terça-feira, 14 de junho de 2011

Agora façam as mesmas besteiras!...

ALBERTO JOÃO JARDIM Agora, façam os mesmos erros!...
Depois, eu espero que o Partido Social Democrata de regresso ao Governo, não faça as mesmas asneiras de outros, liderados também pelos sociais-democratas.
Merecidamente, o Partido Social Democrata, bem liderado por Pedro Passos Coelho, ganhou as eleições para a Assembleia da República. Sócrates caiu. Tive a felicidade de poder assistir a esta derrota de José Sócrates, depois de tudo o que ele fez, instrumentalizando político-partidariamente o Estado para desgraçar a vida àquela que foi um bastião de resistência, a Região Autónoma da Madeira. Com custos que vamos ter de suportar durante anos. E não só ele, principalmente. Mas sobretudo esse inqualificável Teixeira dos Santos e o seu Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, acompanhados “à guitarra e à viola” pelos Ministros Silva Pereira e S.S., e também por aqueles que, devendo a sua carreira política à Madeira, não tiveram a hombridade de se demitir do Governo da República ante tal insânia. Mas tenho também a felicidade de ter sido educado a perdoar sempre. Bem como igualmente a felicidade do bom-senso de nunca esquecer. Engenheiro Sócrates, lembra-se de eu Lhe ter dito, pelo menos duas vezes, que quem O ia desgraçar seria Teixeira dos Santos & Companhia?... Vamos ter um Governo da República novo e de coligação. Não deixo de repetir aquilo que afirmei antes de se iniciar a campanha eleitoral. Porque é um absurdo julgar que é possível cumprir as imposições internacionais, sem uma revisão constitucional – e esta imponha-se sempre, em quaisquer circunstâncias – penso que é necessário, para o efeito, encontrar não apenas uma maioria absoluta, mas também uma maioria constitucional e uma maioria social. Segundo, fico sempre a temer quando ouço falar em “independentes”. Fico, porque as presentes circunstâncias gravíssimas em que os Portugueses foram metidos pelos socialistas, mais do que as soluções técnicas já estabelecidas, carecem de POLÍTICOS para, em consonância com a sensibilidade do Povo português, as adaptar o mais humanizadamente possível, em termos de despertar uma compreensão generalizada. Ao contrário do que possa parecer, a hora não é dos tecnocratas. É DOS POLÍTICOS. Precisamente porque a conjuntura é dolorosa. Depois, eu espero que o Partido Social Democrata de regresso ao Governo, não faça as mesmas asneiras de outros, liderados também pelos sociais-democratas. Como dizem os brasileiros, não me façam Governo com “almofadinhas”. Gente que tragicamente se deixe enredar num “politicamente correto” ou que cultive uns pudores de salões lisboetas inflacionados pela diletância. Foram estas fraquezas de Governos anteriores, liderados pelo PSD, que permitiram que muitos, importantes e decisivos sectores do nosso País, tivessem sempre permanecido em mãos que indevidamente se autodenominam de “a esquerda”. Foram estas fraquezas que, em consequência, acabaram por então derrotar o PSD e nos arrastar para a situação trágica em que Portugal se encontra. A par de umas influências indesejáveis, mas que se infiltram sempre, daquelas manipuladoras chamadas de “sociedades secretas” – e como eu sei o que se paga por não lhes subjugar!... Independência, sim, mas para os POLÍTICOS a quem se deve entregar a governação! Porque há que alavancar a Economia e não ficarmos apenas enterrados nos sacrifícios. Ou Krugman terá razão, já não poderemos sobreviver?... A Educação exige uma “revolução”. Retirar-lhe o carácter ideológico que a marca desde 1974. Rever os Programas em termos de maior exigência de Conhecimentos e de resultados escolares, cultivando-se hábitos de trabalho e de disciplina democrática. Em vez da autogestão que tornou o sistema caótico, reforce-se a autoridade dos Professores. A independência do Poder Judicial é intocável. Mas há que pôr fim à autogestão em que vive, anti-democrática porque sem controlo democrático, despolitizar o sistema e seus agentes, rever os estatutos do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sobretudo novas leis para maior celeridade processual. É preciso estabelecer a imparcialidade da comunicação social pública, reduzir os seus custos escandalosos e não ter receio de enfrentar toda e qualquer comunicação social hostil. Pôr termo a duas inutilidades caras e politicamente suspeitas, a “comissão nacional de eleições” e a “entidade reguladora para a comunicação social”. Já estou a ver os tecnocratas e os “aprendizes de feiticeiro” políticos a me responder: “isto não é importante, só interessa a contabilidade pública”. Meninos, uma coisa vos garanto. Se não alterarem, de fundo, o quadro político em que estamos atolados, de nada as vossas contas vão servir. Vão submergir numa dialética política não controlada a tempo.

Artigo de Opinião de : Alberto João Jardim