|                                                                                                 |                                                     |  Miguel  Sousa Tavares não sabe, nem procura saber, porque nos tem raiva e ódio  visceral, que os “autonomistas” não são nem nunca foram separatistas,  quanto mais radicais. Só lhe falta apelidar-nos de “fundamentalistas”.  Quem diz ele, diz Vital Moreira, essa prenda comunista que caiu no  regaço dos socialistas como as rosas de Santa Isabel. |  |                                                      | O fabricante de sonhos irrealizáveis,  Miguel Sousa Tavares, nunca se esquece da Madeira e muito menos de  Alberto João Jardim. Na sua última crónica do EXPRESSO volta à típica  mistificação e manipulação dos factos, para denegrir os méritos de um  madeirense que já está na História. Ele coitado, está na sombra. Revela  um total e absoluto desconhecimento de seculares problemas que sempre  sufocaram a vida dos ilhéus.
Miguel Sousa Tavares não sabe, nem procura saber, porque nos tem raiva e  ódio visceral, que os “autonomistas” não são nem nunca foram  separatistas, quanto mais radicais. Só lhe falta apelidar-nos de  “fundamentalistas”. Quem diz ele, diz Vital Moreira, essa prenda  comunista que caiu no regaço dos socialistas como as rosas de Santa  Isabel.
Ambos podem juntar-se a Fernando Rosas do Bloco de Esquerda e a outros  espécimes do género que padecem de azia incurável, por a Madeira ser um  exemplo de desenvolvimento de Portugal neste lado do Atlântico. E não se  esqueçam, que o insuspeito representante da JSD dos Açores, que  participou no Congresso da JSD da Madeira, não se coibiu de afirmar que  os Açores eram um atraso de vida comparado com a Madeira.
E toda a gente sabe que é assim. Mesmo o Representante da República para  a Madeira, que honra lhe seja feita, tem sido justo nas suas análises  sobre este território. Um homem com uma cultura invulgar e um  conhecimento profundo da Madeira e da sua Autonomia Política, que  transmite com verdade e seriedade a quem o solicita, tudo o que somos e o  ambiente que nos caracteriza, a nível cultural, económico, social e  político.
Alguma vez a RTP 1 (que gasta um milhão de euros por dia) para prestar  um serviço público, entrevistou o Representante da República para a  Madeira? Judite de Sousa tem entrevistado gente importante mas também  muita gente rasca. Não sei quais são os critérios editoriais daquela  direcção, de informação que ainda há dias desancou na ERC. O que sei, é  que muita da desinformação que existe no Continente é fruto de dolosos  esquecimentos da RTP em entrevistar quem de forma isenta e imparcial e  com conhecimento de causa, pode dar uma imagem fiel da Madeira actual.
E no entanto o Juiz Conselheiro Monteiro Diniz tem a nítida percepção de  que para a esmagadora maioria dos madeirenses, não faz qualquer sentido  uma “autonomia tutelada” por uma figura (e não está em causa a sua  pessoa) que aceitou o cargo e desempenha-o com escrupuloso respeito pela  Constituição da República e do Estatuto Político Administrativo da  Região.
Em artigo anterior mencionei o erro grosseiro da inversão da pirâmide  institucional. Neste caso não há qualquer má vontade para quem está no  cargo, mas tão só, o erguer da bandeira da democracia. Este cargo é de  nomeação presidencial logo investido de representação da soberania  nacional. Não sendo um cargo de eleição, provoca sentimentos diversos e  relembra aquela sobrevivência de governadores, capitães generais, altos  comissários, etc. e até não deixa de ser restritiva da figura, esta  verdadeiramente nacional, que é o Presidente da República.
Os inimigos da Madeira sempre escreveram mal do nosso povo e do Governo  Regional. Miguel Sousa Tavares até se meteu com a claque feminina do  C.D. Nacional, duma forma infeliz e infame. Até acho piada quando esses  escribas de pena dourada e teclado Magalhães, fazem distinção de  “contribuintes do Continente” que segundo eles tudo sustentam, e afinal  partilham receitas com os “contribuintes das ilhas”.
Esquecem-se de referir as receitas que ao longo de cinco séculos são  cobradas nas ilhas. Estas foram e são contribuintes de impostos, mas  noutros tempos, também de haveres e homens para as guerras (secs. XV e  XVI na manutenção, abastecimentos e defesa das praças do Norte de  África; na guerra de libertação de Pernambuco). Rezam os livros  históricos que Figueiroa levantou terços para combaterem naquela guerra.
Por acaso ou de propósito esquecem-se que a Madeira também contribuiu  com homens para a guerra do Ultramar. À custa da Madeira e dos Açores,  americanos e franceses, pagaram bem pelas bases das Lages e Flores,  parte em dinheiro, outra parte em armamento para equipar as Forças  Armadas. E ignoram também que os nossos mares entram sempre em  negociações de pesca e exploração de fundos, com espanhóis, franceses e  houve tempos que se estenderam esses entendimentos com japoneses.
Apesar das revisões constitucionais ocorridas, porque omitem que a  Madeira sempre reivindicou um referendo à nossa Constituição? Os  eleitores alguma vez foram esclarecidos, e podem votar conscientemente  as questões que se colocaram com a integração europeia? Quem e com que  isenção informou o povo, na sua maioria pouquíssimo instruído e vergado  pelos problemas sócio económicos que de séculos, é o seu pão de cada  dia?
Estes tempos que vivemos lembram o motim de 1931 e a revolução de 1936,  frutos da miséria generalizada e dos aumentos dos preços, sobretudo da  farinha e do milho de que quase toda a população se alimentava,  favorecendo os monopólios sobretudo dos ingleses e de alguns testas de  ferro madeirenses; do açúcar, do vinho e do álcool, dos bordados e do  comércio. Não faço comparações absurdas. Há que encarar a realidade e  perceber onde é que isto vai parar.
O que se desenrola lá para os lados do Egipto e países limítrofes é  preocupante. A miséria é semelhante à das épocas atrás citadas. Quem  pode viver naqueles países com dois dólares por dia? Menos ainda que  dois euros. Reflictam e arregacem as mangas e trabalhem com seriedade. |  
                                               
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