|                                                                                                 |                                                     |  Agora  que se aproximam eleições regionais, é natural que os situacionistas de  Lisboa afiem garras e dentes, queiram mostrar «poder» e «ajustar  contas» com os «mal educados» na versão deles, porque os confrontamos na  respectiva dogmática histórica de domínio e de guerra que, desde o  início de um Império que eles não souberam conduzir nem acabar bem, teve  sempre a antipatia dos povos dominados. |  |                                                      | A Opinião Pública do Continente,  nomeadamente os meios da centralizante Lisboa, se calhar, nos próximos  tempos, vão ter a Madeira mais à baila.
Em Outubro decorrerão eleições para o Parlamento da Região Autónoma, e da maioria apurada sairá o novo Governo Regional.
Noutro qualquer País  europeu, onde existam regiões com Poder  Legislativo - «Estados regionais» na terminologia do Conselho da Europa –  o facto seria de mero acompanhamento noticioso, sem grandes  emotividades.
Em Portugal onde tudo é «dramático», menos aquilo que pela sua verdade o  é, isto da existência de territórios longe do Continente, dotados de  Poder Legislativo e órgãos de governo próprios, que procuram sobreviver e  trabalhar apesar das contrariedades permanentes a que a Natureza os  constrange, choca com o carácter  centralista que sempre marcou o Estado  português desde a sua Fundação em 1143.
Como se, no Continente, também  não existissem duas realidades  diferentes. Uma, a Lisboa culturalmente incaracterizada na miscelânea de  gentes que não lhe conseguiram forjar uma identidade coerente, mas que   é sede dos principais poderes políticos  e económicos, quase monopólio  da actividade e difusão cultural geralmente estrangeiradas,  profundamente centralista, sobretudo de concepções mais comerciantes do  que produtivas, clara herança fenícia.
E o restante Portugal, nas suas sub-regiões.
Aliás, as grandes revoluções em Portugal, ou se fizeram contra Lisboa, ou foram impostas de Lisboa ao País.
No caso da Madeira, não se trata apenas de a evolução da Autonomia,  nestes trinta e cinco anos, ter acabado por produzir um choque  civilizacional com o que dominante em Lisboa.
É a oposição ao sistema político-constitucional deste regime, é a  independência dos seus responsáveis políticos em relação a todas as  formas diversas de poder sitas em Lisboa, são os caminhos  desenvolvimentistas ao arrepio das ideias dominantes, etc., que provocam  difusão de hostilidades através dos meios de influência sobre a Opinião  Pública.
Nuns casos, hostilidade orquestrada e até paga, noutros mera ignorância,  e até noutros sem qualquer convicção, mas para cumprir a agenda  rapidamente, em termos de «politicamente correcto».
Agora que se aproximam eleições regionais, é natural que os  situacionistas de Lisboa afiem garras e dentes, queiram mostrar «poder» e  «ajustar contas» com os «mal educados» na versão deles, porque os  confrontamos na respectiva dogmática histórica de domínio e de guerra  que, desde o início de um Império que eles não souberam conduzir nem  acabar bem, teve sempre a antipatia dos povos dominados.
Ora, em Lisboa e julgando que têm uns «cérebros» aqui na Oposição  madeirense, ou mesmo sabendo que não têm, mas confortados com o controlo  da comunicação «social» para fazer «sangue», ei-los a querer intervir e  a ajustar contas com os «rebeldes» da Madeira.
Peças desse xadrez são também os cá «correspondentes» de alguns meios de  comunicação social de Lisboa, RDP/RTP e alguns semanários e jornais  diários.
É sempre a mesma coisa, quando há eleições na Madeira.
Porque, em Lisboa, até nisto as coisas não são feitas com rigor.
A começar por sustentarem uma Oposição regional que, caso único em  Portugal e nas Democracias europeias, farta-se de perder eleições mas  não deixam entrar novos dirigentes nos seus Partidos, são sempre os  mesmos, não querem perder os lugarzinhos profissionalizantes que o  método de Hondt lhes vai deparando.
Depois esquecem que, dada a pequenez do território, aqui praticamente  todos se conhecem. Sabe-se quem é quem, qual a respectiva militância  político-partidária mesmo que refugiada numa carteira profissional de  «jornalista», sobretudo quais os «interesses» económicos, mas também de  outras  naturezas, que estão por detrás dos meios de comunicação social.
Esquecem que grande parte do pessoal que vota na Madeira, sabe o que  está por detrás de cada órgão de «informação» do Continente. Muito  poucos compram tal imprensa escrita e, quando vêm ou ouvem audiovisuais,  já estão «de pé atrás», porque sabem «o que a casa gasta» lá por  Lisboa.
Isto explica porque é que a «política de Lisboa»,  gastando o dinheiro  que tem gasto ao longo de todos estes anos a hostilizar a política  madeirense – em vez de um diálogo democrático que respeite o Direito à  diferença – nunca conseguiu os seus intentos.
O que é de ficarem raivosos, até temos a Caridade cristã de o compreender.
E, se Deus quiser – como bufam os «laicos» em relação a esta  expressão!... – se Deus quiser, também desta vez «as forças do mal não  prevalecerão». |  |