A política explora o Brasil
Vou tratar de um assunto que não é novidade, mas poucos atentam para o tamanho da impertinência que isso tem. Falo dos valores destinados, saídos dos cofres públicos, arrancados de você, na forma de escorchantes impostos e taxas, que alimentam os fundos partidários e eleitorais.
Partidos políticos e os políticos, ao menos a maioria, tornaram-se imensos balcões de gerenciamento ou somente gastos do dinheiro público. Em favor deles próprios, usando a população como argumento de convencimento.
Pelo item da transparência pode-se obter no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os valores, ainda que referentes a 2018, do Fundo de Financiamento de Campanhas. Imagine-se o quanto cresceu em 2020.
Pelos valores que recebem os partidos políticos, como se verá na tabela abaixo, oficial, da eleição anterior, são um mundo de dinheiro desviado das necessidades da população brasileira, para sustentar quem dela se utiliza como argumento para levar uma vida paralela aos desejos e necessidades de quem os sustenta.
Uma vergonha.
Partidos sem expressão nenhuma, sem representatividade, recebem dinheiro público para financiar a si e seus candidatos, num desperdício de prioridades e criação de vidas mansas de arrepiar.
Qualquer que seja a justificativa para a existência dessas aberrações de fundos, e mais, os argumentos para desacreditar a crítica, sempre usando a democracia como pano de fundo, não passa de “narrativa” construída para a população brasileira seguir sendo chapinhada por uma categoria de arrogantes e presunçosos, que formaram sua casta de privilégios e exploram a boa vontade e a ignorância da massa da população, mantida na falta de educação e conhecimento para seguir sendo massa de manobra dos salvadores da pátria (deles).
Quantas e quantas oligarquias, famílias, grupos, vivem do esforço do trabalhador brasileiro, utilizando os fundos políticos como forma de sustento de suas atividades políticas e pessoais e, é lícito supor, profissionais.
Ver os valores de cada partido dá engulhos. Porque todos eles são também sustentados pela população em seus salários, mordomias, penduricalhos e tudo que inventam para ficarem ricos à custa do sacrifício dos que neles votam cheios de fé e esperança e só recebem migalhas. Quando recebem, na forma de maus serviços públicos, leis de privilégios.
Imagine o leitor o quanto de dinheiro não é desperdiçado para sustentar as tão faladas instituições, os poderes públicos. Não sou contra sua existência, mas o modelo de despesas atual não cabe mais no Brasil.
É preciso repensar o modelo com mais austeridade, controles, redução drástica de custos e empregos públicos derivados da política da troca de favores. Veja o quadro abaixo leitor. O valor de cada partido. Não merecem.
Se discordar, respeitarei.
Mas o modelo de gestão do estado brasileiro está anacrônico e acentua a divisão de renda e de classes no país. Veda oportunidades para o mérito e privilegia o corporativismo de forma absurda.
Paulo Saab, jornalista, bacharel em Direito, professor universitário e escritor.