Cambará Cultura - Ponto das letras
sábado, 5 de agosto de 2023
Gente valorosa e determinada....
5 de agosto de 2014
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Excerto do artigo do miguel sousa tavares...
> Não é só no futebol que no fim ganham os alemães. É no futebol, no atletismo, no automobilismo, no andebol, na equitação, no ski. É no desporto, na música, na literatura, na arquitectura, na construção de carros, de electrodomésticos, de máquinas industriais, etc, etc. Podemos gostar ou não, podemos até desdenhar, mas a verdade é esta: no fim, ganham os alemães. E ganham, porquê? Porque trabalham mais, porque se focam nos objectivos, porque valorizam os resultados. Se alguém quiser entender por que razão a Alemanha está farta dos países do sul da Europa, ponha-se na pele de um alemão. E compare a selecção alemã, campeã do mundo, com, por exemplo, a portuguesa.
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> A selecção alemã que foi ao Brasil não tinha vedetas nem pequenas, nem médias, nem grandes. Não se davam ares de vedetas, nem fora nem dentro do campo. Umas vezes, esmagaram e fascinaram com o seu futebol de carrossel demolidor, outras vezes — como na final — correram, lutaram, sofreram, sangraram e, no fim, ganharam. Nenhum jogador quis dar nas vistas por outra razão que não fosse jogar futebol. Ali não havia ninguém com tatuagens, com penteados ridículos, com figurinos tipo Raul Meireles, com brincos nas orelhas, com pose de deuses inacessíveis de auscultadores enfiados nos ouvidos, fingindo-se alheios a tudo o que os rodeava, como se fossem superiores à gente comum. Não, os alemães passaram pelo Brasil confraternizando, querendo ver e saber, curiosos e contentes por ali estarem — tão diferentes dos nossos heróis do mar, fechados para o mundo em hotéis-fortaleza, onde só entravam cabeleireiros, tatuadores e agentes. Os alemães não passaram as conferências de imprensa a debitar lugares comuns e frases feitas sem conteúdo, próprias de quem jamais foi visto com um livro, uma revista ou um jornal na mão e passa os tempos livres a debitar selfies e banalidades nas redes sociais, imaginando-se o centro do mundo. Os alemães mandaram ao Brasil uma verdadeira embaixada, para servir o futebol e honrar o seu país, enquanto nós mandámos um grupo de homens mimados e convencidos, comandados por dirigentes que não lhes souberam exigir que estivessem, em todos os aspectos, à altura da responsabilidade. Mas, como em tudo o resto que fazem, os alemães também mandaram um grupo de jogadores que se portaram como verdadeiros profissionais, que trabalharam e treinaram no duro, enquanto que nós mandámos uma excursão de rapazes que se convenceram que os penteados e as tatuagens, por si só, conseguem ganhar jogos ou então ficar na fotografia que parece bastar-lhes. Não é por acaso que o campeonato alemão tem estádios cheios e que o público dá por bem empregue o seu tempo e o seu dinheiro, enquanto que o principal do nosso campeonato é jogado em estádios vazios e vivido sobretudo nos programas televisivos dos dias seguintes, a discutir se foi bola na mão ou mão na bola ou se a entrada de uma equipa em campo 2 minutos e 45 segundos depois da hora marcada condicionou ou não decisivamente o resultado de outro jogo. Nós discutimos, eles jogam. Nós tatuamos, eles treinam. Nós penteamos, eles correm. Nós somos recebidos e pré-condecorados pelo Presidente antes de começar, eles são apoiados na bancada pela chanceler quando chegam à final. Nós somos heróis antes de partir, eles são vencedores depois de ganharem. Não é por acaso que, desde que me lembro e tanto quanto me lembro, só dois jogadores portugueses (Paulo Sousa e Petit) jogaram no campeonato alemão e só um jogador alemão jogou no campeonato português (Enke).
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> Não perguntem o que é que os alemães têm. É toda uma sociedade fundada no trabalho, no mérito, na responsabilidade, nos resultados. Goste-se ou não, isto não tem nada a ver com o fado. É outra cultura, é outra coisa.
sexta-feira, 4 de agosto de 2023
Contos escolares
....Era uma vez.....(Contos e memórias)
Era uma tarefa prazerosa recolher histórias que, de outra maneira, se perderiam
ERA UMA VEZ.... As histórias e mitos do nosso povo que recolhíamos nas férias e transformávamos e redações para a aula de Literatura do Padre Alfredo... O ambiente era a Ilha da Madeira, com suas particularidades sociais.
...."O Tesouro"
Um lenhador de profissão dirigiu-se à serra para cortar um pinheiro afim de conseguir lenha para o inverno que se avizinhava. e, qual foi a sua admiração ao ver que, na raiz da árvore havia encontrado um saco de moedas de ouro.
Alguém o teria deixado ali e o pinheiro nascido aleatoriamente como sucede na Ilha, deveria ter feito a pessoa perder o rasto e a localização do tesouro. O lenhador era muito temente a Deus e, com muitas dúvidas na mente, a primeira coisa que pensou fazer, foi a de dirigir-se ao vigário para que lhe desse um conselho sobre como proceder....
O vigário não queria acreditar naquela bênção à frente dos seu olhos! Pensou numa maneira especial para tirar partido do achado (as finanças não estavam grande coisa...) e propôs ao lenhador o seguinte: vá pela Ilha a perguntar quem tinha perdido o tesouro... Se encontrar, devolva o saco de moedas, e ficará em paz com sua consciência.... Se não encontrar o dono, traga aqui e fazemos o seguinte: dividimos em três partes... Uma para a caixa das almas, outra para os pobres e a terceira parte é sua, já que encontrou o tesouro....
Dito e feito, lá vai o homem pelas estradas da Ilha a perguntar pelo legítimo dono do saco de moedas.... Claro que não encontrou e o padre sabia disso muito bem!
Lá ia o homem falando em voz alta..."Quem perdeu o que eu achei!" e a seguir bem baixinho "um saquinho dinheiro..." As pessoas achavam que era um "andante" louco dos muitos que perambulavam em época de fome e carestia....
Voltou ao vigário e disse que não havia encontrado o dono do saco de moedas....
"Então já sabe, disse o padre, vamos cumprir o nosso trato... "
Ah, sr padre.... se uma parte é dos pobres, eu também sou pobre, então é "meu!" se outra parte é das almas, alma tenho eu.... e esta parte já é minha, então é tudo meu!.....
O vigário pensando que ia encontrar um lenhador submisso, não teve como retrucar..... e lá foi o bom homem com a sua fortuna para casa...
Lembro-mé perfeitamente da risada do Padre Alfredo ao ler este "conto" colhido do saber popular que, na sua mensagem subliminar, mostra que o vilão às vezes consegue dar a volta à esperteza enganadora dos que se julgam mais letrados....
Quando voltei à Madeira, encontrei o Padre Alfredo na rua Fernão de Ornelas e ele me disse com toda a sua bonomia: Olhe, meu caro, (era característico dele...) tomei a liberdade de colocar no meu livro "Era uma vez na Madeira..." duas redações suas.....
Só o fazia com a redação anual de algum aluno que ele escolhesse..... durante quarenta "gerações" daqueles a quem havia dado aula.... E olhem que tínhamos bons escritores naqueles tempos... Fico muito grato e reverencio a sua memória.... A memória de um culto e santo sacerdote que passou pela minha vida.....
O Burro e o buraco
Sabedoria asinina....
Por Eleutério Gouveia Sousa (Leitor do Jornal), em 2023/07/14 26 leram | 0 comentários | 2 gostam
Raciocinar, mesmo sendo um asno, faz-nos sair das dificuldades....
O BURRO E O BURACO
Um dia, o jumento de um fazendeiro caiu num poço. O animal relinchou penosamente por horas, enquanto o fazendeiro pensava o que fazer.
Por fim, o fazendeiro chegou à conclusão de que o poço precisava mesmo ser fechado e, como o animal estava velho, não valia a pena resgatá-lo.
O fazendeiro convidou seus vizinhos para ajudá-lo. Todos pegaram pás e começaram a jogar terra dentro do poço.
No início, percebendo o que acontecia, o jumento relinchava, desesperado. Depois, para surpresa geral, aquietou-se.
Algumas pás de terra depois, o fazendeiro resolveu olhar para baixo e ficou surpreso com o que viu.
O jumento sacudia cada pá de terra que caía sobre ele, e aproveitava a terra para subir um pouco mais.
Enquanto os vizinhos do fazendeiro continuavam a jogar terra no animal, ele a sacudia e subia cada vez mais.
Não demorou para todos se espantarem ao ver o jumento escapar do poço e sair trotando alegremente.
A vida vai jogar terra em você. Todo tipo de terra. Para sair do poço, o segredo é sacudi-la e aproveitá-la para subir mais um pouco.
Cada um dos nossos problemas pode ser um degrau. Sairemos do poço mais profundo, se não nos detivermos, se não desistirmos. Sacuda a terra e aproveite-a para subir um pouco mais.
Lembre-se de cinco regras simples para ser feliz:
• Livre seu coração de todo ódio. Perdoe.
• Livre sua mente das preocupações. A maioria nunca acontece.
• Viva com simplicidade e aproveite o que você tem.
• Ofereça mais.
• Espere menos.
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sábado, 19 de novembro de 2022
Mãos acetinadas.....
As mãos são o corolário de uma alma
Mãos delicadas, acetinadas.
esbanjam carinho e amor!....
Anjo de mãos perfumadas
consola a minha dor.....
Vem, esbelta, amorosa,
bela como uma rosa,
enlaçar-me com paixão!....
Faz-me sonhar acordado
com o carinho apaixonado
da leveza das tuas mãos!
Vamos ao parque....
e, destarte,
pela mão,
passeamos sem destino!...
só sentindo o carinho
e a beleza das tuas mãos!
segunda-feira, 31 de outubro de 2022
Não era o chanceler?
O ARAUTO DO VALE
Jornal do Médio Vale do Paranapanema
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Tempos difíceis
Por Eleutério Gouveia Sousa (Leitor do Jornal), em 2022/10/08 26 leram | 0 comentários | 2 gostam
Não há como vencer..... É um mal dos nossos dias
O jornalista e académico uruguaio Leonardo Haberkorn, desistiu de continuar a dar aulas do curso de "Comunicação" na Universidade ORT de Montevideu, através desta carta que comoveu o mundo da Educação:
"Depois de muitos anos como professor universitário, hoje dei aula na faculdade pela última vez. Estou cansado de lutar contra telemóveis, WhatsApp e Facebook. Eles venceram-me. Eu desisto. Eu atiro a toalha ao chão. Cansei-me de falar de assuntos pelos quais eu sou apaixonado, para rapazes e raparigas que não conseguem tirar os olhos de um telemóvel que não pára de receber selfies.
É verdade que nem todos são assim, mas há cada vez mais a ficar assim. Até há três ou quatro anos, o apelo para deixar o telemóvel de lado por 90 minutos - nem que fosse só para não ser desrespeitoso - ainda teve algum efeito. Já não o está a ter. Pode ser que seja eu que me tenha desgastado demais neste combate, ou que esteja a fazer algo de errado.
Mas uma coisa é certa: muitos desses miúdos não têm consciência do quão ofensivo é, e o quanto magoa o que eles fazem. Além disso, está cada vez mais difícil explicar como funciona o jornalismo, a pessoas que não o consomem, nem lhes faz diferença estar informado ou não.
Esta semana na aula saíu o tema Venezuela. Apenas uma estudante entre 20 conseguiu explicar o básico do conflito. O básico!!!
O resto não fazia a mínima ideia. Perguntei se eles sabiam que Uruguaio estava no meio dessa tempestade. Obviamente, ninguém sabia.
Perguntei-lhes se eles sabiam quem é o "Luis Almagro". Silêncio. Entre as "cansadas" do fundo da sala, uma única miúda apenas balbuciou: "Não era o Chanceler?".
O que está a acontecer na Síria? Novamente silêncio.
Qual partido é mais liberal, ou está mais à esquerda nos Estados Unidos? Democratas ou Republicanos? Silêncio. Sabem quem é o Vargas Llosa?
"Sim! Sim!" Alguém leu algum dos seus livros? "Não, nenhum". Lamento que os jovens não consigam libertar-se do telemóvel, nem mesmo na aula. Conectar pessoas tão desinformadas com o jornalismo, é complicado.
É como ensinar botânica a alguém que vem de um planeta onde não existem vegetais.
Num exercício em que os alunos tinham de sair para encontrar uma notícia na rua, uma estudante voltou com a notícia de que ainda se vendem jornais e revistas na rua.
Chega uma altura em que ser jornalista joga contra si mesmo. Porque nós somos ensinados a colocarmo-nos no lugar do outro, a cultivar empatia como ferramenta básica de trabalho.
E então vemos que esses miúdos - que continuam a ter a inteligência, a simpatia e o calor de sempre - foram enganados, a culpa não é só deles. A incultura, o desinteresse e o alheamento, não lhes nasceu do nada.
Foram-lhes matando a curiosidade, e cada professor que deixou de lhes corrigir os erros ortográficos, lhes estava a ensinar que tudo vai dar mais ou menos ao mesmo.
Então, quando tu entendes que eles também são vítimas, quase sem perceber vais baixando a guarda.
E aí o mau acaba sendo classificado como medíocre; o medíocre passa por bom; e o bom, nas poucas vezes que chega, celebra-se como se fosse brilhante. Não quero fazer parte desse círculo perverso. Nunca fui assim e nem serei. O que eu faço, gosto de fazer direito, ou o melhor possível, e eu não suporto o desinteresse a cada pergunta que faço, respondida invariavelmente com o silêncio. Silêncio! Silêncio! Silêncio!
Eles queriam que a aula acabasse.
Eu também."
Sem assunto
Sem assunto
Por Eleutério Gouveia Sousa (Leitor do Jornal), em 2022/10/13 30 leram | 0 comentários | 2 gostam
Há tanta informação que nos deixa "baratinados" por sua falta de conteúdo
O mundo moderno tem informação "aqui e agora!", mas será que tem assunto? O "assunto" das eleições não dá prazer por falta de "assuntos concretos" dos candidatos.... guerra é um "assunto" atual, mas, desde quando não é "assunto" tenebroso na vida das pessoas? (è a guerra aquele mostro....) já dizia o padre Vieira! Um "assunto" preocupante é a delinquência que penaliza a sociedade e o "assunto" mais terrível ainda, é o fato dos juízes liberarem o tráfico levianamente. Esse é um "assunto" de capital importância para a nossa sobrevivência.... Há milhares de "assuntos" importantes que ficam no olvido por falta de serem tratados como deveriam.... Enfim, há um "assunto" que achei interessante: O Pt agora está usando roupa branca por alvitre da Tebet..... Espertos eles, sobre um "assunto" (usar o branco) como faziam os candidatos da antiga Roma! O Vermelho, é um assunto intragável nos dias de hoje! Tem que camuflar seus ideais.... e tentar ludibriar com um "assunto" "aparentemente" novo! Enfim, Por mais que queiramos dar uma colher de chá nesse "assunto" A sociedade fica à mercê dos lobos do momento..... Quando realmente vamos ser cidadãos plenos, respeitados, com dignidade? Bem, esse é um "assunto" tão relevante que, acho" nunca iremos conseguir...
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