Além disso, o significado
dessas palavras devia se associar
diretamente a hieróglifos egípcios que
pudessem ser usados para
representar os sons iniciais. A
primeira palavra da lista era aleph
(boi) e para representá-la foi
escolhido o hieróglifo que era o
desenho de uma cabeça de boi.
A segunda palavra foi beth
(casa), que ficou associada ao
hieróglifo que representava uma
casa. Obviamente, em egípcio, esses
hieróglifos estavam associados às
mesmas idéias mas não aos mesmos
sons. Por exemplo “casa” em egípcio é
per e não beth.
Feita a tabela com os caracteres,
os significados e os nomes, estava
criado o alfabeto. Agora, o hieróglifo
egípcio que representava “casa” e que
era associado às consoantes PR,
passou a ser o caracter que
representava apenas o som de “B”
inicial da palavra beth, a qual
passou, por sua vez, a ser o nome da
letra. Esse procedimento estendeu-se
a todas as palavras da relação,
surgindo deste modo o alfabeto.
O novo sistema de escrita assim
constituído, além de escrever só
consoantes, tomou-se uma forma de
escrita puramente fonética. Agora,
para escrever, era preciso decompor
as sílabas em seus elementos
consonantais e vocálicos, registrando
com os novos caracteres apenas os
elementos consonantais. Um
princípio acrofônico era a chave para
decifrar e escrever o alfabeto: bastava
saber o nome das letras, reconhecer o
som consonantal e usar o caracter
correspondente para escrever as
consoantes que iam sendo detectadas
nas palavras a serem escritas.
A idéia parecia boa demais e de
fato iria servir de modelo, muitos
séculos depois, para que os lingüistas
criassem os alfabetos fonéticos e
pudessem registrar e ler os sons de
todas as línguas do mundo, mesmo
daqueles que nunca tinham sido
escritas. Porém do ponto de vista do
uso, como veremos adiante, esse
novo sistema encontrou um
obstáculo intransponível na variação
dialetal da fala das pessoas. Teve
então que sofrer uma modificação
básica, justamente no aspecto que
parecia mais promissor, a
representação fonética dos sons da
fala.
Formas derivadas da escrita
fenícia foram encontradas em muitas
regiões do Mediterrâneo. Documentos
provenientes da Espanha (El Pendo),
da França (Glozel), de Portugal
(Alvão), da Itália e até da Iugoslávia
têm inscrições (não decifradas) em
caracteres cuja forma gráfica lembra
de perto a escrita fenícia. Em outros
lugares, como na Líbia, na
Mesopotâmia, na Turquia e na
Grécia, a escrita fenícia foi adaptada
às línguas locais e passou a ter um
amplo uso social.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Alfabeto Semítico (continuação)
A Torre de Babel - Segundo a Bíblia, a soberba dos homens deixou-os incomunicáveis...
terça-feira, 28 de julho de 2009
O ALFABETO SEMÍTICO
Os semitas das grandes
civilizações estavam satisfeitos com
seus sistemas de escrita. De um lado,
no nordeste da África, predominava o
sistema egípcio, e do outro, na
Mesopotâmia, o sistema cuneiforme.
Acontece, porém, que entre esses
dois pólos de civilização viviam povos
que não estavam comprometidos
demais com essas culturas, mas que
eram grandes comerciantes no
Mediterrâneo. Eles logo perceberam
que os silabários cuneiformes eram
muito práticos (com poucos
caracteres escrevia-se qualquer
palavra) mas que a escrita egípcia
tinha uma forma gráfica mais
atraente para ser escrita e lida, útil
sobretudo nas necessidades do dia-adia.
Surgiu, então, uma escrita com
caracteres egípcios para línguas do
Oriente Médio. Como eram línguas
que estavam sendo escritas pela
primeira vez; nada mais conveniente
do que unir as vantagens gráficas dos
caracteres egípcios às vantagens
funcionais da escrita cuneiforme que,
há muito, já abandonara a maioria
dos caracteres ideográficos em favor
de um silabário com poucos
caracteres.
Os documentos mais antigos
que nos chegaram dessa nova escrita
foram descobertos em 1904-1905
pelo arqueólogo britânico Flinders
Petrie, em Serabq el Khadin, no
Sinai. Essas inscrições, chamadas de
proto-sinaíticas, datavam de cerca de
1500 a.C. e foram estudadas
minuciosamente pelo grande
egiptólogo, também britânico, Alan
Gardiner, que demonstrou sua
ligação com os hieróglifos egípcios. A
escrita proto-sinaítica certamente
influenciou o que veio depois, mas
faltam-nos documentos para
estabelecer as pontes nos tempos e
lugares corretos.
No outro extremo do Oriente
Médio os fenícios tinham na escrita
um instrumento importante de sua
atividade comercial ao redor do
Mediterrâneo. Se, por um lado,
quando viajavam valia a pena seguir
cultura dos ricos egípcios, assírios e
babilônicos, em casa a nova escrita
era mais prática e, portanto, mais
útil. Ao que tudo indica, a escrita
fenícia já estava estabelecida no
século XIII a.C., época dos
documentos mais antigos. Os mais
importantes são as inscrições do
sarcófago do rei Ahiirâm de Biblos,
que datam de cerca de 1300 a.C., e
os da pedra Moabita, do rei Mesa,
que datam de 842 a.C.
No século XI a.C., o sistema
utilizado na escrita fenícia já tinha
passado por várias modificações e se
fixado numa forma definitiva, com 22
letras apenas. Ela está na origem de
muitas outras escritas, como a árabe,
a hebraica, a aramaica, a tamúdica, a
púnica (de Cartago) e, sobretudo, a
escrita grega, da qual se derivou a
latina, origem do alfabeto que hoje
usamos.
Os semitas do Oriente Médio
puseram em prática aquela idéia de
formar uma escrita com poucos
caracteres e com formas gráficas de
fácil desenho. Para isto, fizeram uma
lista de palavras, de tal modo que
cada uma delas começasse pelo som
de uma consoante diferente, e sua
sucessão representasse toas asconsoantessemitas das grandes
civilizações estavam satisfeitos com
seus sistemas de escrita. De um lado,
no nordeste da África, predominava o
sistema egípcio, e do outro, na
Mesopotâmia, o sistema cuneiforme.
Acontece, porém, que entre esses
dois pólos de civilização viviam povos
que não estavam comprometidos
demais com essas culturas, mas que
eram grandes comerciantes no
Mediterrâneo. Eles logo perceberam
que os silabários cuneiformes eram
muito práticos (com poucos
caracteres escrevia-se qualquer
palavra) mas que a escrita egípcia
tinha uma forma gráfica mais
atraente para ser escrita e lida, útil
sobretudo nas necessidades do dia-adia.
Surgiu, então, uma escrita com
caracteres egípcios para línguas do
Oriente Médio. Como eram línguas
que estavam sendo escritas pela
primeira vez; nada mais conveniente
do que unir as vantagens gráficas dos
caracteres egípcios às vantagens
funcionais da escrita cuneiforme que,
há muito, já abandonara a maioria
dos caracteres ideográficos em favor
de um silabário com poucos
caracteres.
Os documentos mais antigos
que nos chegaram dessa nova escrita
foram descobertos em 1904-1905
pelo arqueólogo britânico Flinders
Petrie, em Serabq el Khadin, no
Sinai. Essas inscrições, chamadas de
proto-sinaíticas, datavam de cerca de
1500 a.C. e foram estudadas
minuciosamente pelo grande
egiptólogo, também britânico, Alan
Gardiner, que demonstrou sua
ligação com os hieróglifos egípcios. A
escrita proto-sinaítica certamente
influenciou o que veio depois, mas
faltam-nos documentos para
estabelecer as pontes nos tempos e
lugares corretos.
No outro extremo do Oriente
Médio os fenícios tinham na escrita
um instrumento importante de sua
atividade comercial ao redor do
Mediterrâneo. Se, por um lado,
quando viajavam valia a pena seguir
cultura dos ricos egípcios, assírios e
babilônicos, em casa a nova escrita
era mais prática e, portanto, mais
útil. Ao que tudo indica, a escrita
fenícia já estava estabelecida no
século XIII a.C., época dos
documentos mais antigos. Os mais
importantes são as inscrições do
sarcófago do rei Ahiirâm de Biblos,
que datam de cerca de 1300 a.C., e
os da pedra Moabita, do rei Mesa,
que datam de 842 a.C.
No século XI a.C., o sistema
utilizado na escrita fenícia já tinha
passado por várias modificações e se
fixado numa forma definitiva, com 22
letras apenas. Ela está na origem de
muitas outras escritas, como a árabe,
a hebraica, a aramaica, a tamúdica, a
púnica (de Cartago) e, sobretudo, a
escrita grega, da qual se derivou a
latina, origem do alfabeto que hoje
usamos.
Os semitas do Oriente Médio
puseram em prática aquela idéia de
formar uma escrita com poucos
caracteres e com formas gráficas de
fácil desenho. Para isto, fizeram uma
lista de palavras, de tal modo que
cada uma delas começasse pelo som
de uma consoante diferente, e sua
sucessão representasse todas asconsoantes
terça-feira, 21 de julho de 2009
Juventude desvairada-um conflito de gerações
Apercebemo-nos que, a cada ano que passa, as gerações entram em "conflito" por uma aparente contradição entre pensamentos que se presumem, à primeira vista, opostos entre si. Os novos entes que entram no mercado de trabalho, nas escolas, etc. permanentemente vêm os mais velhos como reacionários, que pouco ou nada têm a ensinar, na presunção de que sabem tudo e, valendo-se das novas tecnologias, olham os mais antigos com um ar de superioridade. Às vezes parece salutar esta maneira de ver e de estar no mundo, pois, a ânsia de liberdade e de novas descobertas são úteis e de extrema necessidade para a evolução humana, o que, diga-se de passagem, a juventude possui.Mas o jovem ponderado sabe que deve aprender com os depositários de conhecimento - Pais, professores, etc. aquilo que lhe dê, para o futuro, a bagagem que vá servir de esteio ao crescimento do seu "edifício" vivencial.A isto chama-se civilização. Milênios de acertos e desacertos, mas um conhecimento de valores e lições que fazem continuar a espécie humana! Lembremo-nos que é o conjunto deles que nos solidifica como os reis da criação e como projetistas de um mundo melhor.
A pedra da Rosetta (Alfabetos antigos)
Durante a expedição de Napoleão na pirâmide, foi encontrada Pedra de Rosetta, que mais tarde permitiu decifrar os hieróglifos egípcios. Ela fazia parte de um conjunto de estelas que foram distribuídas em cada templo, para registrar a realização das festividades anuais em homenagem a Ptolomeu V por ter concedido isenção de impostos.Suas inscrições registram um decreto instituído em 196 a.C. sob o reinado de Ptolemeu V Epifânio, escrito em duas línguas: Egípcio Tardio e Grego. A parte da língua egípcia foi escrita em duas versões, hieróglifos e demótico, sendo esta última uma variante cursiva da escrita hieroglíficaApesar de estar faltando um pedaço, foi possível a tradução de um trecho:"No decorrer do reinado do jovem que sucedeu a seu pai na realeza, Senhor dos Diademas, mui glorioso, que estabeleceu o Egito e foi piedoso perante os deuses, triunfante sobre seus inimigos e que restaurou a paz e a vida civilizada entre os homens, Senhor dos Festivais dos Trinta Anos, semelhante à Ptah, o Grande, um rei como Rá, grande rei dos países Alto e Baixo, progênie dos Deuses Filopatores, aprovado por Ptah, a quem Rá deu a vitória, imagem viva de Amum, filho de Rá, PTOLOMEU, ETERNO, AMADO DE PTAH, no nono ano, quando Aetos, filho de Aetos, era sacerdote de Alexandria e os deuses Sóteres e os deuses Adelphoi e os deuses Evergetes e os deuses Filopatores e o deus Epifânio Eucaristo; Pyrrha, filha de Philinos, sendo Athlophoros de Berenice Evergetes, Areia, filha de Diogenes, sendo Kanephoros de Arsinoe Filadelfo; Irene, filha de Ptolomeu, sendo sacerdotisa de Arsinoe Filopator; aos quatro do mês de Xandikos, de acordo com os egípcios, o 18ª de Mekhir.” Em 2004 uma equipe de arqueólogos alemães descobriu uma pedra do século II a.C., com inscrições em grego arcaico e hieróglifos, com importância similar à da célebre Pedra de Rosetta de 238 a.C., e tem gravado um decreto do faraó Ptolomeu III – que reinou entre 246 e 221 a.C – em grego arcaico e hieróglifos. O texto descreve os méritos do faraó – cuja liderança levou o Egípcio ao seu apogeu – e uma série de medidas contra a fome no país, com a importação de cereais provenientes da Síria e Chipre. Com 99 centímetros de altura e 84 de largura e 65 grossura, a pedra foi descoberta perto de uma estátua que representa a mulher de Ramsés II, nas ruínas de um templo na antiga cidade de Bubastis, 90 quilômetros a noroeste do Cairo.
domingo, 19 de julho de 2009
Torre de Belém - Lisboa
Daqui, intemeratos marinheiros sairam à descoberta de novas terras e espalharam a Língua Portuguesa pelo mundo.
Em um dia qualquer de 1500 zarpava daqui Pedro Álvares Cabral, chegando à Terra de Vera Cruz, a 21 de Abril, início da enorme Nação Brasileira.
Porto seguro de variados povos, o Brasil é uma dádiva para quem mora aqui ou faz deste país a sua pátria de acolhimento.
Te amamos, querido Brasil!
sábado, 18 de julho de 2009
A Origem do Alfabeto(continuação)
Os sistemas silábicos do Oriente
Médio vieram da escrita Suméria
(iniciada por volta de 3200 a.C.), que
se transformou em cuneiforme com o
domínio da civilização acadiana
(2000 a 600 a.C.). Os dois pólos mais
importantes de irradiação dessa
escrita foram as civilizações
babilônica e assíria da Mesopotâmia.
Os acadianos, assim como os
egípcios, falavam uma língua
semítica, ramo ao qual pertencem
hoje o árabe e o hebraico.
Um breve exame dessas línguas
mostra que, nelas as palavras tem
uma formação muito especial, se
comparadas às de outros ramos,
como o anglo-germânico e o
neolatino. Nestes, as palavras
apresentam uma idéia central,
marcada pela raiz, e idéias
adicionais, marcadas por “sufixos” e
“prefixos”. Assim a palavra
“ilegalmente” tem a raiz “ileg”, que
traz a idéia principal, referente a “lei”,
o prefixo “i”, que implica uma
negativa, e os sufixos “al”, que indica
uma qualidade, e “mente”, que se
refere a um estado ou modo.
Nas línguas semíticas, as
palavras trazem a idéia central na
combinação de três consoantes.
Assim, no árabe, à seqüência KTB é
atribuída a idéia central de algo
relativo a “escrita”. Outras idéias
adicionais são acrescentadas através
da inserção de vogais diferentes junto
às consoantes, formando-se, desse
modo, novas palavras. Por exemplo,
katab significa “ele escreveu” kaatib
significa “escritor”; kitab significa
“livro”. As vogais eram facilmente
recuperáveis na leitura, através do
contexto.
A solução parecia satisfatória,
uma vez que, nas línguas semíticas, o
sistema fonológico apresenta apenas
três fonemas vocálicos: I, U, A.
Outras qualidades vocálicas eram
facilmente detectáveis a partir de
regras tão simples quanto a que, em
português, identifica o som do É
aberto em “belo”, “bela”, e o do Ê
fechado em “Beleza”.
O sistema de representação
consonantal dos semitas durou
milênios: só a escrita egípcia durou
três mil anos. É claro que os sistemas
de escrita não usam apenas um
procedimento de representação. A
própria escrita egípcia, basicamente
do tipo consonantal, utilizava
também símbolos ideográficos,
determinativos semânticos e
fonéticos.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
A Origem do Alfabeto
No começo, eram os
pictogramas. A escrita era feita com o
desenho das coisas, representando as
palavras usadas para designar essas
coisas.
A palavra “olho” podia ser @,
“casa” podia ser =.
Os nomes dos caracteres eram
os nomes das próprias coisas. Essa
escrita, chamada ideográfica, era fácil
de ser entendida em muitas línguas.
Com o passar do tempo, no entanto,
viu-se que havia um grande
problema: os símbolos eram muito
numerosos, assim como a relação de
coisas a serem representadas, que se
tornavam cada vez mais complexas.
Os pictogramas cederam lugar,
então, aos silabários, sinais
representando os sons das sílabas.
Mudou o ponto de partida da escrita,
que passou do significado para o som
das palavras, de ideográfica a
fonográfica. Com isso, houve uma
redução enorme no número de
caracteres necessários à composição
de palavras.
E uma outra modificação
importante ocorreu: os nomes dos
caracteres foram perdendo a relação
de conotação com as coisas
representadas e adquirindo
significado próprio. Porém, o melhor
tipo de caractere para representar os
sons ainda era o silábico, que trazia
muitas redundâncias. Se existiam
“letras” como PA, BA, TA, AS, LA, RA
ou PE, BE, TE, SE, LE, RE, podia-se
simplificar mais ainda e formar uma
nova classe de caracteres, como A, E,
P, B, T, S, L, R, etc. Esta é, na teoria,
a lógica do desenvolvimento do
alfabeto. Mas na prática, as coisas
não aconteceram de modo tão
perfeito, nem a escrita apareceu ao
mesmo tempo em todos os povos, o
que torna essa história ainda mais
fascinante.
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