sexta-feira, 29 de julho de 2011

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Quinta-feira, 28 de Julho de 2011

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo XVIII Tempo Comum
31 de Julho de 2011
O banquete - a fartura de Deus
A imagem do banquete aparece muito na Bíblia para demonstrar a intimidade de Deus com o seu povo. Isaías recorre muito a essa imagem. Nesta passagem o profeta reanima a esperança dos hebreus deportados na Babilónia com a promessa de que Deus oferecerá uma grande abundância de felicidade (o vinho representa abundância e é sinal da festa). Neste texto descobrimos a certeza também para nós de que nada está perdido, quando somos confrontados com dificuldades não devemos desanimar, mas confiar e acreditar que Deus nos chama para a fartura da alegria e da felicidade do sentido da vida que a Sua intimidade revela. Consideremos este texto um convite, um convite que é dirigido primariamente aos «pobres de Iahweh», os sedentos, os indigentes... Porque o amor preferencial de Deus está votado em primeiro lugar para esses.
O milagre da multiplicação dos pães é dos mais impressionantes. Assim é que o encontramos relatado nos 4 Evangelhos. A multidão segue Jesus até ao deserto, aí Jesus compadecido mata a fome ao povo. Eis uma imagem do banquete da fartura que Deus tem para oferecer. É interessante o diálogo de Jesus com os discípulos descrentes e a capacidade que Jesus manifesta para resolver um problema. Quanto mais impotente a vertente humana quanto mais se manifesta a maravilha da acção de Deus («Os discípulos, ainda só o consideram como homem» - S. João Crisóstomo). As sobras e o número dos comensais manifestam o quanto é abundante o dom de Deus. Os discípulos sãos os mediadores entre Jesus e o povo, esta acção continua hoje na Igreja e pela Igreja que convida os fiéis a saborearem a Eucaristia e a Palavra de Deus como alimento do céu para o seu interior. Nesse encontro encontro eucarístico, os comensais, tomam o ingrediente da coragem, o sentido para a vida e a esperança no futuro. Estes são os principais elementos do banquete de Deus que devem ser servidos a todos com a mesma solicitude de Jesus, muito bem expressa no texto do Evangelho. Muito mal andamos quando alguns na Eucaristia não podem saciar-se com os elementos visíveis, porque qualquer contingência da sua vida esbarra com regras pouco cristãs. Estes irmãos são como se nós convidássemos alguém para jantar e depois não permitíssemos que ele comesse junto connosco.
O Cristão que saboreia em Jesus a liberdade, também acolhe uma vida nova em que está presente o Espírito de Cristo Ressuscitado, que o liga ao Pai e ao Filho. Tudo isto envolto no grande amor de Deus por nós. Quem recebe esse amor não tem nada a temer. Pode vencer todas as dificuldades que encontra diante da relação com os outros. A enumeração impressionante de forças misteriosas, espirituais e cósmicas, que segundo a opinião corrente influenciavam a vida dos homens, serve para concluir uma vez mais de forma consistente, nada nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Cristo. O amor de Cristo é, pois, o fundamento da nossa liberdade e da nossa esperança.
JLR