sábado, 30 de março de 2013

minha Terra é a Madeira...embalada ao som do mar!.



Retrato da Madeira




Numa altura em que a Europa dá sinais de desagregação, segundo alguns famosos criadores da União, como Delors ou Helmut Khol que contribuíram com os seus esforços e delicada actuação política, para uma situação estável e de unidade fortalecida, a Madeira está possuída por um populismo de resultados dramáticos. E com professores a debitar!
Os representantes do povo, particularmente os palavrosos líderes dos partidos da oposição não conhecem o verdadeiro retrato da Madeira. Quem éramos e quem somos? Como chegámos aqui em trinta e cinco anos de regime de semi-autonomia? Porque chegámos a esta grave situação de empobrecimento. Conheço gente que morrerá afogada no seu ódio!
Distraem o povo com parvoíces inqualificáveis. Para quê tanto esforço para denegrir, se o importante é construir. Para quê esconder que em 1978 éramos das Regiões mais pobres de Portugal e da Europa, e hoje estamos com níveis iguais ou melhores que a esmagadora maioria das Regiões do País e de alguma Europa.
Gastámos acima das nossas possibilidades? É verdade! Fomos todos. Não foram só os governantes. Mas já fizeram as comparações entre a Região e o Continente? A Madeira possuía em 1978, 5 estabelecimentos de ensino na Educação Pré-Escolar. Hoje possui quase 200. Os alunos matriculados nessa altura eram 505, hoje ultrapassam os 8 mil. Dez professores asseguravam esse ensino. Hoje são mais de 1200.
Na habitação em 1978, 148 famílias eram beneficiárias de intervenção do Governo. Hoje são à volta de 15.000. Existiam na Região cerca de 65.000 alojamentos familiares clássicos. Hoje são mais de 130 mil. Existiam 90 estabelecimentos hoteleiros em 1978. Hoje ultrapassam os 200. Não existia nenhum estabelecimento de Turismo de Espaço Rural, hoje são para cima de 50. A capacidade de alojamento hoteleiro rondava as 11.400 camas. Hoje cifra-se nas 30 mil.
As receitas na hotelaria (1978) eram de 7.524.000 euros. Hoje ultrapassam os 230.000.000 euros. Tudo graças a um trabalho conjunto entre parceiros públicos e privados, que beneficiaram de obras públicas fantásticas, como foram as acessibilidades internas e externas. Quando nos deram carta de alforria mitigadíssima, nesse ano distante de 1976, houve que elaborar projectos desenhar planos, preparar obras.
Aterravam em 1978 no desgraçadinho Aeroporto da Madeira coberto a folha de alumínio quase 6.000 aviões/ano. Hoje num Aeroporto que foi pago só pelos madeirenses com recursos a empréstimos da banca, o único em Portugal, o que significa que todos os outros foram comparticipados por fundos europeus (como o nosso) e pagos com dinheiro do Governo da República, situação que nos foi recusada e que ainda nos custa os olhos da cara em juros e taxas. Com a privatização algo vai mudar. Hoje aterram no Aeroporto do Funchal entre 13 e 14 mil aviões por ano. Se em 1978 os passageiros embarcados + desembarcados rondavam os 660 mil, hoje ultrapassam os 2 milhões e meio. No Porto do Funchal tínhamos em 1978, 120 mil passageiros embarcados + desembarcados. Hoje passámos a fasquia dos 700 mil.
É preciso ir à História, consultar as estatísticas do INE para constatar a evolução desta terra em todos os domínios. Não cabe neste curto artigo de opinião citar todos os itens. Mas importa realçar que a taxa de mortalidade há trinta e cinco anos, estava nos 35,9% por mil, e hoje, cifra-se nos 3 por mil. E vale a pena saber o que era feito e o que se faz em ajuda domiciliária incluindo apoio de refeições, refeitórios e Centros de Acolhimento e de abrigo, alojamento temporário, residências de autonomização, lares para crianças e jovens, centros comunitários e de actividades de tempos livres, Casas do Povo, Refeitórios e cantinas sociais.
Peço desculpa aos fanáticos, mas o PS da Madeira parece um bar de relambório onde actuam à vez, doutores e operários da palavra, gente que se alapou a tachos e penachos, em vez de estudar, de investigar e de trabalhar com objectivos bem definidos. Isto de andar a socratizar a política de um partidinho que já foi uma escola de bons políticos, é realmente uma sensaboria. É triste não existir ninguém capaz de ser oposição serena e coerente na Região. Somos todos nós que estamos a perder.
Bem sei que o populismo dava votos. Ainda é assim? Lamentemos a situação porque significa que evoluímos em muitas áreas, menos na cultural. As críticas ásperas invariavelmente dirigidas a Alberto João Jardim, não trazem nada de novo ao debate político, porque não trazem clarificação. As pessoas são convergentes como divergentes. Só que ainda não perceberam que por mais que carreguem no acelerador da saída de Alberto João Jardim do poder, estão a apressar a própria sepultura.
Ele não é a Madeira. É da Madeira. Foi eleito por maiorias sucessivas. Está legitimado. Defende com unhas e dentes os interesses da Madeira, seja onde for, contra quem for. E dentro do partido dele nem todas as vozes são convergentes. Foi assim desde os tempos de Virgílio Pereira. Não vale a pena estarem a criar novos personagens, como se fossem únicos, porque isso além de ser uma aberração política, é um insulto para tantos políticos do PSD que trabalham com ou sem cooperação com o Presidente do partido e do Governo. Estar permanentemente nas queixas sem olhar para a sociedade, é partir de premissas erradas.
Por isso é que os de lá sabem dividir para reinar. E os de cá, julgando-se mais espertos, são uns tolos sem emenda. E beneficiaram!