Quinta-feira, 28 de Julho de 2011
Comentário à Missa do Próximo Domingo
 
    Domingo XVIII Tempo Comum
     31 de Julho de 2011
O banquete - a fartura de Deus 
               A imagem do banquete aparece muito na Bíblia para  demonstrar a intimidade de Deus com o seu povo. Isaías recorre muito a  essa imagem. Nesta passagem o profeta reanima a esperança dos hebreus  deportados na Babilónia com a promessa de que Deus oferecerá uma grande  abundância de felicidade (o vinho representa abundância e é sinal da  festa). Neste texto descobrimos a certeza também para nós de que nada  está perdido, quando somos confrontados com dificuldades não devemos  desanimar, mas confiar e acreditar que Deus nos chama para a fartura da  alegria e da felicidade do sentido da vida que a Sua intimidade revela.  Consideremos este texto um convite, um convite que é dirigido  primariamente aos «pobres de Iahweh», os sedentos, os indigentes...  Porque o amor preferencial de Deus está votado em primeiro lugar para  esses.
      O milagre da multiplicação dos pães é dos mais impressionantes. Assim é  que o encontramos relatado nos 4 Evangelhos. A multidão segue Jesus até  ao deserto, aí Jesus compadecido mata a fome ao povo. Eis uma imagem do  banquete da fartura que Deus tem para oferecer. É interessante o diálogo  de Jesus com os discípulos descrentes e a capacidade que Jesus  manifesta para resolver um problema. Quanto mais impotente a vertente  humana quanto mais se manifesta a maravilha da acção de Deus («Os  discípulos, ainda só o consideram como homem» - S. João Crisóstomo). As  sobras e o número dos comensais manifestam o quanto é abundante o dom de  Deus. Os discípulos sãos os mediadores entre Jesus e o povo, esta acção  continua hoje na Igreja e pela Igreja que convida os fiéis a saborearem  a Eucaristia e a Palavra de Deus como alimento do céu para o seu  interior. Nesse encontro encontro eucarístico, os comensais, tomam o  ingrediente da coragem, o sentido para a vida e a esperança no futuro.  Estes são os principais elementos do banquete de Deus que devem ser  servidos a todos com a mesma solicitude de Jesus, muito bem expressa no  texto do Evangelho. Muito mal andamos quando alguns na Eucaristia não  podem saciar-se com os elementos visíveis, porque qualquer contingência  da sua vida esbarra com regras pouco cristãs. Estes irmãos são como se  nós convidássemos alguém para jantar e depois não permitíssemos que ele  comesse junto connosco. 
      O Cristão que saboreia em Jesus a liberdade, também acolhe uma vida nova  em que está presente o Espírito de Cristo Ressuscitado, que o liga ao  Pai e ao Filho. Tudo isto envolto no grande amor de Deus por nós. Quem  recebe esse amor não tem nada a temer. Pode vencer todas as dificuldades  que encontra diante da relação com os outros. A enumeração  impressionante de forças misteriosas, espirituais e cósmicas, que  segundo a opinião corrente influenciavam a vida dos homens, serve para  concluir uma vez mais de forma consistente, nada nos poderá separar do  amor de Deus manifestado em Cristo. O amor de Cristo é, pois, o  fundamento da nossa liberdade e da nossa esperança. 
               JLR