A Origem do Alfabeto
No começo, eram os
pictogramas. A escrita era feita com o
desenho das coisas, representando as
palavras usadas para designar essas
coisas.
A palavra “olho” podia ser @,
“casa” podia ser =.
Os nomes dos caracteres eram
os nomes das próprias coisas. Essa
escrita, chamada ideográfica, era fácil
de ser entendida em muitas línguas.
Com o passar do tempo, no entanto,
viu-se que havia um grande
problema: os símbolos eram muito
numerosos, assim como a relação de
coisas a serem representadas, que se
tornavam cada vez mais complexas.
Os pictogramas cederam lugar,
então, aos silabários, sinais
representando os sons das sílabas.
Mudou o ponto de partida da escrita,
que passou do significado para o som
das palavras, de ideográfica a
fonográfica. Com isso, houve uma
redução enorme no número de
caracteres necessários à composição
de palavras.
E uma outra modificação
importante ocorreu: os nomes dos
caracteres foram perdendo a relação
de conotação com as coisas
representadas e adquirindo
significado próprio. Porém, o melhor
tipo de caractere para representar os
sons ainda era o silábico, que trazia
muitas redundâncias. Se existiam
“letras” como PA, BA, TA, AS, LA, RA
ou PE, BE, TE, SE, LE, RE, podia-se
simplificar mais ainda e formar uma
nova classe de caracteres, como A, E,
P, B, T, S, L, R, etc. Esta é, na teoria,
a lógica do desenvolvimento do
alfabeto. Mas na prática, as coisas
não aconteceram de modo tão
perfeito, nem a escrita apareceu ao
mesmo tempo em todos os povos, o
que torna essa história ainda mais
fascinante.