terça-feira, 28 de junho de 2011

Campanhas de difamação

ALBERTO JOÃO JARDIM A campanha incessante de mentiras contra a Madeira
Viveu-se e vive-se uma completa Paz Social, num Sistema Tripartido diferente das relações entre parceiros sociais no Continente. Criou-se uma Zona Franca, cresceu e modernizou-se a frota de pesca, aumentou o Turismo, reduziu-se a emigração.
A conquistada Autonomia Política do arquipélago da Madeira tem o tempo de vida da Constituição de 1976. Ao longo dos anos, alguns sectores da sociedade portuguesa nunca viram com bons olhos este salto civilizacional e democrático. Portugal, durante mais de oito séculos, fôra um País fortemente centralizado – a única Idade Média na História da Europa onde praticamente não houve Feudalismo - o Império de cinco séculos e meio também sempre sob forte controlo dos poderes político e económico com sede na cidade de Lisboa. Ora, o Império desmoronou-se em ano e meio, e os únicos territórios além-Península Ibérica que ficaram com Portugal, Açores e Madeira, passaram a revestir uma estrutura política, dotada de poder legislativo próprio, sem qualquer precedente nos quase nove séculos de um País sempre centralizado. Aceito que, ainda hoje, isto provoque um choque nos centenários usos e costumes portugueses, fazendo do “contencioso das Autonomias”, uma conflitualidade mais cultural do que propriamente política. E nos sectores onde tal aversão, ainda que só cultural, continua a se verificar, assiste-se a um militantismo preconceituoso, mas também a uma falta de respeito pelas opções democráticas dos Portugueses insulares, indiscutivelmente patrióticas, que culmina na mentira e em inqualificáveis ataques pessoais e políticos. Mas há também circunstâncias que já não se revestem de cariz cultural, se tratam apenas de agressividade política contra a Madeira. E porquê? Primeiro, porque esta Região Autónoma mantém institucionalmente uma oposição ao sistema político-constitucional vigente. A sua Maioria política não é apenas uma mera oposição entre-Partidos, é uma oposição de regime. Ora, sabendo-se os interesses, sobretudo económicos, que estão umbilicados com o presente sistema político, há que abater as vozes que se lhe opõem. Segundo, a Madeira saldou-se numa transformação de sociedade ruralizada e hierarquizada sob domínio de capitalistas ingleses, para uma sociedade europeizada, moderna e democrática, economicamente liderada por Empresários madeirenses. Fez-se uma reforma agrária de sucesso, dando a propriedade da terra a quem a trabalhava, e sem um único incidente. Revolucionou-se o sistema de acessibilidades, quer internas, quer externas. A Economia cresceu. Estabeleceu-se um Sistema Regional de Saúde – muito antes e diferente do nacional – criou-se uma Universidade, generalizou-se, sem massificações incompetentes, a Educação, a Cultura e o Desporto. Levou-se a Energia e o saneamento básico a todo o lado. Viveu-se e vive-se uma completa Paz Social, num Sistema Tripartido diferente das relações entre parceiros sociais no Continente. Criou-se uma Zona Franca, cresceu e modernizou-se a frota de pesca, aumentou o Turismo, reduziu-se a emigração. É a zona de Portugal com mais habitação social “per capita”. A adesão à União Europeia, nalguns anos traduziu-se, da parte Daquela, em prémios adicionais por boa execução dos Fundos europeus, etc., etc. Após os aluviões e incêndios florestais do ano passado, procedeu-se à reconstrução e ao replantio. Agora, reparem. Esta era a política que a “esquerda”, de acordo com as suas convicções, gostaria de ter feito. Mas que nunca o soube fazer, dado o seu radicalismo, a sua aversão à Autonomias Políticas insulares, bem como os seus mitos, ilusões e asneiradas. Ao Centro, fez-se o que a “esquerda” não é capaz. Ao Centro e contra a “direita” e a “extrema-direita” locais, desapossadas do poder de sempre e, revanchistas, na Madeira aliando-se taticamente com a “esquerda” e os comunistas. É por isso que nunca houve coligações PSD/CDS na Madeira, antes CDS/PS, aliás sempre mal sucedidas. Ora, um modelo destes, acaba por não ser conveniente para os interesses da “esquerda” e da “direita” no Continente, daí a preocupação de desacreditá-lo com as mentiras e campanhas mais incríveis. Terceiro, o poder político da Madeira nunca alinhou com misturas a interesses económicos de grupos empresariais, nem com as chamadas “sociedades secretas” do mais variado teor, com posições dominantes em Portugal. Esta Independência paga-se caro. Pelo que não só faltou sempre qualquer solidariedade vinda de quaisquer dessas “orquestras”, como somos uns empecilhos a tais poderes, logo alvos a abater com recurso à mentira e à deturpação mediáticas. Tudo isto explica o porquê de, ao longo de tantos anos, se ter gasto tanto dinheiro em televisão, rádio, imprensa escrita, agências de comunicação, etc., em propaganda contra um pequeno território, sem matérias-primas e cuja população residente não atinge trezentos mil habitantes. Usa-se a mentira, a caricatura, o insulto, a calúnia para nos destruir, por estarmos fora do “establishment” português, “rebeldia” que é um mau exemplo para os Portugueses dominados por tal Sistema montado. Usa-se indivíduos residentes na Madeira, conhecidos militantes políticos da oposição e camuflados sob uma “carteira profissional” de jornalismo, para deturpar, mentir e dizer as maiores enormidades na comunicação social do Continente, simultaneamente produzindo um “apagão” total sobre o que, na Madeira, se faça de positivo. Indivíduos que me odeiam pessoalmente, o que lhes retira qualquer equilíbrio profissional, que me odeiam por os denunciar e não me sujar com o Sistema estabelecido de que eles são mercenários. E, o pior, é que os proprietários, públicos ou privados, de tais órgãos de “informação”, sabem o que se passa. Anti-eticamente, vá lá se saber porquê, ou sabe-se, deixam correr as coisas, com o argumento farisaico, hipócrita, de que “não intervêm”. Como se alguém acreditasse!... Vejam se tais meios de comunicação lhes tocam na fazenda