segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Folklore - Alma do povo

Mostra Etnográfica na Camacha, a 3 e 4 de setembro próximo. Em breve, a Camacha é de novo o palco da Mostra Etnográfica Camacha de ontem – Madeira de Sempre. Na sequência do excelente desempenho logo na estreia, (em 2019) que levou os responsáveis governamentais a classificá-la de Evento de Interesse Regional, a ADESCA – Associação para o Desenvolvimento Social e Cultural da Camacha decidiu reapresentar candidatura à realização da Mostra Etnográfica acima aludida, de que é a entidade organizadora. A Mostra Etnográfica apresenta usos e costumes, equipamentos, ferramentas, trajes, relativos aos séculos XIX e XX, quer da Vila da Camacha, quer de toda a Madeira, que se revê neste evento. A Mostra Etnográfica reproduz com fidelidade, genuinidade e autenticidade um passado relativamente recente, trazendo à memória de muitos ou à aprendizagem de outros, a forma como os habitantes que foram chegando e cá nascendo se adaptaram às circunstâncias orográficas e climatéricas, às influências e produtos que foram aqui aportando. A Mostra compõe-se de dois eventos, para além da gastronomia presente: A – Cortejo Etnográfico No sábado, dia 3 de setembro, a partir das 17h30, sai do início da Rua Maria Ascensão, junto à bomba de combustíveis, o Cortejo Etnográfico, com 9 carros alegóricos e centenas de figurantes, que se dirigem até o Centro da Freguesia, o Largo da Achada. A elaboração dos carros alegóricos está entregue à enorme criatividade de grupos e instituições da Freguesia. Os grupos e instituições participantes aceitaram o desafio de saírem da sua zona de conforto e normalidade para, a partir do facto de estarem envolvidos numa dinâmica de vivências comuns, de origem cultural, educacional, social ou recreativa, assumirem a representação dum tema que lhes é sugerido, criando-o com arte, engenho, autenticidade, graça, motivação e alma. E completamente à sua responsabilidade e criatividade, no respeito pelas orientações da Entidade Organizadora, a ADESCA, e pelo rigor e veracidade da representação, desenvolvem o seu próprio projeto. O Cortejo terá nove carros alegóricos: Haverá figurantes nos carros e muitos a pé, complementando a figuração dos carros, numa totalidade de cerca de 400. Haverá corsas puxadas à mão, cestos à cabeça, cajados aos ombros, jogos de rua… Uns trajarão à «rica», simbolizando visitantes e turistas, outros à maneira popular, quer de cerimónia, quer de esforço e trabalho. O público presente será convidado e desafiado a interagir. Depois da chegada ao Largo, os carros ficarão em exposição em terreno a oeste do Largo, que tem sido parque de estacionamento, em dias de ajuntamento e aí será realizado um grande bailinho madeirense, com figurantes e visitantes. B – Domingo, 4 de setembro A Missa das onze terá a participação de muitos em trajes do século XIX e XX, os cânticos serão de antigamente. A partir das 11h00 o recinto estará aberto para a gastronomia, mas também para a visita e participação. Estarão instalados currais, com animais vivos e bem cuidados, haverá mesas para torneios usuais nas vendas, tascas e casas da freguesia, execução e venda de artesanato, jogos tradicionais. Momento alto da tarde de domingo, dia 4, pelas 16h00 horas. A função do porco. Chegará ao recinto cadáver, morto previamente em matadouro, com respeito pela dignidade animal, e ali se procederá à «função do porco», que consiste em executar todas as etapas necessárias à preparação dum porco para consumo caseiro. Ao longo da tarde de domingo, haverá atuações de grupos, despiques espontâneos, muita animação e interação, gastronomia tradicional, para uma tarde inesquecível de regresso ao passado, presente nas vivências que ainda fazem parte do nosso quotidiano.