quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Origem do Alfabeto No começo, eram os pictogramas. A escrita era feita com o desenho das coisas, representando as palavras usadas para designar essas coisas. A palavra “olho” podia ser @, “casa” podia ser =. Os nomes dos caracteres eram os nomes das próprias coisas. Essa escrita, chamada ideográfica, era fácil de ser entendida em muitas línguas. Com o passar do tempo, no entanto, viu-se que havia um grande problema: os símbolos eram muito numerosos, assim como a relação de coisas a serem representadas, que se tornavam cada vez mais complexas. Os pictogramas cederam lugar, então, aos silabários, sinais representando os sons das sílabas. Mudou o ponto de partida da escrita, que passou do significado para o som das palavras, de ideográfica a fonográfica. Com isso, houve uma redução enorme no número de caracteres necessários à composição de palavras. E uma outra modificação importante ocorreu: os nomes dos caracteres foram perdendo a relação de conotação com as coisas representadas e adquirindo significado próprio. Porém, o melhor tipo de caractere para representar os sons ainda era o silábico, que trazia muitas redundâncias. Se existiam “letras” como PA, BA, TA, AS, LA, RA ou PE, BE, TE, SE, LE, RE, podia-se simplificar mais ainda e formar uma nova classe de caracteres, como A, E, P, B, T, S, L, R, etc. Esta é, na teoria, a lógica do desenvolvimento do alfabeto. Mas na prática, as coisas não aconteceram de modo tão perfeito, nem a escrita apareceu ao mesmo tempo em todos os povos, o que torna essa história ainda mais fascinante.