domingo, 19 de dezembro de 2010
A história repete-se....
A Lapinha Madeirense
 
 
Lapinha. É com este termo que na Madeira se  designam os «presépios», que desde séculos tão generalizados estão entre  nós. Julgamo-lo uma palavra peculiar deste arquipélago. Deve ser o  diminutivo de «lapa» com o significado de furna, gruta ou cavidade  aberta em um rochedo, por analogia ou semelhança com o local do  nascimento do Divino Redentor. É possível que em outros tempos  conservassem essa analogia ou semelhança, mas, ao presente e na  generalidade, as «lapinhas» madeirenses são armadas sôbre uma mesa,  tendo como centro uma pequena escada de poucos decímetros de altura, de  três lanços contíguos, e no topo da qual se coloca a imagem do Menino  Jesus. Em todos os degraus da escada e em torno dela estão dispostos os  «pastores» e vários objectos de ornato, por vezes bem estranhos e sem  próxima afinidade com o resto do presépio. Em obediência às condições do  meio, terão algumas características próprias, como sejam as  ornamentações com os ramos do arbusto «alegra-campo» e dos fetos  «cabrinhas», que lhes imprimem uma feição pitoresca e alegre. 
Terão uma certa originalidade os chamados  «pastores», isto é, pequenas figuras de barro de grosseiro fabrico  local, que quase sempre não representam pastores ou zagais mas  indivíduos das várias camadas sociais. Ainda são muito vulgares as  «lapinhas» com as chamadas «rochinhas», consistindo estas no simulacro  de um pequeno trecho de terreno muito acidentado, feito de «socas» de  canavieira e que geralmente conserva na base uma pequena «furna»  representando o presépio em minúsculas figuras de barro.
Existiam, mas hoje são já muito raras, estas  mesmas «rochas», talhadas em maiores proporções e em que se viam  igrejas, estradas, pequenas povoações etc., embora sem grande harmonia  no conjunto, mas oferecendo um certo e original pitoresco.
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