sexta-feira, 31 de julho de 2009

Alfabeto Semítico (continuação)

A Torre de Babel - Segundo a Bíblia, a soberba dos homens deixou-os incomunicáveis...
Além disso, o significado dessas palavras devia se associar diretamente a hieróglifos egípcios que pudessem ser usados para representar os sons iniciais. A primeira palavra da lista era aleph (boi) e para representá-la foi escolhido o hieróglifo que era o desenho de uma cabeça de boi. A segunda palavra foi beth (casa), que ficou associada ao hieróglifo que representava uma casa. Obviamente, em egípcio, esses hieróglifos estavam associados às mesmas idéias mas não aos mesmos sons. Por exemplo “casa” em egípcio é per e não beth. Feita a tabela com os caracteres, os significados e os nomes, estava criado o alfabeto. Agora, o hieróglifo egípcio que representava “casa” e que era associado às consoantes PR, passou a ser o caracter que representava apenas o som de “B” inicial da palavra beth, a qual passou, por sua vez, a ser o nome da letra. Esse procedimento estendeu-se a todas as palavras da relação, surgindo deste modo o alfabeto. O novo sistema de escrita assim constituído, além de escrever só consoantes, tomou-se uma forma de escrita puramente fonética. Agora, para escrever, era preciso decompor as sílabas em seus elementos consonantais e vocálicos, registrando com os novos caracteres apenas os elementos consonantais. Um princípio acrofônico era a chave para decifrar e escrever o alfabeto: bastava saber o nome das letras, reconhecer o som consonantal e usar o caracter correspondente para escrever as consoantes que iam sendo detectadas nas palavras a serem escritas. A idéia parecia boa demais e de fato iria servir de modelo, muitos séculos depois, para que os lingüistas criassem os alfabetos fonéticos e pudessem registrar e ler os sons de todas as línguas do mundo, mesmo daqueles que nunca tinham sido escritas. Porém do ponto de vista do uso, como veremos adiante, esse novo sistema encontrou um obstáculo intransponível na variação dialetal da fala das pessoas. Teve então que sofrer uma modificação básica, justamente no aspecto que parecia mais promissor, a representação fonética dos sons da fala. Formas derivadas da escrita fenícia foram encontradas em muitas regiões do Mediterrâneo. Documentos provenientes da Espanha (El Pendo), da França (Glozel), de Portugal (Alvão), da Itália e até da Iugoslávia têm inscrições (não decifradas) em caracteres cuja forma gráfica lembra de perto a escrita fenícia. Em outros lugares, como na Líbia, na Mesopotâmia, na Turquia e na Grécia, a escrita fenícia foi adaptada às línguas locais e passou a ter um amplo uso social.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O ALFABETO SEMÍTICO

Os semitas das grandes civilizações estavam satisfeitos com seus sistemas de escrita. De um lado, no nordeste da África, predominava o sistema egípcio, e do outro, na Mesopotâmia, o sistema cuneiforme. Acontece, porém, que entre esses dois pólos de civilização viviam povos que não estavam comprometidos demais com essas culturas, mas que eram grandes comerciantes no Mediterrâneo. Eles logo perceberam que os silabários cuneiformes eram muito práticos (com poucos caracteres escrevia-se qualquer palavra) mas que a escrita egípcia tinha uma forma gráfica mais atraente para ser escrita e lida, útil sobretudo nas necessidades do dia-adia. Surgiu, então, uma escrita com caracteres egípcios para línguas do Oriente Médio. Como eram línguas que estavam sendo escritas pela primeira vez; nada mais conveniente do que unir as vantagens gráficas dos caracteres egípcios às vantagens funcionais da escrita cuneiforme que, há muito, já abandonara a maioria dos caracteres ideográficos em favor de um silabário com poucos caracteres. Os documentos mais antigos que nos chegaram dessa nova escrita foram descobertos em 1904-1905 pelo arqueólogo britânico Flinders Petrie, em Serabq el Khadin, no Sinai. Essas inscrições, chamadas de proto-sinaíticas, datavam de cerca de 1500 a.C. e foram estudadas minuciosamente pelo grande egiptólogo, também britânico, Alan Gardiner, que demonstrou sua ligação com os hieróglifos egípcios. A escrita proto-sinaítica certamente influenciou o que veio depois, mas faltam-nos documentos para estabelecer as pontes nos tempos e lugares corretos. No outro extremo do Oriente Médio os fenícios tinham na escrita um instrumento importante de sua atividade comercial ao redor do Mediterrâneo. Se, por um lado, quando viajavam valia a pena seguir cultura dos ricos egípcios, assírios e babilônicos, em casa a nova escrita era mais prática e, portanto, mais útil. Ao que tudo indica, a escrita fenícia já estava estabelecida no século XIII a.C., época dos documentos mais antigos. Os mais importantes são as inscrições do sarcófago do rei Ahiirâm de Biblos, que datam de cerca de 1300 a.C., e os da pedra Moabita, do rei Mesa, que datam de 842 a.C. No século XI a.C., o sistema utilizado na escrita fenícia já tinha passado por várias modificações e se fixado numa forma definitiva, com 22 letras apenas. Ela está na origem de muitas outras escritas, como a árabe, a hebraica, a aramaica, a tamúdica, a púnica (de Cartago) e, sobretudo, a escrita grega, da qual se derivou a latina, origem do alfabeto que hoje usamos. Os semitas do Oriente Médio puseram em prática aquela idéia de formar uma escrita com poucos caracteres e com formas gráficas de fácil desenho. Para isto, fizeram uma lista de palavras, de tal modo que cada uma delas começasse pelo som de uma consoante diferente, e sua sucessão representasse toas asconsoantessemitas das grandes civilizações estavam satisfeitos com seus sistemas de escrita. De um lado, no nordeste da África, predominava o sistema egípcio, e do outro, na Mesopotâmia, o sistema cuneiforme. Acontece, porém, que entre esses dois pólos de civilização viviam povos que não estavam comprometidos demais com essas culturas, mas que eram grandes comerciantes no Mediterrâneo. Eles logo perceberam que os silabários cuneiformes eram muito práticos (com poucos caracteres escrevia-se qualquer palavra) mas que a escrita egípcia tinha uma forma gráfica mais atraente para ser escrita e lida, útil sobretudo nas necessidades do dia-adia. Surgiu, então, uma escrita com caracteres egípcios para línguas do Oriente Médio. Como eram línguas que estavam sendo escritas pela primeira vez; nada mais conveniente do que unir as vantagens gráficas dos caracteres egípcios às vantagens funcionais da escrita cuneiforme que, há muito, já abandonara a maioria dos caracteres ideográficos em favor de um silabário com poucos caracteres. Os documentos mais antigos que nos chegaram dessa nova escrita foram descobertos em 1904-1905 pelo arqueólogo britânico Flinders Petrie, em Serabq el Khadin, no Sinai. Essas inscrições, chamadas de proto-sinaíticas, datavam de cerca de 1500 a.C. e foram estudadas minuciosamente pelo grande egiptólogo, também britânico, Alan Gardiner, que demonstrou sua ligação com os hieróglifos egípcios. A escrita proto-sinaítica certamente influenciou o que veio depois, mas faltam-nos documentos para estabelecer as pontes nos tempos e lugares corretos. No outro extremo do Oriente Médio os fenícios tinham na escrita um instrumento importante de sua atividade comercial ao redor do Mediterrâneo. Se, por um lado, quando viajavam valia a pena seguir cultura dos ricos egípcios, assírios e babilônicos, em casa a nova escrita era mais prática e, portanto, mais útil. Ao que tudo indica, a escrita fenícia já estava estabelecida no século XIII a.C., época dos documentos mais antigos. Os mais importantes são as inscrições do sarcófago do rei Ahiirâm de Biblos, que datam de cerca de 1300 a.C., e os da pedra Moabita, do rei Mesa, que datam de 842 a.C. No século XI a.C., o sistema utilizado na escrita fenícia já tinha passado por várias modificações e se fixado numa forma definitiva, com 22 letras apenas. Ela está na origem de muitas outras escritas, como a árabe, a hebraica, a aramaica, a tamúdica, a púnica (de Cartago) e, sobretudo, a escrita grega, da qual se derivou a latina, origem do alfabeto que hoje usamos. Os semitas do Oriente Médio puseram em prática aquela idéia de formar uma escrita com poucos caracteres e com formas gráficas de fácil desenho. Para isto, fizeram uma lista de palavras, de tal modo que cada uma delas começasse pelo som de uma consoante diferente, e sua sucessão representasse todas asconsoantes

terça-feira, 21 de julho de 2009

Juventude desvairada-um conflito de gerações

Apercebemo-nos que, a cada ano que passa, as gerações entram em "conflito" por uma aparente contradição entre pensamentos que se presumem, à primeira vista, opostos entre si. Os novos entes que entram no mercado de trabalho, nas escolas, etc. permanentemente vêm os mais velhos como reacionários, que pouco ou nada têm a ensinar, na presunção de que sabem tudo e, valendo-se das novas tecnologias, olham os mais antigos com um ar de superioridade. Às vezes parece salutar esta maneira de ver e de estar no mundo, pois, a ânsia de liberdade e de novas descobertas são úteis e de extrema necessidade para a evolução humana, o que, diga-se de passagem, a juventude possui.Mas o jovem ponderado sabe que deve aprender com os depositários de conhecimento - Pais, professores, etc. aquilo que lhe dê, para o futuro, a bagagem que vá servir de esteio ao crescimento do seu "edifício" vivencial.A isto chama-se civilização. Milênios de acertos e desacertos, mas um conhecimento de valores e lições que fazem continuar a espécie humana! Lembremo-nos que é o conjunto deles que nos solidifica como os reis da criação e como projetistas de um mundo melhor.

A pedra da Rosetta (Alfabetos antigos)

Durante a expedição de Napoleão na pirâmide, foi encontrada Pedra de Rosetta, que mais tarde permitiu decifrar os hieróglifos egípcios. Ela fazia parte de um conjunto de estelas que foram distribuídas em cada templo, para registrar a realização das festividades anuais em homenagem a Ptolomeu V por ter concedido isenção de impostos.Suas inscrições registram um decreto instituído em 196 a.C. sob o reinado de Ptolemeu V Epifânio, escrito em duas línguas: Egípcio Tardio e Grego. A parte da língua egípcia foi escrita em duas versões, hieróglifos e demótico, sendo esta última uma variante cursiva da escrita hieroglíficaApesar de estar faltando um pedaço, foi possível a tradução de um trecho:"No decorrer do reinado do jovem que sucedeu a seu pai na realeza, Senhor dos Diademas, mui glorioso, que estabeleceu o Egito e foi piedoso perante os deuses, triunfante sobre seus inimigos e que restaurou a paz e a vida civilizada entre os homens, Senhor dos Festivais dos Trinta Anos, semelhante à Ptah, o Grande, um rei como Rá, grande rei dos países Alto e Baixo, progênie dos Deuses Filopatores, aprovado por Ptah, a quem Rá deu a vitória, imagem viva de Amum, filho de Rá, PTOLOMEU, ETERNO, AMADO DE PTAH, no nono ano, quando Aetos, filho de Aetos, era sacerdote de Alexandria e os deuses Sóteres e os deuses Adelphoi e os deuses Evergetes e os deuses Filopatores e o deus Epifânio Eucaristo; Pyrrha, filha de Philinos, sendo Athlophoros de Berenice Evergetes, Areia, filha de Diogenes, sendo Kanephoros de Arsinoe Filadelfo; Irene, filha de Ptolomeu, sendo sacerdotisa de Arsinoe Filopator; aos quatro do mês de Xandikos, de acordo com os egípcios, o 18ª de Mekhir.” Em 2004 uma equipe de arqueólogos alemães descobriu uma pedra do século II a.C., com inscrições em grego arcaico e hieróglifos, com importância similar à da célebre Pedra de Rosetta de 238 a.C., e tem gravado um decreto do faraó Ptolomeu III – que reinou entre 246 e 221 a.C – em grego arcaico e hieróglifos. O texto descreve os méritos do faraó – cuja liderança levou o Egípcio ao seu apogeu – e uma série de medidas contra a fome no país, com a importação de cereais provenientes da Síria e Chipre. Com 99 centímetros de altura e 84 de largura e 65 grossura, a pedra foi descoberta perto de uma estátua que representa a mulher de Ramsés II, nas ruínas de um templo na antiga cidade de Bubastis, 90 quilômetros a noroeste do Cairo.

domingo, 19 de julho de 2009

Torre de Belém - Lisboa
Daqui, intemeratos marinheiros sairam à descoberta de novas terras e espalharam a Língua Portuguesa pelo mundo.
Em um dia qualquer de 1500 zarpava daqui Pedro Álvares Cabral, chegando à Terra de Vera Cruz, a 21 de Abril, início da enorme Nação Brasileira.
Porto seguro de variados povos, o Brasil é uma dádiva para quem mora aqui ou faz deste país a sua pátria de acolhimento.
Te amamos, querido Brasil!

sábado, 18 de julho de 2009

A Origem do Alfabeto(continuação)

Os sistemas silábicos do Oriente Médio vieram da escrita Suméria (iniciada por volta de 3200 a.C.), que se transformou em cuneiforme com o domínio da civilização acadiana (2000 a 600 a.C.). Os dois pólos mais importantes de irradiação dessa escrita foram as civilizações babilônica e assíria da Mesopotâmia. Os acadianos, assim como os egípcios, falavam uma língua semítica, ramo ao qual pertencem hoje o árabe e o hebraico. Um breve exame dessas línguas mostra que, nelas as palavras tem uma formação muito especial, se comparadas às de outros ramos, como o anglo-germânico e o neolatino. Nestes, as palavras apresentam uma idéia central, marcada pela raiz, e idéias adicionais, marcadas por “sufixos” e “prefixos”. Assim a palavra “ilegalmente” tem a raiz “ileg”, que traz a idéia principal, referente a “lei”, o prefixo “i”, que implica uma negativa, e os sufixos “al”, que indica uma qualidade, e “mente”, que se refere a um estado ou modo. Nas línguas semíticas, as palavras trazem a idéia central na combinação de três consoantes. Assim, no árabe, à seqüência KTB é atribuída a idéia central de algo relativo a “escrita”. Outras idéias adicionais são acrescentadas através da inserção de vogais diferentes junto às consoantes, formando-se, desse modo, novas palavras. Por exemplo, katab significa “ele escreveu” kaatib significa “escritor”; kitab significa “livro”. As vogais eram facilmente recuperáveis na leitura, através do contexto. A solução parecia satisfatória, uma vez que, nas línguas semíticas, o sistema fonológico apresenta apenas três fonemas vocálicos: I, U, A. Outras qualidades vocálicas eram facilmente detectáveis a partir de regras tão simples quanto a que, em português, identifica o som do É aberto em “belo”, “bela”, e o do Ê fechado em “Beleza”. O sistema de representação consonantal dos semitas durou milênios: só a escrita egípcia durou três mil anos. É claro que os sistemas de escrita não usam apenas um procedimento de representação. A própria escrita egípcia, basicamente do tipo consonantal, utilizava também símbolos ideográficos, determinativos semânticos e fonéticos.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Origem do Alfabeto No começo, eram os pictogramas. A escrita era feita com o desenho das coisas, representando as palavras usadas para designar essas coisas. A palavra “olho” podia ser @, “casa” podia ser =. Os nomes dos caracteres eram os nomes das próprias coisas. Essa escrita, chamada ideográfica, era fácil de ser entendida em muitas línguas. Com o passar do tempo, no entanto, viu-se que havia um grande problema: os símbolos eram muito numerosos, assim como a relação de coisas a serem representadas, que se tornavam cada vez mais complexas. Os pictogramas cederam lugar, então, aos silabários, sinais representando os sons das sílabas. Mudou o ponto de partida da escrita, que passou do significado para o som das palavras, de ideográfica a fonográfica. Com isso, houve uma redução enorme no número de caracteres necessários à composição de palavras. E uma outra modificação importante ocorreu: os nomes dos caracteres foram perdendo a relação de conotação com as coisas representadas e adquirindo significado próprio. Porém, o melhor tipo de caractere para representar os sons ainda era o silábico, que trazia muitas redundâncias. Se existiam “letras” como PA, BA, TA, AS, LA, RA ou PE, BE, TE, SE, LE, RE, podia-se simplificar mais ainda e formar uma nova classe de caracteres, como A, E, P, B, T, S, L, R, etc. Esta é, na teoria, a lógica do desenvolvimento do alfabeto. Mas na prática, as coisas não aconteceram de modo tão perfeito, nem a escrita apareceu ao mesmo tempo em todos os povos, o que torna essa história ainda mais fascinante.