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Artigo de Opinião de : Gilberto Teixeira
                          | Realizadas as eleições, escolhidos 
livremente os representantes dos partidos na Assembleia Legislativa 
Regional, deixámos de poder fugir aos nossos problemas. Não vale a pena 
lançar mão de expedientes dilatórios, e fechar o ciclo do fantasma 
continental. Os socialistas que governaram Portugal, durante onze dos 
últimos treze anos, são os únicos responsáveis por nos terem atolado no 
pântano. Porque foram eles que deixaram à rédea solta Sócrates e 
Teixeira dos Santos mais os seus apaniguados.
 A dívida do País está a ser paga por todos os portugueses, vivam nas 
ilhas ou no Continente. Vergonhosamente, na passada quinta-feira, os 
socialistas, quiseram influenciar o acto eleitoral da Madeira, 
realizando no Parlamento Nacional uma sessão para discutir a dívida da 
Madeira com o Ministro das Finanças. A representante dos socialistas 
madeirenses, colaborou, como suplente do titular, naquele Parlamento, 
com a farsa anti-democrática e foi derrotada nos seus argumentos.
 O Ministro Gaspar, acabou por clarificar o caso da alegada ocultação de 
dívida na Madeira, sublinhando que um relatório do Tribunal de Contas de
 Abril de 2011 dava conta da verdadeira situação das contas da Madeira, e
 nessa altura, quem governava em Portugal, eram os socialistas. Vamos lá
 saber a razão do governo socialista ignorar o relatório do Tribunal de 
Contas, quando discutiu a dívida portuguesa com a troika? HUUM!
 Mas essas são contas de outro rosário, que o novo Governo Regional da 
Madeira depois de tomar posse terá de analisar. O que importa é como 
discutir com os que diziam no PSD nacional que iam cortar nas despesas e
 evitar tocar nas receitas. Como haverá outro estilo de governação, até 
podem cortar no número de deputados lá e cá; na agregação de Juntas de 
Freguesia ou até de Municípios. Se não fizerem lá, também fazem aqui.
 Há coisas que carecem de moralização. Diminuir o número de Secretarias e
 Direcções Regionais, no próximo Governo, como foi admitido pelo próprio
 dr. Alberto João serve para cortar despesas. Mas há outras situações 
que certamente não deixarão de ser consideradas. Só que tem de haver 
total colaboração das pessoas. Aqueles que estão agarrados aos lugares 
como lapas à rocha, à espera que seja o líder ou o Presidente do Governo
 Regional a mandá-los embora, façam favor de poupá-lo.
 Espero que tenham o bom senso de viver a reforma na plenitude. Alguns 
estão capazes de fazer uma perninha, em consultórios médicos, 
escritórios disto e daquilo. Pois que o façam. Mas abram caminho a gente
 com outros horizontes, outras mentalidades. A Madeira necessita de 
rejuvenescer em vários domínios, sem perder os mais experientes. Não 
necessita é de ter pessoas que se acham imprescindíveis, porque dessas 
estão os cemitérios cheios.
 Bem sei que não é fácil tomar certas decisões. Perdem-se mordomias. Mas 
haja decência e carácter. Isto não é um quintal onde cada um planta o 
que quer. Há mais vida para além de certas figuras públicas que já deram
 o seu contributo à Madeira. Quem está em patamares acima da idade da 
reforma deve sair e não esperar que seja alguém a prescindir dos seus 
serviços. Não quer dizer que não tenham vitalidade para o trabalho. Nada
 disso. Quer dizer que é bom dar exemplos aos mais jovens e dedicar-se a
 outras coisas que não à política.
 A actuação dos que estão na política actualmente requer pessoas com mais
 técnica e menos política. Mais eficiência e eficácia, gente menos 
palavrosa e mais activa e empreendedora. Estudiosos e disponíveis para 
enfrentar desafios. Há quadros excelentes com grande experiência de 
lugares da Administração Pública regional, nacional e europeia.
 Claro que mantenho as minhas convicções e apoio Alberto João Jardim no 
seu ideal de modernização e desenvolvimento da Madeira. Pela experiência
 vivida ao longo dos anos, como observador das actividades governativas e
 de outros acontecimentos, tenho a certeza que vivemos novos tempos e 
novas dinâmicas. Por estes factos alteraram-se por completo os quadros 
onde estávamos habituados a mover-nos.
 Aquela Assembleia da República ainda está enquistada e manietada pelos 
partidos políticos. A Assembleia Legislativa Regional, tem de defender 
causas e não discutir agulhas e tricot. Há ideais que não podem ser 
abandonados, e deve haver frescura de propostas, diálogo institucional, 
sem ter que ser forçosamente uma atitude simpática aos olhos dos 
madeirenses e dos portugueses em geral.
 Há que acertar passos com o que se passa a nível continental e açoriano,
 sem se dobrar a um conjunto de pessoas que se acham de esquerda, e que 
se dizem representantes de elites possuidoras de massa critica. Não sou 
apologista das atitudes de cedências permanentes aos partidos 
minoritários, porque isso seria abrir caminho à capitulação. Mas há 
outras formas de diálogo que devem vir ao de cima. Com respeito, com 
dignidade, com tolerância e assumpção das responsabilidades.
 Sonhamos com uma sociedade de futuro. Se sonhamos, metamos mãos à obra 
para construi-la com paciência e sem visão do Paraíso. Queremos mais 
empregos, mais oportunidades para quem sai das universidades e não 
encontra trabalho. Há gente desiludida, farta de sofrer com a grave 
situação deixada por socialistas irresponsáveis.
 Façamos tudo para criar novo embrião nesta sociedade que vivendo 
dificuldades não pode deixar-se atropelar por arruaceiros da política 
que estão bem de vida, e hipocritamente dizem defender os pobres e os 
aflitos. Eles querem é luxo e fortuna. Nada mais.
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