quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Uma mulher especial

Era ainda uma menina de 17 anos. Aceitara a incumbência de tornar-se mãe de um ser especial. Para qualquer mãe, seu menino é um ser especial. Imagino os sonhos que tinha enquanto fazia os deveres domésticos. Sim, porque apesar de jovem, ela era uma perfeita dona de casa. Seu marido, a apoiava incondicionalmente. A jovem soube que uma parente estava grávida e prontificou-se a ir até sua casa e prestar-lhe toda a assistência que, neste caso, é importantíssima. Chegou o dia de ser mãe. Uma viagem inoportuna, mas necessária, fez com que tivesse seu neném fora de sua cidade natal. Ela não reclamava, não se lastimava, porque, acima de tudo, tinha fé, muita fé no seu Deus! Foi posta à prova, uma prova difícil de superar. Não entendia porque o maioral do lugar perseguia seu filho, ainda menino. Mas, decidida, aconselhada por alguém, buscou outro país para viver. Os planos feitos tinham que esperar! A escola, outra língua! Como superar tudo, meu Deus! O pesadelo acabou com a morte do maioral. De volta a casa, sua família alcançou a paz e seu menino crescia em sabedoria e piedade. Mais tarde, já feito homem, seu filho foi cumprir a sua missão. A sua mãe, ciente do que estava acontecendo, acompanhou-o, como anjo protetor, como mãe de todos os que necessitavam de conforto e paz! Aí, o prenderam e o mataram! Que mulher poderia aceitar que isso acontecesse sem revolta interior? Mas ela confiava nos planos do Criador. Tinha recebido uma mensagem, havia muitos anos e acreditava nela: Tu serás mãe do ALTÍSSIMO! Seu filho, na hora da morte, a deu como mãe para nós que, em última análise, éramos os culpados de sua morte! Que coração magnânimo! Oração: Te aceitamos, mãe, embora indignos. Que benção ter uma mãe como esta, solícita intercessora, cuidadosa, amorosa! Nossa mãe, minha mãe, Mãe de Deus! Nossa igreja a tem como um dos seus maiores tesouros: Mãe da Igreja. Sob seus olhos amorosos vamos singrando este vale de lágrimas. Mãe, Maria. Dai-nos a tua benção! Tu que dignificas em grau extremo o sexo feminino. No dia da mulher, Maria, te amamos, Mãe! Eleutério Sousa

sábado, 21 de novembro de 2009

Balada de Neve

Batem leve, levemente,como quem chama por mim.Será chuva? Será gente?Gente não é, certamentee a chuva não bate assim. É talvez a ventania:mas há pouco, há poucochinho,nem uma agulha buliana quieta melancoliados pinheiros do caminho… Quem bate, assim, levemente,com tão estranha leveza,que mal se ouve, mal se sente?Não é chuva, nem é gente,nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caíado azul cinzento do céu,branca e leve, branca e fria…. Há quanto tempo a não via!E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça.Pôs tudo da cor do linho.Passa gente e, quando passa,os passos imprime e traçana brancura do caminho… Fico olhando esses sinaisda pobre gente que avança,e noto, por entre os mais,os traços miniaturaisduns pezitos de criança… E descalcinhos, doridos…a neve deixa inda vê-los,primeiro, bem definidos,depois, em sulcos compridos,porque não podia erguê-los!… Que quem já é pecadorsofra tormentos, enfim!Mas as crianças, Senhor,porque lhes dais tanta dor?!…Porque padecem assim?!… E uma infinita tristeza,uma funda turbaçãoentra em mim, fica em mim presa.Cai neve na Naturezae cai no meu coração. Augusto Gil

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Testemunhos de Fé

TESTEMUNHO no 2º dia da presença da Imagem Peregrina na Paróquia do Porto Moniz – 31 de Out. 2009

DSC05203 OBRIGADO MARIA!

O calmo lusco-fusco da manhã deu timidamente lugar a um céu azul e rosa, que se iluminava com a luz dourada do sol, anunciando um novo dia. Não um dia qualquer, mas um dia em que tínhamos o privilégio de ter connosco a Imagem de Maria.

Por volta das sete das manhã, os passarinhos no seu chilrear, prolongavam em pleno Outono um dia de Verão tardio e já muitos voluntários colaboravam na azáfama de fazer perdurar a beleza da decoração da Igreja e retocar o tapete de flores para mais um dia de festa.

As nove horas eram anunciadas pelo rebate dos sinos e à Igreja acorriam homens e mulheres que, na sua simplicidade e fé, viam como precioso cada minuto de permanência de Maria junto de nós e como tal queriam começar o dia cantando e orando com e para Ela.

Durante toda a manhã e tarde, com horas distribuídas pelos diferentes sítios, por entre oração, cânticos e meditação, foi tempo de cada um colocar aos pés de Maria a sua vida, como oferenda singela, mas plena de simbolismo e significado. Foi tempo de partilhar com Ela angústias, preocupações, receios e alegrias.

Num profundo silêncio de quem contempla, os olhos de cada um viraram-se para Maria, vendo nela o Modelo de todos os Cristãos.

Em clima de festa, o dia culminou com a realização das cerimónias litúrgicas, enriquecidas pelo espírito de união gerado em torno da vontade de ajudar a paróquia a tornar o mais significativa possível a passagem da Imagem.

De olhos postos em Maria, todos os presentes se associaram aos cânticos de louvor, como que querendo que eles fossem entendidos pela Mãe como prece de filhos reconhecidos pela dádiva de A contemplar de tão perto.

O fim do dia traz consigo a vontade de fazer mais e melhor por Maria no dia derradeiro da presença da Virgem entre nós. Essa vontade é forte ao ponto de esconder por completo o cansaço e conferir energias para a preparação da actividade a realizar com as crianças no dia seguinte.

De regresso a casa todos se sentem de alma reconfortada e coração repleto da Paz que brota do rosto da Imagem da Mãe de Jesus.

Obrigado Maria, por estares entre nós!

Natália Nunes e Sandra Rodrigues

Testemunho da Imagem Peregrina

TESTEMUNHO – 3º dia, o da partida - A Imagem partiu, Maria e a sua mensagem permanecem! – Porto Moniz, 1 de Nov. de 2009

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Qualquer Domingo é, por excelência, um dia especial para qualquer Cristão mas este Domingo, 1 de Novembro, trazia consigo mais duas razões para ser ainda mais especial que qualquer outro Domingo: era Dia de Todos os Santos e iríamos vivê-lo na presença da Imagem de Maria.

Como forma especial de acompanhar a Mãe, a manhã foi preenchida com a Exposição e Adoração do Santíssimo pelos Irmãos da Confraria e já no período da tarde coube aos cursistas prestar-Lhe a devida e merecida homenagem.

As crianças são sem dúvida as que olham para a Imagem de Maria com mais curiosidade mas, ao mesmo tempo, com expressões faciais que revelam terem a noção de que aquela “Senhora” não é uma “Senhora” qualquer e por isso a presença da Imagem Peregrina serviu de mote para falar às crianças de modo mais especial sobre o papel de Maria e sobre as suas aparições aos pastorinhos, também eles crianças que olharam para Maria com fascínio.

Aproximava-se a passos largos a hora da cerimónia litúrgica que iria marcar a despedida da Imagem de Maria e nos rostos começava a vislumbrar-se a nostalgia de quem queria ver adiada o mais possível a partida da Virgem.

A cerimónia, em que todos se juntaram para comungar na presença de Maria o “Pão de Deus” teve o seu início com a distribuição de um “Pão-por-Deus” simbólico a cada uma das muitas crianças presentes.

O restante rito eucarístico teria sido semelhante ao de qualquer cerimónia de liturgia dominical, não fosse ser visível um espírito de união e uma harmonia indescritíveis e que pareciam emanar de cada um, recebidos directamente de Maria.

A comunidade paroquial rezou o Pai-Nosso de mãos dadas, como que formando uma corrente humana em torno de Maria, mostrando-lhe que por sua intercessão se vivia naquele templo um clima de união fraterna.

No momento da despedida os pedidos e as mensagens para a Mãe foram enviados em direcção ao céu, em balões azuis e brancos que ajudavam a dizer adeus a Maria quando a emoção fazia das palavras um meio impossível de utilizar para comunicar com Ela.

Sentia-se que cada um se despedia dela em silêncio e lhe agradecia o privilégio de ter usufruído da sua companhia, com a certeza de que a Imagem se ia embora, mas que a luz deixada por Maria continuava bem acesa dentro do coração de cada um.

Esta pequena caminhada com Maria continuará a ter reflexos nas caminhadas da vida de cada um de nós. Jamais nos esqueceremos que estivemos tão junto d’Ela, que a sua companhia nos confortou como não nos conseguiria confortar o abraço mais apertado.

Todos nos sentimos envolvidos e protegidos pela brancura do manto de Maria e temos a certeza que, como Mãe, ela continuará a envolver-nos com a sua candura e a proteger-nos intercedendo por nós junto do seu Filho Jesus.

A Imagem partiu, Maria e a sua mensagem permanecem!

Natália Nunes e Sandra Rodrigues

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

“FAZER O BEM E NÃO OLHAR A QUEM”

Naquele tempo... começa desta maneira o evangelista...“Um homem foi atacado por salteadores e o deixaram à beira da estrada, moribundo.Passavam por ali, um sacerdote da lei, um fariseu e um levita, mas simplesmente ignoraram o desditado.“Um samaritano, aliás, pessoa mal-vista por aqueles que haviam passado por ali anteriormente, encarregou-se de cuidar do homem e ainda pagou a estalagem onde ele poderia recuperar-se e seguir viagem...” Estas palavras são uma interpretação do evangelho, não sendo “ipis letteris”, as do evangelista.Este gesto do samaritano ecoa há centenas de anos em nossa civilização cristã e seu exemplo é seguido por milhões de pessoas de coração bondoso e por instituições, às vezes seculares, de assistência.Tomemos, por exemplo, as Santas Casas, fundadas por uma rainha portuguesa, D. Leonor, a instituição “Santa Casa de Misericórdia” é uma fundação de inspiração cristã que serve como o bom samaritano, a quem precisa de seus serviços.Temos tantos e tantos abnegados exemplos , como os Asilos de São Vicente de Paulo, os Hospícios de São João de Deus e hodiernamente casas de auxílio aos aidéticos, etc.“Pastorais” que indicam a dinâmica da Igreja e que, por mãos anônimas, fazem o trabalho social, preconizado por Jesus. Recompensas? Claro, “aquilo que fizerdes a um de vossos semelhantes é a mim que o fazeis”...Sublime mandamento, o Amor!Sejamos também parte integrante e dinâmica nesta inclusão social de que tanto clama a “Boa Nova”...Faz-nos bem ao corpo e ao espírito e, sobretudo, à “conta” que devamos ter “depositada” no “Banco Divino”...Pensemos nisso!