Mota ; passando pelo Dicionário de Expressões Latinas Usuais, de Roberto de Souza Neves  e pelo Não Perca o Seu Latim, de Paulo Rónai.
Como a matéria é muito extensa, publicaremos neste número da Revista Philologus apenas uma relação, das expressões em português e a correspondente latina a que corresponde, direta ou indiretamente.
No próximo número, publicaremos uma seleção de uma centena ou pouco mais dessas expressões, com a indicação das fontes literárias latinas de que se originam, de acordo com os testemunhos dos autores já consultados e de outros que ainda deveremos folhear para melhorar o texto que já está esboçado.
Por enquanto, aqui vai a nossa colaboração, com 558 expressões que tiveram sua origem na literatura latina ou mesmo anterior, visto que não analisamos as fontes das obras latinas citadas em que tais expressões foram utilizadas.
1. A adoção imita a natureza. —  Adoptio naturam imitatur.
2. Nada vem do nada — De nihilo nihil. (Lucrécio)
3. É difícil esquecer de repente um longo amor. — Difficile est longum subito deponere amorem.
4. Quando o pobre dá presente ao rico, parece armar-lhe redes. — Donat cum egenus diviti retia videtur tendere (Catulo).
5. Doce e honroso é morrer pela pátria. — Dulce et decorum est pro patria mori. (Horácio)
6. A afinidade não gera afinidade. — Affinitas affinitatem non generat.
7. A águia não caça moscas. — Aquila non captat  muscas.
8. A arte está em esconder a arte. — Ars est celare artem.
9. A barba não faz o filósofo. — Barba non facit philosophum.
10. A boa árvore dá bons frutos. — Arbor bona fructus bonos facit.
11. A boa vontade supre a obra. — Aequiparat factum nobile velle bonum.
12. A boca fala do que está cheio o coração. — Ex abundanctia enim cordis os loquitur.
13. A boda ou a batizado não vás sem ser convidado. — Alterius festum solum invitatus adibis.
14. A boi velho não busques abrigo. — Aetatem habet, ipse sibi consulte expertus.
15. A caridade começa por casa. — A caridade começa por casa.
16. A cavalo dado não se olha o dente. — Equi donati dentes non inspiciuntur.
17. A César o que é de César. — Quae sunt Caesaris, Caesari.
18. A desgraça de uns é o bem de outros. —  Lucrum unibus est alterius damnum.
19. A desgraça do pobre é querer imitar o rico. — Inops, potentem dum vult imitari, perit.
20. A desgraça vem ser chamada. — Mala ultro adsunt.
21. A Deus nada é impossível. — Nihil est quod Deus efficere non possit.
22. A exceção confirma a regra. — Exceptio regulam probat.
23. A experiência vale mais que a ciência. — Experientia praestantior arte.
24. A fama tem asas. — Fama volat.
25. A fortuna é como o vidro: — tanto brilha, como quebra. — Fortuna vitrea est: tum cum splendet, frangitur.
26. A hora é incerta, mas a morte é certa. — Morte nihil certius est, nihil vero incerta quam ejus hora.
27. A intenção é que faz a ação. — Voluntas pro facto reputatur.
28. A letra, com sangue, entra. — Litterae non entrant sine sanguine.
29. A maior pressa é o maior vagar. — Qui nimium properat serius absolvit.
30. A maior vingança é o desprezo. — Injuriarum remedium est oblivio.
31. A morte não poupa ninguém. — Mors omni aetate communis est.
32. A morte tudo nivela. — Omnia cinis aequat.
33. A necessidade é mestra. — Fames magistra.
34. A necessidade não tem lei. — Necessitas caret lege.
35. A ocasião faz o ladrão. — Occasio facit furem.
36. A palavras loucas, orelhas moucas. — Dementis convitia nihil facias.
37. A pergunta apressada, resposta demorada. — Quaerenti propere danda est responsio lenta.
38. A pressa é inimiga da perfeição. — Festinare docet.
39. A quem quer, nada é difícil. — Volenti nihil difficile.
40. A quem trabalha, Deus ajuda. — Industriam adjuvat Deus.
41. A sorte da guerra é incerta. — Anceps fortuna belli.
42. A sorte está lançada. — Alea jacta est.
43. A verdade dispensa enfeites. — Veritatis simplex oratio.
44. A verdade sai da boca das crianças. — Ex ore parvulorum veritas.
45. A vista do dono engorda o cavalo. — Oculus domini saginat equum.
46. A vitória ama a cautela. — Amat victoria curam.
47. Abuso não é uso, mas corruptela. — Abusus non est usus, sed corruptela.
48. Acaba-se o haver, fica o saber. — Sapientia longe preestat divitiis.
49. Aceita o que é teu e dá o alheio a seu dono. — Accipe quod tuum, alterique da suum.
50. Advogados nascem, juízes fazem-se. — Advocaci nascuntur, judices fiunt.
51. Agir, não falar. — Agere non loqui.
52. Água e pão, comida de cão. — Vilis aqua et panis, potus et esca canis.
53. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. —Gutta cavat lapidem, non vi sed saepe cadendo.
54. Alegação sem prova é como sino sem badalo. — Allegatio sine probatione veluti campana sine pistillo est.
55. Amigo certo conhece-se na hora incerta. — Amicus certus in re incerta cernitur.
56. Amigo certo, nas horas incertas. — Amicum certum in re incerta cerni.
57. Amigo de meu compadre, porém mais da verdade. —  Amicus Plato, sed magis amica veritas.
58. Amigo de todos e de nenhum, tudo é um. — Qui servit communi servit nulli.
59. Amigo velho é parente. — Amicitia vera similis est consanguinitati proximiori.
60. Amigo, a que vieste? — Amici, ad qui venisti?
61. Amigos, amigos!  negócios à parte! — Usque ad aras amicus.
62. Amigos, nem muitos, nem nenhum. — Amandi, nec multi, nec nulli.
63. Amor com amor se paga. — Amor amore compensatur.
64. Amor com amor se paga. — Amor amore compensatur.
65. Amor de asno entra a coices e dentadas. — Dentes atque pedes asinini exordia amoris.
66. Amor e senhoria não quer companhia. — Amor et potestas impatiens consortis.
67. Amor faz muito, mas dinheiro faz tudo. — Plurima praestat amor, sed sacra pecunia cuncta.
68. Amor primeiro não tem companheiro. — Primus amor potior.
69. Andando de dois, se encurta o caminho. — Comes facundus in via pro vehiculo est.
70. Anel de ouro não é para focinho de porco. — Anulus aureus in nare suilla.
71. Antes burro que me leve que cavalo que me derrube. — Malo tutus humi repere quam ruere.
72. Antes calar que com doidos altercar. — Dementis convitia nihil facias.
73. Antes da morte, não louves a ninguém. — Ante mortem ne laudes hominem quemquam.
74. Antes de entrar, pensar na saída. — Res ab exitu spectanda et dirigenda est.
75. Antes de mais que de menos. — Melius est abundare quam deficere.
76. Antes de matar a onça, não se faz negócio com o couro. — Priusquam mactaveris, excorias.
77. Antes invejado que lastimado. — Praestat invidiosum esse quam miserabilem.
78. Antes pobre sossegado que rico atrapalhado. — Liber inops servo divite felicior.
79. Antes que conheças, não louves nem ofendas. — Antequam noveris, a laudando et vituperando abstine.
80. Antes só do que mal acompanhado. — Fecit iter longum, comitem qui liquit ineptum.
81. Antes sofrer injúria, que praticá-la. — Accipere, quam facere, praestat injuria.
82. Antes sofrer o mal que fazê-lo. — Accipere quam facere praetat injuriam.
83. Antes tarde do que nunca. — Utilius tarde quam nunquam.
84. Antes torcer que quebrar. — Flectere commodius validas quam frangere vires.
85. Ao avarento falta o que não tem e falta o que tem. —  Tam desunt avido sua quam quod non habet.
86. Ao homem ousado, afortuna estende a mão. — Audaces fortuna juvat, timidosque repellit.
87. Ao médico, ao advogado e ao abade, falar a verdade. — Abbati, medico, patronoque intima pande.
88. Ao padre, médico e advogado, falar a verdade. — Abbati, medico, potronoque intima pande.
89. Ao que está feito, remédio; ao por fazer, conselho. — Consilium faciendo, facto adhibeto medelam.
90. Ao vivo tudo falta, e ao morto tudo sobra. — Morienti cuncta supersunt.
91. Aprende chorando e rirás ganhando. — Litterarum radices amarae, fructus dulces.
92. Aquele a quem se dá, o escreve sobre a areia; aquele a quem se tira, o escreve sobre o bronze. — In vento scribit laedens; in marmore laesus.
93. Aqui é que está o busílis. — Hoc opus, hic labor est.
94. Arca aberta, o justo peca. — Oblata occasione, vel justus perit.
95. Arrenego de grilhões, ainda que sejam de ouro. — Non bene pro toto libertas venditur auro.
96. Arrenego do amigo que come o meu comigo e o seu consigo. — Absit qui mea manducat mecum et sua secum.
97. Arrufos de namorados são amores renovados. — Amantium ira redintegratio amoris est.
98. As aparências enganam. — Fallitur visio.
99. As boas palavras custam pouco e valem muito. — Verba mollia et efficacia.
100. Asno que tem fome, cardos come. — Jejunus stomachus raro vulgaria temnit.
101. Até prometer, sede escasso. — Quousque promittas tardus, ut festinus praetes.
102. Atrás de mim virá quem bom me fará. — Deterior parvum sanctificare solet.
103. Ausente não pode ser curador de ausente. — Absens absentis curator esse nequit.
104. Ávido do alheio, pródigo do próprio. — Alieni appetens, sui profusus.
105. Barba não dá juízo. — Philosophum non facit barba.
106. Barriga cheia, pé dormente. — Venter plenus somnum parit.
107. Bem jejua quem mal come. — Jejunat satis is qui paucis vescitur escis.
108. Bem parece a guerra a quem não vai nela. —  Bellum dulce inexpertis.
109. Bem sabe mandar, quem soube obedecer. — Bene imperat qui bene paruit aliquando.
110. Bem se lambe o gato, depois de farto. — Cum satur est felis, se totum lambere gaudet.
111. Boa fama vale dinheiro. — Honesta fama est alterum patrimonium.
112. Boca de mel, coração de fel. — Mel in ore, fel in corde.
113. Boca não admite fiador. — Fames et mora bilem in nasum conciunt.
114. Bom é ter pai e mãe, mas comer e beber rapa tudo — Mammas atque tatas nimium conducit habere; sed potum et multum praestat habere cibum.
115. Bom saber é o calar, até ser  tempo de falar. — Prudens in loquendo est tardus.
116. Bom traje encobre ruim “linhage”.  — Obscurum vestis contegit ampla genus.
117. Brevidade e novidade muito agradam. — Grata brevitas, grata novitas.
118. Brigam as comadres, descobrem-se as verdades. — Feminarum furgiis deteguntur vera.
119. Brigas de namorados, amores renovados. — Amantium irae amores integratio sunt.
120. Cachaceiro não tem segredo. — Nullum secretum est ubi regnat ebrietas.
121. Cachorro de cozinha não quer colega. — Dum canis os rodit, socium quem diligit odit.
122. Cachorro, por se avezar, nasceu com os olhos tapados. — Canis festinans caecos catulos parit.
123. Cada cuba cheira ao vinho que tem. — Allia quando terunt, retinent mortaria gusta.
124. Cada qual acode onde mais lhe dói. — Ad commodum suum quisquis callidus est.
125. Cada qual com seu igual. — Pares cum paribus facillime congregantur.
126. Cada qual como Deus fez. —  Ut quemque Deus vult esse, ita est.
127. Cada qual conforme seu natural. — Naturae sequitur semina quisquis suae.
128. Cada qual é dono de suas ventas. —  Velle suum cuique est.
129. Cada qual fala da feira, conforme lhe vai nela. — Ut quisque fortuna utitur, ita loquitur.
130. Cada qual no seu ofício. — Tractent fabrilia fabri.
131. Cada qual puxa a brasa pra sua sardinha. — Omnes sibi prius quam alteri esse volunt.
132. Cada qual sabe onde o sapato lhe aperta. — Ad commodum suum quisquis callidus est.
133. Cada qual sente seu mal. — De damno proprio quisque dolere scit.
134. Cada qual tem a idade que parece ter.  — Factes tua computat annos.
135. Cada qual tem seu defeito. — Aliud alic vitio est.
136. Cada um colhe conforme semeia. — Sementem ut feceris, ita metes.
137. Cala primeiro o que queres que os outros calem. — Alium silere quod voles, primum sile.
138. Cão que ladra não morde. — Canes timidi vehementius latrant.
139. Cão que muito lambe, tira sangue. —  Lembens assidue eliciet canis ore cruorem.
140. Careca não gasta pente. — Quid pectunt qui non habent capillos?
141. Casa tua filha com o filho de teu vizinho. — Nubere vis apte? Vicino nube merito.
142. Casar com os de sua igualha. — Si vis apte nubere, nube pari.
143. Casar é bom, não casar é melhor. —  Qui matrimonio jungit virginem sua bene facit, et qui non jungit melius facit. (São Paulo)
144. Casarás e amansarás.  — Conjugium satis est juvenem dominare ferocem.
145. Cautela e caldo de galinha nunca faz mal a ninguém. — Abundans cautela non nocet.
146. Chave que se usa está sempre limpa. — Ferrum quo non utimur, obducitur rubigine.
147. Chega-te aos bons e serás um deles. —  Non male sedit qui bonis adhaerit.
148. Com bochecha cheia de água ninguém sopra. — Flare simul, sorbere simul, res ardua semper.
149. Com o tempo, vem o tento. — Dies posterior prioris est discipulus.
150. Com paciência e perseverança, tudo se alcança. — Labor improbus omnia vincit.
151. Com teu amo não jogues as pêras. — Potentes ne tentes aemulari.
152. Comer e coçar, tudo está em começar. — Incipis invitus cessasque invitus ab esu.
153. Comer para viver, e não viver para comer. — Edendum tibi est ut vivas, et non vivendum ut edas.
154. Comida feita, companhia desfeita. — Diligis, cadis cum faece sicutis, amici.
155. Como cada um se estima, assim o estimam. — Quantum quisque se ipsum facit, sic fit ab amicis.
156. Conhece-te a ti mesmo. — Nosce te ipsum.
157. Conversa fiada não bota panela no fogo. — Verba non implent  marsupium.
158. Corda puxada se quebra. — Arcus tensus saepius rompitur.
159. Coruja não acha os filhos feios. — Asinus asino et sus sui pulcher est.
160. Crédito é o que os outros nos devem. — Aes sunt quod aliis nobis debentur.
161. Dá duas vezes quem dá depressa. — Bis dat qui cito dat.
162. Da pele alheia, grande correia. — Ex alieno corto longa corrigio.
163. Dádivas quebrantam penhas. — Muneribus vel Dii capiuntur.
164. Dá-se o pé e ele quer a mão. — Digitum stulto ne permittas.
165. De  gota em gota o mar se esgota. — Guttatim pelagi perfluit omnis acqua.
166. De boa árvore, bom fruto. — Arbore de dulci dulcia poma cadunt.
167. De boas intenções o inferno está calçado. — Propositum capiunt Tartara, facta Polus.
168. De casa de gato não sai rato farto. — Ex domo felis discendit mus impransus.
169. De grandes causas, grandes efeitos. — A magnis maxima.
170. De grão em grão, a galinha enche o papo. — Adde parum parvo magnus acervo erit.
171. De grão em grão, a galinha enche o papo. — Molli paulatim flavescit campus arista.
172. De hora em hora, Deus melhora. — Utile quid nobis novit Deus omnibus horis.
173. De longe, vê-se o alto. — Alta a longe cognoscit.
174. De muitos poucos se faz  um muito. — Pusillum pusillo si addas, fiet ingens acervus.
175. De nada nada se faz. — De nihilo nihilum.
176. De noite, todos os gatos são pardos. — Lucerna sublata nihil discriminis inter mulieres.
177. De obras feitas todos são mestres. — Promptius est omnibus judicare quam facere.
178. De pequenino se torce o pepino. — A teneris consuescere multum.
179. De rico a soberbo não há palmo inteiro. —  Associat dives tumidos opulentia fastus.
180. De tal árvore, tal fruto. —  Arbor ex fructu cognoscitur.
181. De vez em quando, o bom Homero cochila. — Aliquando bonus dormitat Homerus.
182. Debaixo duma ruim capa está um bom jogador. — Sub sordido palliolo latet sapientia.
183. Depois da onça morta, até cachorro mija nela. — Leoni mortuo lepores insultant.
184. Depois da tempestade, vem a bonança. — Post nubila, Phoebus.
185. Deus dá o frio conforme a roupa. — Pro ratione Deus dispertit frigora vestis.
186. Deus não lê nas caras e, sim, nos corações. — Deus est solus scrutator cordium.
187. Deus sabe o que faz. — Utile quid nobis novit Deus omnibus horis.
188. Deus, que o marcou, alguma coisa nele achou. — Cavete tis quos natura signavit.
189. Devagar se vai ao longe. — Paulatim deambulando, longum conficitur iter.
190. Devagar, que tenho pressa! — Festina lente.
191. Dinheiro é que faz dinheiro. — Nummus nummum parit.
192. Dito e feito. — Dictum et factum.
193. Dize-me com quem andas e eu te direi as manhas que tens. — Non mos ad vitam, sed consuetudo probanda.
194. Dizendo-se as verdades, perdem-se as amizades. — Veritas odium parit.
195. Do contado como o lobo. — Lupus non curat numerum.
196. Do couro sai a correia. — Ex bove coria sumuntur.
197. Do dito ao feito vai grande eito. — Inter dictum et factum multum differt.
198. Do dizer ao fazer vai muita diferença. — Aliud est facere, aliud est dicere.
199. Do mal guardado come o gato. —  Torpida saepe lupos custodia pascit iniquos.
200. Do perdido perca-se o sentido. — Perditus est, mala qui sequitur vestigia pravi.
201. Do que é novo gosta o povo. — Nova placent.
202. Doença comprida em morte acaba. —  Longa valetudo, certissima mors.
203. Dois olhos vêem mais que um. — Aspiciunt oculi duo lumina clarius uno.
204. Dor de mulher morta dura até à porta. — Confestim fletus emissae conjugis arent.
205. Dos males, o menor.  — Minima de malis.
206. Dos maus costumes nascem as boas leis. — Leges bonae malis ex moribus procreantur.
207. Dos meninos se fazem os homens. —  Crescit in egregios parva juventa viros.
208. Duro com duro não levanta muro. — Mons cum monte non miscetur.
209. É cedo que se formam os costumes. — A teneris consuescere multum est.
210. É mais fácil rasgar que costurar. —  Laedere facile, mederi difficile.
211. É melhor errar com muitos que acertar com poucos. — Sentientum cum multis.
212. É melhor ser bom que de boa raça. — Nostra nos decet, non sanguine niti.
213. É melhor uma boa morte do que uma ruim sorte. — Improba vita, mors optabilior.
214. É melhor uma ruim acomodação que uma boa questão. — Litem ne quaere cum licet fugere.
215. É preferível a eqüidade ao rigor. — Aequitas praeferitur rigore.
216. Elogio de boca própria é vitupério. — Laus in ore proprio villescit.
217. Em boca fechada não entra mosca. — Tutum silentium praemium.
218. Em casa de enforcado não se fala em corda. — Quae dolent ea molestum est contingere.
219. Em casa de mulher rica, fala o marido e ela grita. — Imperat et clamat quaecumque est femina dives.
220. Em longa geração, ha conde e ladrão. — Absque vado fluvius, nec stat sine pelice proles.
221. Em Roma, sê romano. —  Si fueris Romae, Romano vivito more.
222. Em sua casa cada um é rei. — Quilibet est tuguri rex, dominusque sui.
223. Em terra de cegos, quem tem um olho é rei. — Beati monoculi in terra caecorum.
224. Em toda parte há um pedaço de mau caminho. — Commoditas omnis fert sua incommoda.
225. Emprestaste e não cobraste; e, se cobraste, não tanto; e, se tanto, não tal; e, se tal, inimigo mortal. — Si prestabis, non habetis; si habetis, non tam bene; si tam bene, non tam cito; si tam cito, perdis amicum.
226. Enquanto dormem os gatos, correm os ratos. — Dum felis dormit saliunt mures.
227. Enquanto há figos, há amigos. — Fervet olla, vivit amicitia.
228. Enquanto o doente respira, há esperança. — Aegroto dum anima est, spes est.
229. Entende primeiro e fala derradeiro. —  Festinus intellige, tardus loquere.
230. Enterrado, perdoado. —  Parce sepultis.
231. Entre pais e irmão não metas as mãos. — Non patri, nato et fratri rixentibus adstes.
232. Errando é que se aprende. — Errando discitur.
233. Errar é humano. — Errare humanum est.
234. Escolhe os amigos entre os teus iguais. — Amicitia tibe junge pares.
235. Estar comendo brisa. — Rore non pascitur.
236. Estrada aberta é caminho. — Via trita, via tuta.
237. Faça-se justiça, embora desabem os céus. — Fiat justitia et ruat caelum.
238. Falar é fôlego. — Perdere verba leve est.
239. Fartura faz bravura. — Ferociam sacietas parit.
240. Fazer de um argueiro um cavaleiro. — Elephantem ex musca facere.
241. Fazer o bem nunca se perde. — Quae recte fiunt nunquam benefacta peribunt.
242. Fechar a porta depois de arrombada. — Accepto damno januam claudere.
243. Feliz é quem feliz se julga. — Felix est non aliis qui videtur, sed sibi.
244. Filhos criados, trabalhos dobrados. — Grandaevi nati, labores duplicati.
245. Formiga tem catarro. — Etiam formicae sua bilis inest.
246. Formiga, quando quer se perder, cria asas. — Quos Jupiter perdere vult prius dementat.
247. Ganha dinheiro quem tem dinheiro. — Dantur divitiae non nisi divitibus.
248. Ganha fama e deita-te na cama. — Audies bene ab hominibus et tuto vivas.
249. Ganha fama e deita-te na cama. — Bonus rumor alterum est patrimonium.
250. Gato escaldado de água fria tem medo. — Horrescit gelidas felis adustus aquas.
251. Grandes viagens, grandes mentiras. — Longum iter emensus, mendacia longa reportat.
252. Guarda-te de homem que não fala e de cão que não ladra. — Ira quae tegitur nocet.
253. Há males que vêm por bem. — Nunc bene navigavi, cum naufragium feci.
254. Hoje por mim, amanhã por ti. — Hodie mihi, cras tibi.
255. Homem honrado, antes morto que injuriado. — Nobilis, ut vitet probrum, dat pectora ferro.
256. Homem magro, sem ser de fome, vale por dois “home”. — Cavete a macilento non famelico.
257. Hóspede e peixe com três dias fede. — Hospes et piscis tertio quoque die odiosus est.
258. Hóspede jejuador, bem-vindo seja! — Si mea non coenes, gratior hospes es.
259. Igual com igual se apraz. — Igual agrada igual. — Aequalis aequalem delectat.
260. Infeliz da raposa que anda aos grilos. — Tunc male vulpi erit, si muscas prendere tentet.
261. Infeliz do rato que só conhece um buraco. — Mus miser est sabe que solo clauditur uno.
262. Intriga de irmão, intriga de cão. — Fratrum irae acerbissimae.
263. Junta o útil ao agradável. — Utile dulci.
264. Ladrão que furta a ladrão tem cem anos de perdão. — Callidus est latro qui tollit furta latroni.
265. Língua comprida, sinal de mão curta. — Cui lingua est grandis, parvula dextra est.
266. Lobo não come lobo. — Furem fur cognoscit, et lupum lupus.
267. Longe da vista, longe do coração. — Procul ex oculis, procul ex mente.
268. Macaco velho não meta a mão em cumbuca. — Annosa vulpes non capitur laqueo.
269. Mais barato é o comprado que o pedido. — Emere malo quam rogare.
270. Mais faz quem quer do quem pode. — Saepe potestatem solita est superare voluntas.
271. Mais há quem suje a casa que quem a varra. — Qui varrant, pauci; est multus, qui sordidet aedes.
272. Mais sabe o tolo no seu do que o sisudo no alheio. — Sua melius insanus curat quam sapiens aliena.
273. Mais se arrepende quem fala do que quem cala. — Multis lingua nocet: nocuere silentia nulli.
274. Mais se sabe por experiência que por aprender. — Magis experiendo quam discendo cognoscitur.
275. Mais vale a qualidade que a quantidade. — Amplius juvat virtus, quam multitudo.
276. Mais vale amigo na praça do que dinheiro na caixa. — Ubi amici, ibi opes.
277. Mais vale o feitio que o pano. — Materiam superabat opus.
278. Mais vale penhor que fiador. — Pignus fideijussore securius.
279. Mais vale quem Deus ajuda do que quem cedo madruga. — Auxilium superum humanis viribus praestat.
280. Mais vale um “toma” que dois “te darei”. — Bis gratum quod ultro offertur.
281. Mais vale um burro vivo que um doutor morto. — Melior est canis vivis leone mortuo.
282. Mais vale um ovo hoje que uma galinha amanhã. — Ad praesesn ova cras pullis sunt meliora.
283. Mais vale um pássaro na mão que dois voando. — Plus valet passer in manibus, quam sub dubio grus.
284. Mais vale vergonha na cara que mágoa no coração. — Pudere praestat quam pigere.
285. Mal de muitos consolo é. —  Quae mala cum multis patimur leviora videntur.
286. Mal ou bem, com os teus te avém. — In omni fortuna tuis adhaere.
287. Mandar não quer par. — Omnis potestas impatiens consortis erit.
288. Melhor seria se não tivesse nascido. — Bonum erat si non natus non fuisset homo ille.
289. Muito falar, muito errar. — In muktiloquio non deerit stultitia.
290. Muito pode o galo no seu terreiro. — Plurimum valet gallus in aedibus suis.
291. Muito prometer é uma maneira de enganar. — Multa fidem promissa levant.
292. Muito riso é sinal de pouco siso. — Per multum risum stultus cognoscitur.
293. Muitos amigos em geral, e um em especial. — Neque nullis sis amicus, neque multis.
294. Muitos são os chamados, porém poucos os escolhidos. — Multi sunt vocati, pauci vero electi.
295. Mulher andeja fala de todos, e todos dela. —  De cunctis loquitur faemina quae tota cursitat urbe vaga.
296. Mulher boa é prata que soa. — Nil melius muliere bona.
297. Mulher e vidro sempre estão em perigo. — Et vitrum et mulier sunt in discrimine semper.
298. Na barba do tolo aprende o barbeiro novo. — A barba stolide discunt tondere novelli.
299. Na boca do mentiroso o certo se faz duvidoso. — Mendaci ni verum quidem dicenti creditur.
300. Na cauda é que está o veneno. — In cauda venenum.
301. Nada duvida quem nada sabe. —  Ille nihil dubitat qui nullam scientiam habet.
302. Nada tem quem não se contenta com o que tem. — Cui nunquam satis est, possidet ille nihil.
303. Não faças a outrem o que não quererias que ti fizessem. — Quod tibi non vis, alteri ne facias.
304. Não faças aos outros o que não queres que te façam. — Alteri ne facias quod tibi fieri non vis.
305. Não gosta do doce quem não prova o amargo. — Dulcia non novit qui non gustavit amara.
306. Não há bem que sempre dure, nem mal que sempre ature.  — Omnium rerum vicissitudo est.
307. Não há casamento pobre, nem mortalha rica. — Nemo nupsit inops, dives nec mortuus ullus.
308. Não há efeito sem causa. — Causa debet praecedere effectum.
309. Não há gato, nem cachorro que não saiba.  — Lippis et tonsoribus notum.
310. Não há gosto que não custe. — Commoditas omnis fert secum incommoda.
311. Não há gosto sem desgosto. — Fel latet in melle et mel non bibitur sine felle.
312. Não há melhor espelho que amigo velho. — Se gerit egregium speculum veteranus amicus.
313. Não há nada de novo debaixo do sol. — Nihil sub sole novi.
314. Não há regra sem exceção. — Deviat a solitis regula cuncta viis.
315. Não há tempero tão bom como a fome. — Fames optimum condimentum.
316. Não merece o doce quem não prova o amargo. — Dulcia non meruit qui non gustavit amara.
317. Não pode ser meu amigo o amigo de meu inimigo. — Inimici sui amicum nemo in amicitia sumit.
318. Não sabe governar quem não sabe obedecer. — Non bene imperat, nisi qui paruerit imperio.
319. Não saiba a mão esquerda o que faz a direita. — Nesciat sinistra quod faciat dextera tua.
320. Não se aumente a aflição do aflito. — Afflicto non est addenda afflictio.
321. Não se bebe sem ver, nem se assina sem ler. — Inspice bis potum et chartam subscribe scienter.
322. Não se deve aumentar a aflição do aflito. — Afflictis non est addenda afflictio.
323. Não se deve ser juiz de causa própria. — Aliquis non debet esse judex in propria causa.
324. Não se pode demandar contra si mesmo. — A se impetrare ut nom posse.
325. Não suba o sapateiro além da chinela. — Ne sutor ultra crepidam.
326. Não te deves fiar senão naquele com quem já comeste um molho de sal. — Nemini fidas, nisi ei, cum quo prius modium salis absumptseris.
327. Não vás à festa alheia sem ser convidado. — Alterius — festum solum invitatus adibis.
328. Não vê a trave que tem no olho e vê um argueiro no do vizinho. — Aliena vitia in oculis habemus, a tergo nostra sunt.
329. Nas ocasiões é que se conhecem os amigos. — In angustiis apparent amici.
330. Nem só de pão vive o homem. — Non in solo pane vivit homo.
331. Nem tanto, nem tão pouco. — Medio tutissimus ibis.
332. Nem todas as verdades se dizem. —  Non omnia quae vera sunt recte dixeris.
333. Nem todo dia é dia santo. — Nec semper lilia florent.
334. Nem tudo que luz é ouro. — Non omne id quod fulget, aurum est.
335. Ninguém acorde o cão que está dormindo. — Temulentus dormiens non est excitandus.
336. Ninguém dá o que não tem, nem mais do que tem. — Nemo dat quod non habet, nec plus quam habet.
337. Ninguém é moeda de vinte patacas, para agradar a todos. — Nemo omnibus placet.
338. Ninguém é obrigado a fazer o impossível. — Ad impossibilia nemo tenetur.
339. Ninguém é obrigado a fazer o impossível. — Ad impossibilia nemo tenetur.
340. Ninguém é profeta em sua terra. — Nmo propheta acceptus est in patria sua.
341. Ninguém nasce sabendo. — Nemo nascitur sapiens.
342. Ninguém pode ser juiz em causa própria. — Judex in causa propria nemo esse potest.
343. Ninguém pode servir a dois senhores. — Nemo potest duobus dominis servire.
344. Ninguém se contenta com o que tem. — Nemo sua sorte contentus.
345. Ninguém se meta onde não é chamado. — Ad concilium ne accesseris antequam vocaris.
346. No espelho, vê-se o rosto; no vinho, o coração. — Aes formae speculum est, vinum mentis.
347. No meio é que está a virtude. — In medio virtus.
348. No mundo, tudo é vaidade. — Vanitas vanitatum, et omnia vanitas.
349. No sofrer e no abster está todo o vencer. — Sustine et abstine.
350. No vinho está a verdade. — In vino veritas.
351. Novos tempos, novos costumes. — Tempora mutantur et nos in illis.
352. O abuso não tira o uso. — Abusus non tollit usum.
353. O abuso não tolhe o uso. — Abusus non tollit usum.
354. O alheio chora a seu dono. — Res ubicumque sit pro domino suo clamat.
355. O amor é como a tosse: impossível ocultar. — Amor tussisque non celantur.
356. O amor e o poder não querem sócios. — Amor et potestas impaciens consortis.
357. O amor entra pelos olhos. — Ex aspectu nascitur amor.
358. O amor tudo vence. — Amor vincit omnia.
359. O autor louva sua obra. — Auctor opus laudat.
360. O avarento rico não tem parente nem amigo. — Affinem nullum dives avarus habet.
361. O bem que não fizeres, dos teus não esperes. — Frustra sperabis ab alieno, quodipse tibi praestre noluisti.
362. O boi mais velho ensina o mais novo a arar. — A bove majore discit arare minor.
363. O boi pela ponta, o homem pela palavra. — Cornu bos capitur, voce ligatur homo.
364. O bom juiz ouve o que cada um diz. — Judex ille sapit qui darde censet et audit.
365. O bom pastor dá sua vida por suas ovelhas. — Bonus pastor animam suam dat pro ovibus suis.
366. O bom pastor deve tosquiar, e não esfolar o seu rebanho. — Boni pastoris est tondere pecus, non deglubere.
367. O bom vinho escusa pregão. — Laudato vino non opus est hedera.
368. O coração sente e a boca mente. — Aliud in ore, aliud in corde.
369. O costume é uma segunda natureza. — Consuetudo altera natura.
370. O dinheiro excita, mas não sacia o avarento. — Avarum irritat, non satiat pecunia.
371. O erro repetido passa por verdade. — Consensus tollit errorem.
372. O fim coroa a obra. — Finis coronat opus.
373. O fim justifica os meios. — Quum finis est licitus etiam media sunt licita.
374. O hábito não faz o monge. — Habitus non facit monachum.
375. O homem é fogo e a mulher estopa: — vem o diabo e sopra. — Dicitur ignis homo, sic femina stupa vocatur; insuflat deamons: — gignitur ergo focus.
376. O homem faz-se por si. — Faber est quisque tortunae suae.
377. O homem honrado não teme murmúrios. — Ab auditione mala non timebit.
378. O homem põe e Deus dispõe. — Homo proponit, sed Deus disponit.
379. O jogo só é desonroso para o pobre. — Alea turpis mediocribus.
380. O ladrão cuida que todos o são. — Esse sibi similes alios fur judicat omnes.
381. O mal ganhado, o diabo o leva. — Mala parta, male dilabuntur.
382. O muito mimo perde os filhos. — Efficit ignavos patris indulgentia natos.
383. O número dos tolos é infinito. — Stultorum infinitus est numerus.
384. O olho do dono trabalha mais que as mãos. — Dominus vidit multum in rebus suis.
385. O parto da montanha. — Parturiun montes, nascetur ridiculus mus.
386. O passado, passado! — Praeterita mutare non possumus.
387. O perdão faz o ladrão. — Eficit insignem nimia indulgentia furem.
388. O pilão conserva o odor do alho socado. — Allia quando terunt retinent mortaria gustum.
389. O pior de esfolar é o rabo. — Detrahitur cauda nunquam bene pellis ab ima.
390. O pouco com Deus é muito, e o muito sem Deus é nada. —  Nihil sine Dio.
391. O que é bom não dura. — Optima citissime pereunt.
392. O que é bom por si se gaba. — Laudato vino non opus est hedera.
393. O que é de mais mal não faz. — Quod abundat non nocet.
394. O que é raro é caro. — Omnia rara cara.
395. O que é ruim de passar é bom de lembrar. — Quae fuit durm pati meminisse dulce est.
396. O que fizeres, encontrarás. —  Ab alio expectes, quod alteri feceris.
397. O que mulher quer, nem o diabo dá jeito. — Quod non potest diabolus mulier evincit.
398. O que não se faz em dia de Santa Luzia, faz-se noutro qualquer dia. — Quod difertur non aufertur.
399. O que não tem remédio, remediado está.  — De re irreparabile ne doleas.
400. O que o sábio faz primeiro, faz o néscio derradeiro. — Quod sapiens prius facit, stultus posterius.
401. O que se faz de noite, de dia aparece. — Nocte lucidus, interdiu inutilis.
402. O que tem de ser tem muita força. — Fata viam inveniunt.
403. O rogado é mais caro que o comprado. — Hic tua mercatur quia a te saepe precatur.
404. O seu a seu dono. — Suum cuique tribuere.
405. O sol nasce para todos. — Sol lucet omnibus.
406. O sono é parente da morte. — Somnus est frater mortis.
407. O temor de Deus é o princípio da sabedoria. — Timor Domini initium sapientiae est.
408. O tempo é mestre. — Dies posterior prioris est discipulis.
409. O tempo tudo traz. — Omnia fert aetas.
410. O tempo vai e não volta. —  Fugit irreparabile tempus.
411. O tempo voa. — Cito pede labitur aetas.
412. O tolo aprende à sua custa. — Malo accepto sultus sapit.
413. O tolo caldo passa por sabido. — Stultus quoque si tacuerit, sapiens reputabitur.
414. O trabalho é que faz o homem. —  Opus artificem probat.
415. O trabalho regula a paga. — Qualis pagatio, talis laboratio.
416. O trabalho tudo vence. — Labor omnia vincit.
417. O travesseiro é o melhor conselheiro. — In nocte consilium.
418. Obras são amores e não palavras. — Re opitulandum, non verbis.
419. Olho por olho, dente por dente. — Oculum pro oculo, dentem pro dente.
420. Onde bem me vai, tenho mãe e pai. — Ubi bene, ibi patria.
421. Onde está a força maior, cessa a menor. — Ubi major est, minor cedat.
422. Onde ha força, direito se perde. — Jus rationis abest, ubi saeva potentia regnat.
423. Onde há fumaça, há fogo. — Semper flamma fumo proxima est.
424. Onde há mel, há abelhas. — Ubi mel, ibi apis.
425. Onde muitos mandam, ninguém obedece. — Multitudo imperatorum curiam perdidit.
426. Onde o galo canta, aí janta. — Legitimus propria quaestus ab arte venit.
427. Onde o ouro fala, tudo cala. — Auro loquente, nihil pollet quaevis oratio.
428. Onde o padre canta, aí janta. — Legitimus propria quaestus ab arte venit.
429. Os mansos possuem o mundo. — Mites possident terram.
430. Os olhos são a janela da alma. — Oculus animi index.
431. Os pés irão onde quiser o coração. — Illic est oculus qua res quam adamamus.
432. Ouro é o que ouro vale. — Hoc aurum scito pretium quod pr tenet aureo.
433. Ovelha que berra, bocado que perde. — Si corvus posset tacitus pasci, haberet plus dapis.
434. Paga o justo pelo pecador. —  Unius peccata tota civitas luit.
435. Pai e mãe é muito bom, barriga cheia é melhor. — Mammas atque tatas nimium conducit habere; sed potum et multum praestat habere cibum.
436. Paixão cega a razão. — Amor caecus.
437. Palavra e pedra que se soltam não têm volta. — Verbum emissum non redit.
438. Palavras ditas, pancadas dadas. — In maledicto plus injuriae quam in manu.
439. Palavras, leva-as o vento. — Verba volant.
440. Panela que muitos mexem, ou sai insossa ou salgada. — Quod multum commune est, minima abdhibitur diligentia.
441. Pão de hoje, carne de ontem e vinho de outro verão fzem o homem são. — Carnem hesternam, panem hodiernum, annotina vina, sume libens dicto tempore, sanus eris.
442. Papagaio velho não aprende a falar. — Psittacus vetus non discit loqui.
443. Para cavalo novo, cavaleiro velho. — Antiquus pullum scandere novit eques.
444. Para grandes males, grandes remédios. — Extremis morbis, extrema, exquisita remedia optima sunt.
445. Para não acabar, é melhor não começar. — Aut non tentaris, aut perfice.
446. Para o passarinho, não há como seu ninho. — Cespite natali quilibet optat ali.
447. Para que cego com espelho? — Quid caeco cum speculo?
448. Para tudo há remédio, menos para a morte. — Contra vim mortisnon est medicamen in hortis.
449. Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. — Lignum tortum haud unquam rectum.
450. Pedra que rola não cria limo. — Musco lapis volutus non abducitur.
451. Pela amostra se conhece a chita. — E fimbria de texto judicatur.
452. Pela linha vi a tinha. — Morbus hereditarius.
453. Pelo dedo se conhece o gigante. — Ab ungibus leo.
454. Pelo dedo se conhece o gigante. — Ex digito gigas.
455. Pelo dedo se conhece o leão. — A digito cognoscitur leo.
456. Pelo fruto se conhece a árvore. — Arbor ex frutcu cognoscitur.
457. Pelos frutos se conhece a árvore. — A fructibus eorum cognoscetis eos.
458. Pequenas dívidas fazem grandes inimigos. — Aes debitorum leve, grave inimicum facit.
459. Perca-se tudo, menos a honra. — Omnia si perdas, famam servare memento.
460. Perdoar ao mau é dizer-lhe que o seja. — Bonis nocet qui malis parcit.
461. Pobre muda de patrão, mas não de condição. — Pauper dominum, non sortem mutat.
462. Pobre não tem amigo nem parente. — Inopi nullus amicus.
463. Por bem fazer, mal haver. — Pro beneficio maleficium accipere.
464. Por fora muita farofa, por dentro molambo só. — Res modo formoase foris, intus erunt maculosae.
465. Porta aberta, o justo peca. — Oblata occasione, vel justus perit.
466. Portador não merece pancada. — Nuntio nihil imputandum.
467. Pouco fel faz azedo muito mel. — Ex gutta mellis generantur flumina fellis.
468. Pra mula velha, cabeçada nova. — Mula senex fulvis orntur saepe lupatis.
469. Preso e cativo não tem amigo. — Donec eris felix, multos numerabis amicos.
470. Princípios ruins, desgraçados fins. — Mali principii malus exitus.
471. Procurar agulha em palheiro. — Acum in meta foeni quaerere.
472. Quando Deus não quer, Santos nãorogam. — Nolente Deo, effundentur inaniter preces.
473. Quando Deus quer, com todos os ventos chove. — Largitur pluvias, ubi vult divina potestas.
474. Quando os gatos não estão em casa, os ratos passeia por cima da mesa. — Audacem reddit felis absentia murem.
475. Quando os meus males forem velhos, os de alguém serão novos. — Quid rides me flente? — novum tibi crede futurum luctum, forte meus cum mihi priscus erit.
476. Quando um não quer, dois não brigam. — Unus duntaxat non preliatur.
477. Quanto maior é a ventura, tanto menos é segura. — Nemo infelicitati propinquior, quam nimis felix.
478. Quanto mais besta, mais peixe. — Fortuna favet fatuis.
479. Quanto mais se vive, mais se vê. — Multa ferunt anni venientes commoda secum.
480. Quatro olhos vêem mais do que dois. — Auspiciunt oculi duo lumina clarius uno.
481. Queijo de ovelha, leite de cabra, manteiga de vaca. — Caseum ovis, lac capra mi dent et vacca butyrum.
482. Quem  vaca de el-rei come magra, gorda a paga. — Est qui macram regis vaccam, solvit opimam.
483. Quem a boa árvore se chega, boa sombra o cobre. — Non male sedet qui bonis adhaeret.
484. Quem aconselha não obriga. — Nemo consilio obligatur.
485. Quem adiante não olha, atrás se fica. — Qui nimium properat, serius absolvit.
486. Quem ama a Beltrão, ama seu cão. — Qui me amat, meos diligit.
487. Quem ama a Beltrão, ama seu irmão. — Qui me amat meos diligit.
488. Quem anda no mar aprende a rezar. — Qui nescit orare, pergat ad mare.
489. Quem aos vinte não barba, aos trinta não casa e aos quarenta não tem, não barba, não casa, não tem. — Sera sunt baba pos vigesimum, scientia post trigesimum, divitiae pos quadragesimum.
490. Quem as coisas muito apura, não vive vida segura. — Qui nimis inquirit, multa pericla subit.
491. Quem bem ama, bem castiga. — Qui bene amat, bene castigat.
492. Quem bem vive, bem morre. —Qui vult rite mori, ne prave vivat oportet.
493. Quem cala não quer barulho. — Omnia qui reticet, munera pacis habet.
494. Quem cala vence. — Silentii tutum praemium.
495. Quem cala, consente. — Qui tacet, consentire videtur.
496. Quem cedo dá, dá duas vezes. — Bis dat qui cito dat.
497. Quem com coxo anda, aprende a mancar. — Semper eris similis cum quibus esse cupis.
498. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. — Qui gladio ferit, gladio perit.
499. Quem comeu a carne que roa os ossos. — Faecem bibat qui vinum bibit.
500. Quem compra e mente, na bolsa o sente. — Mendacem emptorem crumena arguit.
501. Quem corre atrás de dois, um vai embora.  — Lepores duos insequens, neutrum capit.
502. Quem corre, cansa; quem anda alcança. — Festinatio tarda est.
503. Quem dá aos pobres empresta a Deus. — Qui dat pauperi non indigebit.
504. Quem dá o pão dá o castigo. — Dum repascis natos pane, flagella premant.
505. Quem dá o que é seu, sem ele se fica. — Si tua das cunctis omnia, multa feres.
506. Quem desdenha quer comprar. — “Malum est, malum est”, dicit omnis emptor.
507. Quem deve a quem me deve, a mim me deve. — Debitor debitoris mei debitor meus est.
508. Quem diabos compra, diabos vende. — Daemonium vendit qui daemonium prius emit.
509. Quem dinheiro tiver, fará o que quiser. — Pecuniae obediunt omnia.
510. Quem diz o que quer, ouve o que não quer. — Quis quae vult dicit, quae non vult audit.
511. Quem é teu inimigo? — É o oficial de teu ofício. — Faber fabro invidit.
512. Quem escuta, de si ouve. — Experta est linguas auris iniqua malas.
513. Quem está bem, deixe-se estar. — Regula certa datur: qui stat bene ne moveatur.
514. Quem está com fome, não escuta conselhos. — Venter auribus caret.
515. Quem está trabalhando, a Deus está se encomendando. — Laborare est orare.
516. Quem faz o mal, espere outro tal. — Ab alio spectes alteri quod feceris.
517. Quem faz uma vez, faz duas e três. — Semel artiex, millies artifex esse potest.
518. Quem foi Naninha! — Quantum mutatus ab illo!
519. Quem foi ruim, não deixa de ser. — Semel malus, semper malus.
520. Quem fz neste mundo, aqui mesmo paga. — Quisquis iniqua facit, patiatur iniqua, necesse est.
521. Quem graças faz, graças merece. — Gratia gratiam parit.
522. Quem mais alto sobe, maior queda dá. — Quo quisque est altior, eo est periculo proximior.
523. Quem mais duvida, mais aprende. — Dubitando ad veritatem parvenimus.
524. Quem mais duvida, mais aprende. — Dubium sapientiae initium.
525. Quem mais grita não é quem tem mais razão. — Copia sermonis non est consors rationis.
526. Quem mais tem, mais deseja. — Plurima cum tenuit, plura tenere cupit.
527. Quem mal começa, mal acaba. — Mali principii malus exitus.
528. Quem mal cospe, duas vezes se alimpa. — Bis tergendus erit qui male sputa jacit.
529. Quem mal fala, pior ouve. — Malecicens pejus audit.
530. Quem muito abarca, pouco aperta. — Plurima conants prendere pauca ferunt.
531. Quem muito fala, muito enfada. — Malo tacere mihi quam mala verba loqui.
532. Quem muito fala, muito erra. — Multis lingua nocet: — nocuere silentia nulli.
533. Quem muito pede, muito fede. — Importunus erit crebo quicumque rogabit.
534. Quem não aceita conselhos, não merece ajuda. — Qui se consuluit solus secum ipse dolebit.
535. Quem não aparece, se esquece. — Tam procul ex oculis quam procul ex corde.
536. Quem não arrisca, não petisca. — Nihil lucri cepit qui nulla pericla subivit.
537. Quem não avança, recua. — Non progredi est regredi.
538. Quem não é por mim, é contra mim. — Qui non est mecum, contra me est.
539. Quem não o conhecer, que o compre. — Tollat te, qui te non novit.
540. Quem não pode o menos, não pode o mais. — Cui non licet quod est minus, utique non licet quod est plus.
541. Quem não quer quando pode, não pode quando quer. — Nulli pro libito est unquam concessa libertas.
542. Quem não quer trabalho, não quer ganho. — Molam qui vitat, farinam vitat.
543. Quem não sabe calar, não sabe falar. — Qui nescit tacere, nescit et loqui.
544. Quem não sabe falar, é melhor calar. — Praestat tacere quam stulte loqui.
545. Quem não sabe fingir, não sabe governar. — Qui nescit dissimulare, nescit regnare.
546. Quem não sabe sofrer, não sabe vencer. — Vincit qui tapitut.
547. Quem não tem cabeça, não carrega chapéu. — Carente capite non opus est pileo.
548. Quem não tem farinha, pra que quer peneira? — Qui caret asino, clitellam ne quaerat.
549. Quem não tem vergonha, todo o mundo é seu. — Cui pudor non est, orbi dominator.
550. Quem não trabalha, não come. — Qui non laborat, non manducet.
551. Quem nega e depois faz, quer paz. — Ille est pacis amans, quicunque negata retracta.
552. Quem o alheio veste, na praça o despe. — Qui furtim accipit, palam exsolvit.
553. Quem o feio ama, bonito lhe parece. — Suum cuique pulchrum.
554. Quem paga o que deve, aumenta o que é seu. — Solve aes alienum et quod te cruciat, scias.
555. Quem pode o mais, pode o menos. — Cui licet quod est plus, licet utique quod est minus.
556. Quem pode ser seu, sendo de outro é sandeu.  — Alterius non sit qui suus esse potest.
557. Quem poupa os maus, prejudica os maus. — Bonis nocet qui malis parcet.
558. Quem primeiro anda, primeiro manja. — Primus veniens, primus molet.
559. Quem procura, acha. — Qui bene perquirunt, promptius inveniunt.
560. Quem quer tudo, tudo perde. — Avidum sua saepe deludit aviditas.
561. Quem quiser cedo engordar, coma com fome e beba devagar. — Si potes lente, capiasque famelicus escam optatam, exiguo tempore pinguis eris.
562. Quem ri hoje, chora amanhã. — Post gaudia, luctus.
563. Quem se faz de mel, moscas o comem. — Si dulcis fias ut mel, te musca vorabit.
564. Quem se faz de ovelha, o lobo o come. — Quisquis ovem simulat, hunc lupus ore vorat.
565. Quem se sentir sem culpa, atire a primeira pedra. — Qui est sine peccato, primum in illa lapidem mittat.
566. Quem se vence, vence o mundo. — Vincere cor proprium plus est quem vincere mundum.
567. Quem se veste de ruim, veste-se duas vezes no ano. — Bis anno vestiri si vis, vilem indue pannum.
568. Quem semeia ventos, colhe tempestades. — Ventum seminabunt et turbinem metent.
569. Quem sempre mente, vergonha não sente. — Semper mendax impudens.
570. Quem sozinho comeu seu galo, sozinho sele seu cavalo. — Qui solus comedit, solus sua pondere gestat.
571. Quem tem amor, tem ciúme. — Qui non zelat, non amat.
572. Quem tem carneiro, tem lã. — Semper habet lanam, cui copia larga bibentum.
573. Quem tem inimigo, não dorme. — In periculo non est dormiendum.
574. Quem tem o que perder, tem o que comer. — Plura timenda divitibus.
575. Quem tem ofício, tem benefício. — Ars portus miseriae.
576. Quem tem telhado de vidro não atira pedra no dos outros. — Desinant maledicere malefacta ne noscant sua.
577. Quem trabalha o dia inteiro, acha mole o travesseiro. — Dulcis est somnus operantis.
578. Quem tudo quer tudo perde. — Avidum sua saepe deludit aviditas.
579. Quem vê a barba do vizinho arder, bota a sua de molho. — Jam tua res agitur, paries cum proximus ardet.
580. Quem vê cara, não vê coração. — Frons, oculi, vultus persaepe mentiuntur.
581. Quem vier atrás, que feche a porteira. — Qui postremus abit, redeuntibus ostia claudet.
582. Querer é poder. — Volle est posse.
583. Questão puxa questão. — Lis litem parit.
584. Raio não cai em pau deitado. — Periunt summos fulmina montes.
585. Raposa cai o cabelo, mas não deixa de comer galinha. — Lupus pilum mutat, non mentem.
586. Raposa que dorme não apanha galinha. — Dormiens nihil lucratur.
587. Raposa velha não cai em armadilha. — Annosa vulpes non capitur laqueo.
588. Remenda teu pano, durará mais um ano; remenda outra vez, durará mais um mês; torna a remendar, pra então se acabar. — Se vestem repares, longum durabis in annum.
589. Resposta branda a ira quebranta. — Responsio mollis frangit iram.
590. Rico avarento não tem parente, nem amigo. — Affinem nullum dives avarus habet.
591. Rico é quem se contenta com o que tem. — Sorte sua quisque dives, si contentus.
592. Roma não se fez num dia. — Non fuit in solo Roma peracta die.
593. Saltar das brasas e cair nas labaredas. — Incidit in flammam cupiens vitare favillas.
594. Saram cutiladas e não más palavras. — In maledicto plus injuriae quam in manu.
595. Saúde cuidada, vida conservada. — Custodit vitam qui vustodit sanitatem.
596. Se as armas falam, as leis se calam. — Silent inter arma leges.
597. Se há de mais tarde chorar o pai, chore agora o filho. — Melius est pueri fleant quam senes.
598. Se há de se dar ao rato, dê-se ao gato. — Accipiat felis quae vellent rodere mures.
599. Se queres a paz, prepara-te para a guerra. — Si vis pacem, para bellum.
600. Se queres ser velho moço, faze-te velho cedo. — Mature fies senex, si diu velles esse senex.
601. Se te dá o pobre, é para que mais te tome. — Dat tibi, ut accipiat duplicata numismata, egenus.
602. Sem conheceres, não louves nem ofendas. — Antequam noveris a laudando et vituperando abstine.
603. Sem dinheiro, tudo é vão. — Absque argento omnia vana.
604. Só s sabe o que é saúde quando se está doente. — Pretiosa quam sit sanitas morbus docet.
605. Sobre gosto não se discute. — De gustibus et coloribus non est disputandum.
606. Sol e sal livram a gente de muito mal. — Cum sale et sole omnia fiunt.
607. Tal amo, tal criado. — Qualis dominus, talis servus.
608. Tal pai, tal filho. — Qualis pater, talis filius.
609. Tal vida, tal morte. — Tal vida, tal morte.
610. Tantas cabeças, tantas opiniões. — Tot capita, tot sententiae.
611. Tanto tens, tanto vales. — Nihil satis est, quia tanti, quanti habeas, sis.
612. Tanto vai o pote à bica, que um dia lá se fica. — Cantharus assidue gestatus perdidit ansam.
613. Tão bom é o ladrão como o consentidor. — Agentes et consentientes pari poena puniuntur.
614. Tarde dar é o mesmo que negar. — Tarde benefacere nolle est.
615. Tarde piaste! — Sero venisti.
616. Temer a morte é morrer duas vezes. — Crudelius est quam mori semper mortem timere.
617. Tempo de guerra, mentira como terra. — Multa in bellis inania.
618. Tempo é remédio. — Tempus tempora temperat.
619. Tempo perdido não se recupera. — Praeteritum tempus umquam revertitur.
620. Toda comparação é odiosa. — Omnis comparatio odiosa.
621. Toda sobra é demasiada. —  Ne quid nimis.
622. Tolo é quem cuida que o seu inimigo se descuida. — Hostis nunquam contemnendus.
623. Tosse, amor e febre ninguém esconde. — Amor tussisque non celantur.
624. Trabalho bem começado, meio acabado. — Dimidium facti qui bene coepit habet.
625. Trato é trato. — Pacta sunt servanda.
626. Triste de quem morre! — Vae mortuis!
627. Tudo na vida quer tempo e medida. — Mensura omnium rerum optima.
628. Tudo passa sobre a terra. — Tempus longum vitiat lapidem.
629. Tudo pode ser, sem ser milagre. — Omnia eveniunt ut sunt humana.
630. Tudo que é demais aborrece. — Quod nimium est, laedit.
631. Um abismo atrai o outro. — Abyssus abyssum invocat.
632. Um gago entende o outro. — Balbus balbum intellegit.
633. Um grão não enche o celeiro, mas ajuda o companheiro. —  Singula quae non possunt multa collecta juvant.
634. Um ruim conhece outro. — Bestia bestiam novit.
635. Uma andorinha só não faz verão. — Una hirundo non facit ver.
636. Uma desgraça nunca vem só. —  Malis mala succedunt.
637. Uma faca amola a outra. — Ferrum ferro acuitur.
638. Uma mão lava a outra e ambas o rosto. — Dextra fricat laevam, vultus fricatur ab illis.
639. Uma mentira acarreta outra. — Fallacia alia aliam trudit.
640. Uma testemunha, nenhuma testemunha. — Testis unus, testis nullus.
641. Uns plantam, outros colhem. — Alii sementem faciunt; alii metent.
642. Usa e serás mestre. — Usus optimus rerum magister.
643. Usar, não abusar. — Uti, non abuti.
644. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. — Vanitas vanitatum, omnia vanitas.
645. Vão as leis onde querem os reis. — Quae vult rex fieri, sanctae sunt congrua legi.
646. Vasilha ruim não se quebra. — Vas malum non frangitur.
647. Velhice é doença. — Senectus est morbus.
648. Velhice e mercadoria ruim levam-se às costas. — Aetas mala merx mala terga.
649. Velhice, segunda meninice. — Senectus est velut altera pueritia.
650. Vence quem se vence. — Vincit qui se vincit.
651. Vender em casa, comprar na feira. — Vende domi, emi in mundinis.
652. Ver para crer. — Oculis magis habenda fides quam auribus.
653. Ver, ouvir e calar. — Auribus frequentius quam lingua utere.
654. Vinho do meio, mel de baixo, azeite de cima. — Vinum intra, subsidant mella, superstet oliva.
655. Vinho velho, amigo velho e ouro velho. — Annosum vinum, socius vetus et vetus aurum.
656. Viúva rica com um olho chora e com o outro repica.  — Si vidua est locuples, lacrimoso lumine ridet.
657. Viva a galinha com a sua pevide! — Morbosam retine vitam formidine mortis.
658. Voz do povo, voz de Deus. — Vox populi, vox Dei est.