domingo, 3 de julho de 2022

Erros do passado por causa de interesses inconfessáveis....

1821: O REGRESSO DO REI D. JOÃO VI Há 201 anos, o rei D. João VI regressou a Lisboa, depois de quase 14 anos de permanência da corte no Brasil. Repetidas Salvas das Fortalezas, do Castello, e Embarcações de guerra, anunciarão aos heroicos habitantes desta Capital a feliz chegada do nosso Rei Constitucional. S. M. entrou neste porto a bordo da Náo D. João VI seguida de outras embarcações de guerra e mercantes: tendo todas fundeado defronte da Cordoaria (Diário da Regência, n.º 156, 4.ª feira, 4 de julho de 1821, p.20) Após o triunfo da Revolução Liberal em 1820 (reunindo-se os movimentos revoltosos do Porto e de Lisboa no Rossio, a 1 de outubro), foram convocadas Cortes Constituintes, das quais haveria de resultar a redação de uma Constituição (1822). As reuniões iniciaram-se a 26 de janeiro de 1821, sendo uma das principais queixas a permanência da família real no Brasil. Pressionado pelas decisões em Portugal e por um processo constituinte não controlado, D. João VI partiu do Rio de Janeiro em abril e chegou a Lisboa a 3 de julho de 1821. A viagem pelo Atlântico fez-se na nau D. João VI e, com o monarca, voltavam a Portugal cerca de 4.000 pessoas, consumando-se assim a transferência da capital do reino, do Rio de Janeiro para Lisboa. Terminava, desta forma, a aventura de comando de um império ultramarino por uma monarquia europeia sediada no Novo Mundo, processo iniciado em novembro de 1807, ante a iminência de invasão do país pelas tropas napoleónicas. A 3 de julho de 1821, a comitiva concentrou-se na área da Junqueira, mas a entrada solene de D. João VI na cidade só se fez no dia seguinte, no Cais do Terreiro do Paço, onde o monarca foi formalmente recebido por uma delegação representativa das Cortes. O antigo Terreiro do Paço (Praça do Comércio) era ainda o local onde se procediam às chegadas de aparato na cidade, ato que foi revestido de pleno simbolismo e solenidade. O rei aceitou reconhecer a autoridade das Cortes na governação do reino, assumindo o Diário da Regência o regresso do rei constitucional, muito antes de ser conhecida a versão final da Constituição. Imagem: Desembarque d' El Rei Dom João VI Constantino de Fontes, gravador (1777-1835) Século XIX, 2.º quartel Gravura …

sábado, 2 de julho de 2022

Currente Calamo! (Ao correr da pena...)

Ao correr da pena Por Eleutério Gouveia Sousa Ao correr da pena, histórias e vivências que não "volverán!" Sempre que possível procuro ser otimista! Nasci em uma ilha (Madeira) e o mar, tão perto, nos dá aquela amplitude que ultrapassa a exiguidade da terra firme.... A imaginação nos leva a lugares remotos como a querer materializar "outras terras, outras gentes", alicerçada por uma cultura marinheira que nos acompanha desde a infância nos livros do ensino primário e relatos de emigrantes quase sempre conhecidos, que se aventuraram para outros lugares.... A caravela e a cruz de Cristo são uma identidade de nós, portugueses! Sulcar as ondas, enfrentar tempestades, faz-nos possuir uma têmpera inquebrantável que parece ser um DNA próprio de uma raça.... O mar, que nos alimenta a Saudade, nas brisas e calmarias, entre horizontes misteriosos e nuvens tormentosas que anunciam uma tempestade, nos ensina a enfrentar as adversidades quase sempre sozinhos.... As novas terras, mais do que uma conquista em si, passam a ser um novo lar onde nos alicerçamos e formamos família, procurando sempre passar a nossa identidade..... Sinto que a vida me escapa, que esta aventura nos trópicos é uma memória pessoal, mas, com certeza, alimentada por uma nostalgia especial de tempos idos em uma Ilha maravilhosa, tranquila, que, em dia aziago deixei para seguir a aventura que me chamava desde "terras ignotas" mas que passaram a fazer parte do meu DNA, também!

O impossível demora um pouco mais....

O impossível demora um pouco mais.... Por Eleutério Gouveia Sousa Lutar sempre..... é uma ordem da natureza! Existiu um rei que foi presenteado com duas lindas águias. Com o passar dos dias, o monarca notou que uma delas voava bem alto no céu, enquanto a outra ficava sempre pousada sobre o galho de uma árvore gigante. Sempre o mesmo galho. Preocupado, pediu para que alguém no palácio encontrasse um especialista que ensinasse aquela águia a voar. Surpreso, no outro dia, quando chegou na sacada, o rei viu as duas águias em deslumbrantes voos. Feliz em ver a cena, procurou o especialista e perguntou: O que você fez para ensiná-la a voar tão bem assim? Com simplicidade, o servidor respondeu: A sua águia estava apegada ao galho. Assim, tudo que eu fiz foi cortar o galho da árvore. Muitas vezes, a vida irá cortar o nosso galho e nos obrigar a voar. Acomodamo-nos a situações, a cenários que, na maioria das vezes, não nos deixam crescer, ou não nos permitem ser quem realmente somos. Os primeiros momentos são de choque, medo, insegurança. Não sabemos o que fazer. Bate o desespero. No entanto, estamos apenas sendo forçados a aprender, a crescer, a encontrar a nossa essência de ser que voa, assim como a águia. Por isso, qualquer que seja a situação em que nos encontremos, agora, confiemos que isso só está acontecendo para que aprendamos a voar. Para nos ensinar a amadurecer e nos tornarmos a pessoa que nascemos para ser, com todo nosso potencial. Haverá situações que nós mesmos teremos que serrar esse galho. Trabalho difícil, doloroso, mas extremamente necessário. Teremos que mudar, rever, renascer. Mudar de postura. Mudar os hábitos. Mudar a forma de encarar questões que nos incomodam. Por vezes, o galho a ser cortado será a dependência excessiva dos outros, as relações tóxicas, o tempo a mais do filho na casa dos pais, o emprego que não nos satisfaz a alma. São tantos os galhos... Apego a pessoas, a coisas, a situações são galhos que nos impedem de alçar voos mais altos. Quando as pessoas passam por situações desesperadoras, das quais não têm controle algum, as ouvimos dizer que gostariam de voltar para a barriga da mãe. Tudo era tão mais simples, mais fácil. Olha aí o galho. Galho que foi cortado depois de nove, oito meses, ou até antes. Deixamos o conforto do útero materno para chegar ao mundo mais uma vez. Aceitemos nossa essência de seres alados. Aprendamos tudo que os ares do planeta têm a nos ensinar. Somos águias que podem ganhar alturas inimagináveis. Enxerguemos tudo de cima, visão de altitude, que sonda a face toda da Terra. Seres alados. Conquistemos os céus. Que a luz e a paz de Jesus nos protejam em nossas escolhas.