quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A Cena

A CENA Dia deste presenciei uma cena... Em plena Praça pública, ouvi os gritos de uma mulher... Ai.. . Ai... Ai Parei e vi uma rodinha de moradores de rua e um dos deles, com uma cinta na mão, Batendo nas pernas da mulher... Todos que presenciavam a cena, assistiam inertes... Eu, ali, como todos, só olhando sem dizer uma palavra. Foram algumas chibatadas e, em seguida ele devolveu a cinta para o colega que a havia emprestado; e eu fiquei esperando o festival de xingamentos e palavrões... Mas, isso não aconteceu! Simplesmente ela sentou-se ao lado de seu agressor no banco da praça e a conversa continuou como se nada tivesse acontecido. Eu balancei a cabeça, como se não tivesse acreditando no que estava vendo. Entrei em meu carro e voltei pra minha casa com aquela cena martelando meu pensamento ... Eles pareciam crianças brincando... Crianças crescidas, que brigam, que se batem e continuam brincando! Mas ficou a pergunta que não quer calar: porque ela apanhou? Porque aceitou passivamente as chibatadas? Porque continuou ali, como se nada tivesse acontecido? Ali, vi pessoas dominadas pelo vício, mas, pessoas aparentemente libertas do poder do mal, sem o domínio do ódio, da crueldade. E, apesar de uma certa violência... Eu não vi rancor e nem mágoa nos olhos daquela mulher... Como na minha ignorância nada entendi, apenas esbocei um sorriso e fui embora. oxalá todos nós tivemos esta atitude, quando alguém nos humilha, ou quando fazem alguma coisa que não gostamos... Ao invés disso ficamos enraivecidos, furiosos, e muitas vezes com gosto de sangue na boca, querendo vingança, dar o troco e gritar para que o mundo saiba o mal que nos fizeram! Nossa vida seria diferente se em nosso coração não habitasse o mal... E tudo o que consegui analisar através daquela cena, é que precisamos ter coração de criança... para que a vida cresça, floresça e produza frutos... Frutos de compreensão, de partilha, de amor e liberdade! Léo Lima