|                                                                                                 |                                                     |  Viveu-se  e vive-se uma completa Paz Social, num Sistema Tripartido diferente das  relações entre parceiros sociais no Continente. Criou-se uma Zona  Franca, cresceu e modernizou-se a frota de pesca, aumentou o Turismo,  reduziu-se a emigração. |  |                                                      | A conquistada Autonomia Política do arquipélago da Madeira tem o tempo de vida da Constituição de 1976.
Ao longo dos anos, alguns sectores da sociedade portuguesa nunca viram  com bons olhos este salto civilizacional e democrático. Portugal,  durante mais de oito séculos, fôra um País fortemente centralizado – a  única Idade Média na História da Europa onde praticamente não houve  Feudalismo  - o Império de cinco séculos e meio também sempre sob forte  controlo dos poderes político e económico com sede na cidade de Lisboa.
Ora, o Império desmoronou-se em ano e meio, e os únicos territórios  além-Península Ibérica que ficaram com Portugal, Açores e Madeira,  passaram a revestir uma estrutura política, dotada de poder legislativo  próprio, sem qualquer precedente nos quase nove séculos de um País  sempre centralizado.
Aceito que, ainda hoje, isto provoque um choque nos centenários usos e  costumes portugueses, fazendo do “contencioso das Autonomias”, uma  conflitualidade mais cultural do que propriamente política.
E nos sectores onde tal aversão, ainda que só cultural, continua a se  verificar, assiste-se a um militantismo preconceituoso, mas também a uma  falta de respeito pelas opções democráticas dos Portugueses insulares,  indiscutivelmente patrióticas, que culmina na mentira e em  inqualificáveis ataques pessoais e políticos.
Mas há também circunstâncias que já não se revestem de cariz cultural,  se tratam apenas de agressividade política contra a Madeira.
E porquê?
Primeiro, porque esta Região Autónoma mantém institucionalmente uma  oposição ao sistema político-constitucional vigente. A sua Maioria  política não é apenas uma mera oposição entre-Partidos, é uma oposição  de regime.
Ora, sabendo-se os interesses, sobretudo económicos, que estão  umbilicados com o presente sistema político, há que abater as vozes que  se lhe opõem.
Segundo, a Madeira saldou-se numa transformação de sociedade ruralizada e  hierarquizada sob domínio de capitalistas ingleses, para uma sociedade  europeizada, moderna e democrática, economicamente liderada por  Empresários madeirenses. Fez-se uma reforma agrária de sucesso, dando a  propriedade da terra a quem a trabalhava, e sem um único incidente.  Revolucionou-se o sistema de acessibilidades, quer internas, quer  externas. A Economia cresceu. Estabeleceu-se um Sistema Regional de  Saúde – muito antes e diferente do nacional – criou-se uma Universidade,  generalizou-se, sem massificações incompetentes, a Educação, a Cultura e  o Desporto.
Levou-se a Energia e o saneamento básico a todo o lado.
Viveu-se e vive-se uma completa Paz Social, num Sistema Tripartido  diferente das relações entre parceiros sociais no Continente. Criou-se  uma Zona Franca, cresceu e modernizou-se a frota de pesca, aumentou o  Turismo, reduziu-se a emigração. É a zona de Portugal com mais habitação  social “per capita”. A adesão à União Europeia, nalguns anos  traduziu-se, da parte Daquela, em prémios adicionais por boa execução  dos Fundos europeus, etc., etc.
Após os aluviões e incêndios florestais do ano passado, procedeu-se à reconstrução e ao replantio.
Agora, reparem. Esta era a política que a “esquerda”, de acordo com as  suas convicções, gostaria de ter feito. Mas que nunca o soube fazer,  dado o seu radicalismo, a sua aversão à Autonomias Políticas insulares,  bem como os seus mitos, ilusões e asneiradas.
Ao Centro, fez-se o que a “esquerda” não é capaz.
Ao Centro e contra a “direita” e a “extrema-direita” locais,  desapossadas do poder de sempre e, revanchistas, na Madeira aliando-se  taticamente com a “esquerda” e os comunistas.
É por isso que nunca houve coligações PSD/CDS na Madeira, antes CDS/PS, aliás sempre mal sucedidas.
Ora, um modelo destes, acaba por não ser conveniente para os interesses  da “esquerda” e da “direita” no Continente, daí a preocupação de  desacreditá-lo com as mentiras e campanhas mais incríveis.
Terceiro, o poder político da Madeira nunca alinhou com misturas a  interesses económicos de grupos empresariais, nem com as chamadas  “sociedades secretas” do mais variado teor, com posições dominantes em  Portugal.
Esta Independência paga-se caro.
Pelo que não só faltou sempre qualquer solidariedade vinda de quaisquer  dessas “orquestras”, como somos uns empecilhos a tais poderes, logo  alvos a abater com recurso à mentira e à deturpação mediáticas.
Tudo isto explica o porquê de, ao longo de tantos anos, se ter gasto  tanto dinheiro em televisão, rádio, imprensa escrita, agências de  comunicação, etc., em propaganda contra um pequeno território, sem  matérias-primas e cuja população residente não atinge trezentos mil  habitantes.
Usa-se a mentira, a caricatura, o insulto, a calúnia para nos destruir,  por estarmos fora do “establishment” português, “rebeldia” que é um mau  exemplo para os Portugueses dominados por tal Sistema montado.
Usa-se indivíduos residentes na Madeira, conhecidos militantes políticos  da oposição e camuflados sob uma “carteira profissional” de jornalismo,  para deturpar, mentir e dizer as maiores enormidades na comunicação  social do Continente, simultaneamente produzindo um “apagão” total sobre  o que, na Madeira, se faça de positivo.
Indivíduos que me odeiam pessoalmente, o que lhes retira qualquer  equilíbrio profissional, que me odeiam por os denunciar e não me sujar  com o Sistema estabelecido de que eles são mercenários.
E, o pior, é que os proprietários, públicos ou privados, de tais órgãos  de “informação”, sabem o que se passa. Anti-eticamente, vá lá se saber  porquê, ou sabe-se, deixam correr as coisas, com o argumento farisaico,  hipócrita, de que “não intervêm”.
Como se alguém acreditasse!... Vejam se tais meios de comunicação lhes tocam na fazenda |  |