sábado, 2 de julho de 2011

A Flama está viva!Jardim diz que movimento independentista pode aumentar Lisboa tem de ter cuidado Antes da cerimónia de entrega de insígnias a oito m

Jardim diz que movimento independentista pode aumentar
Lisboa tem de ter cuidado
Antes da cerimónia de entrega de insígnias a oito madeirenses, Jardim pronunciou-se sobre as bandeiras da FLAMA, ontem espalhadas na Região, e sobre o imposto extraordinário anunciado por Pedro Passos Coelho.
O presidente do Governo defendeu ontem que Lisboa deve ter cuidado, pois se continuar na sua posição colonial e não aceitar as reivindicações do povo madeirense, arrisca-se a fomentar o crescimento do movimento independendista. A questão foi suscitada por várias bandeiras da FLAMA, que apareceram ontem em alguns pontos da Região, nomeadamente nos túneis da Cota 40 e 200. Em resposta aos jornalistas, antes da cerimónia de entrega de insígnias a oito madeirenses, Alberto João Jardim disse que, neste momento, não concorda com a ideologia do movimento FLAMA. «Se concordasse, estava do lado deles, já», respondeu, acrescentando achar que «se trata de um caminho que, neste momento de globalização, nas presentes dificuldades económicas europeias e na necessidade que temos de estar na União Europeia, não seria a evolução aconselhável para o povo madeirense». Neste contexto, acrescentou: «Agora, é preciso Lisboa tomar cuidado, porque se Lisboa continuar numa posição de dictate colonial e não querer aceitar as reivindicações do povo madeirense, através do seu parlamento, obviamente que Lisboa se arrisca ao crescimento do movimento independentista». Questionado sobre se conhece alguns dos elementos da FLAMA, alegadamente na clandestinidade, Alberto João Jardim respondeu, a rir: «Não conheço, nem acho que estejam na clandestinidade». Na sua opinião, o facto de esses elementos não “darem a cara” é, simplesmente «a estratégia deles». Confrontado com o facto de já estarem no Facebook, Jardim respondeu que «se os comunistas, num país livre, podem actuar à vontade, porque é que a FLAMA não pode?» Conforme explicou, o movimento em causa não é proibido. «O que o Código Penal diz é que não podem, por meios violentos e ilegais, defender a independência. Isso é o que diz a lei. A lei, em Portugal, não proibe o livre pensamento. Era o que nos faltava agora! A partir do momento em que há casamentos gay, não pode haverpessoas que pensem a favor da independência? Pode!». Imposto extraordinário Instado a pronunciar-se sobre se tinha ficado surpreendido com o imposto que representará 50 por cento do subsídio de Natal, anunciado anteontem pelo primeiro-ministro, Alberto João Jardim respondeu que não. «Finalmente, há um governo que diz a verdade nua e crua aos portugueses», justificou. Conforme acrescentou, Pedro Passos Coelho «não andou aqui a vender gato por lebre, como se fez nas eleições anteriores, o que foi um escândalo», disse Alberto João Jardim, lembrando que o governo de Sócrates aumentou os funcionários públicos, ganhou as eleições e, depois, acabou por lhes diminuir os salários. «Eu prefiro um governo que seja cruel, mas que diga a verdade, doque andarmos aqui e a situação ir piorando cada vez mais», garantiu o presidente do Governo. Na sua opinião, o país chegou a um ponto que «ou se enfrenta a situação, ou vai tudo por água abaixo».